Entrando no ar para falar sobre a treta envolvendo o relatório final da #CPIdaCovid, o novo valor do bolsa família e começar o nosso experimento de escrita coletiva.
Dando uma passada na #CPIdaCovid para ver o Marcos Rogério tomando esporro do Omar Aziz
Fui passar cinco minutos na #CPIdaCovid e agora fui tragado pelo evento.
As coisas são meio óbvias, né? O representante do Conasems dizendo que ficou surpreso com o adiamento da decisão sobre o uso de Cloroquina e ivermectina. Algo totalmente inédito.
Que doideira, a retirada da pauta ocorreu NA PRÓPRIA REUNIÃO! #CPIdaCovid
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Alguns comentários sobre o relatório final da #CPIdaCovid, o primeiro deles é que ele enquadra o presidente em dois artigos do tratado de Roma, "ato desumano" e "extermínio e perseguição" de povos indígenas. Nesse ponto, inclusive, ele lista crimes que antecedem a pandemia.
A diferença entre extermínio e genocídio não é exatamente insignificante no campo político - a palavra genocídio tem um peso e uma importância histórica. Especialmente se levarmos em consideração que o crime de extermínio é basicamente uma especificação do crime de genocídio.
Da fundamentação do relatório: "Apesar da semelhança entre o genocídio e os crimes contra a
humanidade acima descritos, é possível estabelecer claramente a distinção se observarmos que o genocídio pode cobrir atos isolados, ou episódicos...
Explicando o que foi discutido ontem. Se você segmenta o eleitorado por educação formal você constata que o apoio a Bolsonaro se concentra nós estratos com ensino superior. Mais, se você compreende o aspecto "piramidal" do bolsonarismo você percebe que é aí que nasce o problema.
E esse aspecto "multinível" do bolsonarismo já foi atestado, inclusive, por seus idealizadores. Basicamente, estas pessoas vão atuando co.o recrutadores. E como nos esquemas de pirâmide, o aparente "sucesso" dos recrutadores é fundamental.
Quer entender como o Bolsonarismo se espalha em determinados segmentos, evangélicos, por exemplo, observe a proeminência social de alguns de seus articuladores locais. Por exemplo, o tipo de influência que um pastor tem na sua comunidade.
Esse foi um dos primeiros dados que minhas pesquisas mostraram, que o Bolsonarismo se expandiu como um esquema de pirâmide online. E como todo esquema de pirâmide, ele se apoia numa suposta imagem de sucesso dos "recrutadores".
Insisto: forma como o Bolsonarismo se expandiu tem uma relação direta com a própria ideia de parentesco. Na maioria das vezes em que conversei com eleitores do Bolsonaro sobre o seu primeiro contato com o Bolsonarismo eles me ofereciam um parente/amigo como resposta.
Mas não um parente/amigo qualquer, mas uma pessoa na qual confiavam por "ser estudada" ou ter uma condição financeira melhor.
A maior parte do eleitorado bolsonarista é constituída por pessoas com ensino superior completo e com uma renda razoável para os padrões brasileiros, mas aí da tem quem insista na ideia de que o problema é o "pobre que vota com a barriga".
E vamos além, os únicos grupos antivaxx estruturados que encontrei até o momento no Brasil também estão no mesmo segmento, a maioria relacionados a discussão de terapias holísticas, sagrado feminino/masculino, etc...
A grande questão é, para mim, é como o comentário político costuma atacar imediatamente os mais pobres e escolarizados, colocando-os como causas das mazelas do país.
Sou professor, minha mãe é professora e vou te falar uma coisa, poucas coisas né incomodam mais do que esse "parabéns, vocês são guerreiros" no dia de hoje.
Eu não quero ser tratado como guerreiro, eu quero ser tratado como profissional.
Eu não quero "vencer batalhas diárias", eu quero condições decentes de trabalho - e trabalho -, para mim e para os meus pares.
Esse discurso de que todo professor tem que ser um guerreiro/uma guerreira não apenas normaliza os absurdos que a categoria sofre, como gera uma pressão absurda, social e psicológica, sobre os professores.
Filme de terror, para mim, é ver o Paulo Guedes falando e ter a completa certeza que ele não faz a MÍNIMA IDEIA de como mitigar os efeitos da inflação no país. O sujeito fala da inflação como se fosse apenas "aumento de preços".
Pior, como se fosse um aumento de preços pela retomada do consumo. Que retomada? O Brasileiro está deixando de consumir e os preços continuam subindo.
E isso não é "factoide" da mídia. Desde meados do ano passado frigoríficos de pequeno e médio porte (que não exportam) já estavam em crise por conta da redução do consumo de carnes; e já não terem mais como repassar os custos para o consumidor.