Como hoje é dia das crianças, nossa live na twitch (10h) será dedicada a arredar dinheiro para o projeto de educação popular Espaço de Cria em Nova Iguaçu. Comando !cria
Filme de terror, para mim, é ver o Paulo Guedes falando e ter a completa certeza que ele não faz a MÍNIMA IDEIA de como mitigar os efeitos da inflação no país. O sujeito fala da inflação como se fosse apenas "aumento de preços".
Pior, como se fosse um aumento de preços pela retomada do consumo. Que retomada? O Brasileiro está deixando de consumir e os preços continuam subindo.
E isso não é "factoide" da mídia. Desde meados do ano passado frigoríficos de pequeno e médio porte (que não exportam) já estavam em crise por conta da redução do consumo de carnes; e já não terem mais como repassar os custos para o consumidor.
Em 2018 vimos um monte e "analistas de conjuntura" que afirmavam de pé juntos que Bolsonaro não se elegeria, afirmando, em negação, que ele atingira "o teto" a cada pesquisa eleitoral que mostrava o seu crescimento. Faltava nessas análises um elemento crucial: antropologia.
Sim, estudo qualitativo, trabalho de campo, pesquisa de longa duração, chame como quiser. Você olha para essas "análises" e percebe que elas até podem acionar as estatísticas, bibliografia e até mesmo oferecer uma contextualização interessante da política, mas falta "povo".
E "povo", sabemos, é o elemento crucial de uma democracia.
O depoimento da Frances Haugen, ex-funcionária da divisão de integridade cívica do Facebook, confirma o que todo mundo que estuda redes sociais sabe: que as empresas promovem conteúdo "divisivo" para inflar os números de acessos diários.
Basicamente, a empresa mudou a forma como a timeline é constituída, priorizando conteúdos que geram maior "engajamento" (comentários, curtidas, etc...) em detrimento de outros conteúdos. Basicamente, priorizando a promoção de conteúdos virais do que, por exemplo, a segurança.
E isso acabou sendo destacado por relatórios da própria empresa que deixaram claro que a “desinformação e conteúdo tóxico e violento estão extraordinariamente se destacando entre os compartilhamentos”.
O problema é muito maior do que apenas o maior índice da inflação desde a criação do plano real: temos um quadro de inflação alinhado com desemprego, precarização sistemática do trabalho e falta de investimentos públicos (bloqueados pelo teto de gastos).
Por isso não estamos falando apenas da diminuição do poder de consumo do brasileiro, estamos falando de renúncia involuntária do consumo. Não é que está sobrando menos dinheiro na carteira do brasileiro, está faltando comida na dispensa.
Para melhorar a situação, temos um ministro da economia que não faz a menor ideia de como lidar com o tema. Afinal, macroeconomia é muito diferente dessa abordagem financeira que ele tem da questão. E um presidente que é incapaz de assumir qualquer responsabilidade sobre isso.
Mais uma vez estão comparando a escalada dos preços com a ocorrida em 2016. Contudo, fundamental lembrar que tais índices jamais devem ser tomados isoladamente. Em 2016 a média salaria era consideravelmente maior - assim como o número de assalariados.
O reajuste dos preços no Brasil atual não corresponde a uma mera perda de poder aquisitivo por parte da população, mas leva a um cenário de renúncia (involuntária) do consumo. As pessoas já não tem mais como adquirir os itens mais básicos.
Hoje, 09:45, começamos a nossa cobertura da #CPIdaCovid, hoje com a advogada Bruna Mendes Morato, que produziu um dossiê com denúncias sobre a Prevent Senior.
#CPIdaCovid impressionante, Fernando Bezerra já começou no modo de desqualificar juridicamente o relatório da CPI (que ainda nem saiu), até o Ives Granda apareceu na história como fiador dessa palhaçada.