1/10 Um erro comum entre investidores é crer que há maior “margem de segurança” comprando as ações com os menores múltiplos da Bolsa. Quem faz isso geralmente assume que tudo de ruim já está precificado e que há pouco espaço para quedas adicionais.
Mas Warren Buffett discorda:
2/10 "É menos provável que a gente olhe algo que negocia a um desconto sobre o valor patrimonial do que algo com prêmio sobre o valor patrimonial porque há uma grande chance de que a gente esteja olhando para um negócio ruim no primeiro caso e um negócio bom no segundo caso.”
3/10 O site Investment Masters Class compilou algumas definições de margem de segurança de grandes investidores e a conclusão é que priorizar ações com os múltiplos mais baixos é o caminho mais rápido para cair em “value traps”. O site cita um trecho do relatório da IP de abril:
4/10 “O investidor que compra uma assimetria num negócio comum torce para que o preço da ação suba o quanto antes para o valor intrínseco que ele estima. Quanto mais o tempo passa, mais ele demora para realizar o retorno esperado, e mais ele se expõe a riscos incontroláveis.”
5/10 Já ações negociadas a múltiplos altos podem na verdade estar baratas. Joel Greenblatt diz que uma das maiores oportunidades que já perdeu foi ter avaliado o Walmart quando a empresa só tinha 50 lojas e não ter colocado na conta que em breve eles teriam 1.000 ou 2.000 lojas.
6/10 Para se ter uma ideia do tamanho da expansão e da geração de valor do Walmart, Nick Sleep calculou que um investidor poderia ter pago 15.000% a mais que o valor de mercado da empresa nos anos iniciais de sua expansão e ainda assim ter obtido um retorno de 10% ao ano!
7/10 Bill Miller diz que outro erro comum é prestar muita atenção ao lucro atual da empresa. “Se você investisse US$ 1 na TCI quando John Malone virou CEO, esse dólar teria se transformado em US$ 900 após 25 anos. E Malone nunca divulgou um ano de lucro na TCI nesses 25 anos.”
8/10 Mais que só no preço, a margem de segurança está na qualidade do negócio, em seu comportamento nos anos ruins, na capacidade dos gestores e na sustentabilidade de suas vantagens competitivas.
“Um bom modelo de negócios oferece a maior margem de segurança”, diz Jake Rosser.
9/10 Já Christopher Bloomstran defende uma dupla margem de segurança. “Nós nos esforçamos para evitar situações em que não há uma dupla margem de segurança: qualidade do negócio e preço [atrativo]. Precisamos de ambos para compensar erros inevitáveis e eventos imprevistos.”
1/5 O Airbnb tem uma vantagem competitiva que nem Uber, iFood, Visa ou Mastercard conseguem ter: um negócio com efeito de rede global somado a um diferencial de serviços. Por volta de 45% dos imóveis ofertados no Airbnb só são encontrados lá, por exemplo.
2/5 Como comparação, a Uber tem efeito de rede local e baixa diferenciação de motoristas sobre os rivais. O iFood tem diferenciação no sortimento de restaurantes, mas seu efeito de rede é regional. Visa e Mastercard são globais, mas um não tem grandes diferenciais sobre o outro.
3/5 Outra vantagem é que os clientes do Airbnb são mais fiéis à marca – mesmo sem a empresa possuir um programa de fidelidade. O tráfego orgânico é bem maior que o do Booking ou da Expedia, que acabam gastando muito mais que o Airbnb com Google para readquirir o mesmo cliente.
1/9 Como o DNA de terceiros já pode ser usado para resolver um crime?
O ex-policial Joseph DeAngelo foi preso nos EUA em 2018, cerca de 40 anos após cometer diversos crimes. De 1976 a 1986 ele praticou furtos, 50 estupros e 12 assassinatos – e vinha se mantendo no anonimato.
2/9 DeAngelo cometeu os crimes em Sacramento e Santa Bárbara, na Califórnia. Conhecido como “golden state killer”, ele sempre vestia shorts, camiseta, luvas e máscara. Invadia casas e amarrava seus moradores. Costumava estuprar a mulher, pegar objetos de valor, comer e fugir.
3/9 O FBI encontrou amostras do DNA de DeAngelo nas cenas dos crimes, mas nunca foi capaz de identificá-lo cruzando essas informações diretamente com os dados de sequência genética de milhões de pessoas com DNA já catalogado pelo FBI e pela Interpol.
1/5 O Nomad Fund foi um fundo global de ações que se valorizou 921% durante sua existência (de 2001 a 2013), contra só 117% do MSCI World. Seu gestor Nick Sleep dizia que a liberdade de investir em qualquer país – e não só na Inglaterra - era uma grande vantagem competitiva.
2/5 Nick buscava empresas negociadas por metade do valor justo, geridas por pessoas com pensamento de dono e que empregavam capital visando criar valor aos acionistas. Ele dizia que era “raro” achar essas três coisas juntas – logo, ter um fundo global elevaria suas chances.
3/5 “A maior parte de nossos competidores são especialistas regionais. Essas pessoas sofrem com as mesmas restrições que os gestores de fundos de tecnologia sofreram em 1999 – nesses períodos eles não têm para onde ir”, escreveu Sleep na carta do Nomad Fund de 2006.
2/4 Tese 2: na verdade a reabertura das economias vai levar a um grande rotation. Os investidores vão vender ações de growth e tecnologia que ficaram caras para comprar ações de value que estão muito baratas.
Gráfico com ETFs Vanguard Growth (VUG, preto) X Vanguard Value (VTV):
3/4 Tese 3: a reabertura das economias vai acelerar não só o crescimento mundial como também a inflação. Esse é o cenário ideal para o começo de um novo superciclo das commodities.
Gráfico do contrato futuro de minério de ferro, a commodity mais exportada pelo Brasil:
1/4 Exemplo genial do @charliebilello sobre como construir narrativas para "provar" qualquer coisa na Bolsa:
NARRATIVA 1: "O ouro é a única proteção possível para a impressão infinita de dinheiro. Quem não tem ouro é louco. Já ações são péssimos investimentos."
PROVA ANOS 2000:
2/4 NARRATIVA 2: “Nada pode parar a Bolsa americana. O bull market vai durar para sempre com uma combinação de avanços tecnológicos com impressão recorde de dinheiro. Ouro é perda de tempo.”
PROVA ANOS 2010:
3/4 O texto do Bilello (foto) nos leva a 2 reflexões:
- Ninguém é capaz de adivinhar o futuro nos investimentos. Tenha uma carteira diversificada em ativos, mercados e moedas. O verdadeiro campeão não é nem um ativo nem outro, mas quem segue vivo, compondo retornos por décadas.
1/5 Uma razão pouco óbvia para o boom das fintechs é que da mesma forma que o AWS revolucionou o serviço de hospedagem de sites com o conceito “as a service”, toda a infraestrutura necessária para a criação de novas fintechs hoje também já pode ser contratada “as a service”.
2/5 Angela Strange, sócia da Andreessen Horowitz, lembra que, há 15 anos, criar uma empresa de software exigia comprar servidores, instalá-los numa sala climatizada, comprar licenças de software e escrever o código do banco de dados antes de começar a desenvolver qualquer coisa.
3/5 Após o AWS passar a oferecer toda essa infraestrutura “as a service”, qualquer um pôde iniciar uma empresa de software com um laptop e um cartão de crédito. Angela acredita que hoje toda a infra necessária para criar um fintech também já esteja disponível “as a service”.