Estudando a história da vacina, ficou mais clara pra mim a da homeopatia. Samuel Hahnemann claramente pegou o princípio de "cura" pelo "igual" da variolação e generalizou. Apaixonou-se pela ideia. Seria como generalizar o tratamento de vitamina A pro sarampo pra todas as doenças.
O problema é que a realidade é complexa, inclusive a realidade dos males e incômodos que nos afligem. Assim como nem tudo pode ser tratado com vitamina, nem tudo pode ser tratado com "cura pelo igual". Também está errado chamar o resto da medicina de "alopatia" — é um xingamento.
O resto da medicina NÃO ESTÁ comprometido com um princípio metafísico de "cura pelo diferente" (isso que significa "alopatia"). Está comprometido com o que *funciona*... e a homeopatia não funciona melhor que o placebo. Eu já tomei uma "overdose homeopática" para demonstrar isso.
Programa de governo do @SF_Moro está um suco de pauta genérica com risco de cair em desenvolvimentismo e varre-varre-vassourinha. Assim não ganha meu voto. Ganha quem mostrar compromisso com liberdade econômica, essa continua sendo a pauta urgente do país. Povo rico é povo livre.
Boa notícia que enfatizou liberdade de imprensa. Mas "chega de ofender jornalista" por quê? Isso é parte dessa liberdade, não antagônico a ela. Se grande parte da imprensa atua como um partido progressista (e identitário além disso), há muitos jornalistas merecendo os insultos.
Gastou saliva em livre mercado e privatização. Não convence, pois:
1 - Usa "ineficiente" para condicionar privatização. Não tem que condicionar. Tem que vender.
2 - Defende um "Fome Dois Ponto Zero". Ora, não sabe que é o livre mercado que combate pobreza? gazetadopovo.com.br/republica/moro…
Uma sociedade saudável tem divisão de tarefas e liberdade de escolha, não promessa de paridade de sexos em todo canto. O identitarismo favorece a feminilidade acima da masculinidade, e o resultado é previsível: priorização da segurança acima da liberdade. psychologytoday.com/us/blog/the-an…
Mulheres são mais avessas a riscos, atentas à autopreservação. Isso faz delas pacientes ideais na medicina: se cuidam e procuram ajuda com antecedência. Mas o que vale para pacientes não vale para AGENTES. Aversão a risco é um problema na economia e um empecilho às liberdades.
Toda ideologia dogmática precisa de um sistema imune para se perpetuar, respostas prontas para toda crítica. A resposta pronta do identitarismo a esse tipo de crítica, é claro, é acusar machismo e misoginia. Mas os adjetivos de acusação de preconceito já estão ficando gastos.
Esta semana os podcasters conservadores americanos resolveram cancelar Harvey Milk. O motivo do interesse renovado é que a marinha deu o nome dele para um navio. Os crimes do Milk? Namorar um jovem de 16 anos aos 33, ter tido amizade com o Jim Jones do suquinho da Guiana. (...)
Não sei tudo de Milk, mas:
- Não é pedofilia, mas insistem que é. Sexo com adolescente pode ser errado, mas é o mesmo nível de erro que sexo com crianças pré-púberes? Piraram. Parecem os ativistas que chamam xingamento e assassinato de "homofobia", equiparando uma coisa à outra.
- O louco que fez uma seita socialista, levou as pessoas pra Guiana e deu suquinho do capeta para elas foi o Jim Jones, não o Milk. Essa tentativa de culpa por associação também lembra a atitude dos lacradores que ficam policiando quem retuitou quem, quem deu like em quem.
Gênero neutro existe. Na língua alemã. Gêneros eram conjuntos de substantivos para os quais as línguas têm certas regras. Até que John Money, cientista que fez estudo antiético tentando transformar menino em menina, popularizou na academia que "gênero" é a parte cultural do sexo.
Na nossa língua temos registro do uso do termo gênero como sinônimo de sexo desde o séc XVI. Mas era no sentido de tipo, tipo de pessoa, do mesmo jeito que dizemos "gênero musical". A distinção de Money é gananciosa pois presume saber que parte é cultural e que parte é biológica.
Nas décadas de 1950 e 1960, em que Money fazia sua campanha para pregar que ser menino ou menina é uma coisa culturalmente determinada e nada a ver com a genitália entre as pernas, sabíamos ainda menos sobre quanta biologia há nas partes que aparentam ser puramente culturais.
Quando eu critico quem sai lacrando depois de conseguir alguma notoriedade, não é de um patamar de superioridade moral, não. É de um patamar de experiência, pois eu já estive nessa posição e eu já fiz isso. Eu sei exatamente o que move essa gente. Conheço o fenômeno de dentro.
A minha franqueza e bom humor em público foram conquistados, passo a passo, num longo processo de rompimento de autocensura que começou lá por 2012. Eu prefiro quem eu sou hoje, mil vezes mais.
Nada disso teria sido possível se eu tivesse me fechado numa bolha ou, pior e mais fácil, se tivesse seguido o canto da sereia dos incentivos oferecidos a quem lacra. Se não tivesse uma desconfiança "inata" a tribos, nem lesse liberais e conservadores, estaria bem perdido agora.
O Estado tem existência justificada pela promessa de ser árbitro imparcial entre partes em conflito e pelo efeito de dissuasão sobre (outras) gangues que estariam em guerra. Comece a inventar novos papéis para ele, que logo vai estar alegando que até financiar circo é essencial.
Se o consumidor de entretenimento não quer ir ao circo, já está votando com os pés e a carteira. Está dizendo que é entretenimento datado, obsoleto, que perdeu para outros. O Estado não tem direito nenhum de pegar dinheiro da população produtiva à força para ir contra isso.
A invenção desenfreada de novos papéis para o Estado dá num Estado trambolho como o nosso, xereta, entrão, inconveniente, que entrava a livre iniciativa e é, portanto, responsável pela falta de mais pessoas com dinheiro para pagar voluntariamente por entretenimento de nicho.