O Relatório de Recomendação do @conitec_gov é sem dúvida um alento para quem entende e confia na ciência contra a covid:
1. Não há medicamento específico recomendado de rotina parade paciente ambulatorial com covid-19. (1/8)
2. Há benefício clínico porém não é possível recomendar o uso de rotina de anticorpos monoclonais: bamlanivimabe+etesevimabe, regdanvimabe, sotrovimabe. Os custos são proibitivos para um benefício limitado. (2/8)
3. Não são recomendados por evidências ausentes ou insuficientes: anticoagulantes, budesonida, colchicina, corticosteroide sistêmico, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente. (3/8)
4. Não são recomendados porque as evidências não mostram benefício clínico: Azitromicina e cloroquina/hidroxicloroquina. Eu colocaria alguns do grupo 3 no grupo 4, mas já temos um grande avanço como está. (4/8)
No documento que pode ser encontrado em conitec.gov.br/images/Consult…, ainda aprecem tabelas e gráficos dignos de nota.
a. Cloroquina, HCQ e variações sobre o tema não servem pra nada.
b. Ivermectina não serve pra nada.
c. Nitazoxanida não serve pra nada. (5/8)
A conclusão é que a próxima vez que um médico incompetente ou um leigo chamar você de dipironer, responda que está só seguindo as rescomendações do Ministério da Saúde. Se ele insistir nos Forest plots do c19study, aquele do p<10^-12, mostre esses bem feitos do relatório. (6/8)
Por sorte não avaliaram os efeitos do ozonionocu, que é tão defendido por uma médica que ainda é chamada como especialista em eventos do governo federal e governos estaduais. A única ação realmente eficaz e segura é a vacinação. (7/8)
Espero que com esse documento oficial de um órgão oficial do MS até o 🐮 e os médicos picaretas aceitem a realidade e entendam que a narrativa do tratamento precoce é uma mentira. (8/8)
#FarsaDaHCQ #FarsadaIvermectina #FarsaDaNitazoxanida

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11 Oct
A #FarsaDaProxa tem um aspecto muito didático sobre o que chamamos de ciência patológica. A criação de uma realidade paralela na qual seus criadores acreditam piamente e que a partir de um certo ponto não tem como voltar. @michaelshermer aborda o assunto em alguns livros. (1/9)
Em que momento o engano se torna autoilusão e fraude?
A #FarsaDaProxa começa com a observação por um grupo de médicos que havia mais incidência de covid em homens calvos. Eles devem ter se achado muito espertos por terem nosso algo óbvio que escapou de toda comunidade. (2/9)
Uma análise estatística minimamente rigorosa teria mostrado que se trata de uma correlação fortuita: calvície está relacionada a idade. Correlação não implica causa. Nossos bravos pesquisadores entenderam ter feito um achado genial e correram para publicar. (3/9)
Read 9 tweets
20 Sep
Nosso cérebro evoluiu para encontrar relação entre causa e efeito, mesmo onde ela não existe. Daí nascem as superstições e os falsos positivos que são tão úteis para a pseudociência. A ciência tem ferramentas para evitar que caiamos nessas armadilhas. (1/10)
A manifestação mais elementar é atribuir efeitos fora do nosso controle a ações nossas. Todo mundo sabe que pular 7 ondas na virada garante um ano próspero. Ou que rezar por um parente enfermo vai influenciar sua recuperação. (2/10)
Em situações de grande comoção, buscamos relacionar causa e efeito onde essa relação não existe. Muitos médicos de boa fé caíram no conto da cloroquina ou da ivermectina. Prescreveram a droga a pacientes com covid e eles ficaram bons. Logo, a cura se deve à droga. (3/10)
Read 12 tweets
4 Aug
O governo atual tratou a Diretoria de Relações Internacionais da CAPES como assunto quase de família. Durante a gestão de Weintraub, de funesta memória, foi nomeada a amiga Heloísa Hollnagel, da UNIFESP com quase nenhuma experiência internacional. (1/10)
cartacapital.com.br/educacao/acabo…
Eu participei de algumas reuniões com ela, desde que apareceu na CAPES como assessora da DRI. Quase pedia desculpas por não entender nada de internacionalização mas tinha muita vontade de aprender.
Liderando reuniões foi um desastre. (2/10)
Uma vez trouxe uma proposta da presidência de trocar o banco de assessores da CAPES por um no qual as pessoas se inscreveriam em lugar de serem convidadas. Não muito diferente da revista médica que recruta revisores pela internet. (3/10)
Read 11 tweets
2 Aug
Andrew Hill é um pesquisador que tinha se iludido com os "bons resultados" da ivermectina e virou uma das referências na área. Quando começou a se dar conta dos problemas, agiu como cientistas agem, passou a ter dúvidas sobre suas próprias conclusões. (1/5)
Picaretas internacionais como o Pierre Kory revelam sua índole soltando um sonoro Fuck you.
Sou cientista há quase 40 anos. Nunca participei de uma discussão científica com esse tipo de argumento tão construtivo. (2/5) Image
Picaretas locais tomam a mesma posição, xingando seu ex-aliado "Você é uma desgraça".
Sou cientista há quase 40 anos. Nunca participei de uma discussão científica com esse tipo de argumento tão construtivo. (3/5) Image
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28 Jul
A recente pane catastrófica no CNPq me lembrou de uma eterna discussão sobre política de dados nas instituições públicas brasileiras.
Devemos manter nossos data centers ou terceirizar?
Segue o 🧵.

Spoiler: Terceirizar. (1/12)
Nossa vida mudou com o desenvolvimento de TI barata. Toda nossa comunicação passa por grandes bancos de dados. As instituições passaram a ter seus próprios data centers, infraestrutura capaz de armazenar e processar grandes volumes de dados. (2/12)
É lá que funcionam servidores de dados, emails, centrais telefônicas, etc.
Isso causa alguns problemas:
1. Obsolescência rápida de equipamento.
2. Fragilidade em relação a falhas.
3. Vulnerabilidade a invasões e ataques.
Todos eles têm soluções. (3/12)
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2 Jun
Tá circulando nos meios mínions uma matéria da FoxNews: "New study reveals success of hydroxychloroquine as COVID treatment". Me dei o trabalho de verificar o artigo. É um preprint no medrXiv, ou seja, não passou por revisão por pares. (1/5)
Provavelmente não vai passar, e se passar vai ser num daqueles periódicos padrão DJ Raul de qualidade, ou seja, fator de impacto baixo.
Começa com uma curiosidade: o 1o e 3o autores, L. G. Smith e S. M. Smith trabalham no Smith Center for Infectious Diseases & Urban Health. (2/5)
Uma rápida googlada revela que é uma clínica de bairro em New Jersey. Nenhum deles tem doutorado. L. G. Smith não aparece no staff da clínica, que tem 3 médicos, mas atua como obstetra na mesma cidade. (3/5)
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