A farra à beira mar do presidente, enquanto brasileiros padecem sob as águas, não é só vagabundagem e falta de compaixão.
Ela explícita outro defeito grave de BolsoNero: a incapacidade para liderar como governante.
É um padrão dele desde o início do mandato presidencial.
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Quando projetos importantes de seu governo foram enviados ao Congresso, eximiu-se da tarefa de liderar as articulações para os aprovar, deixando esse trabalho a cargo de terceiros. Isso gerou o governo congressual, que muitos chamaram de “parlamentarismo branco”.
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Ele faz isso no dia a dia da administração, produzindo um governo sem rumo. Quando muito, veta iniciativas que lhe desagradam e demite quem lhe incomoda. Exerce um “governo negativo”, nunca atuando para liderar ou construir, mas apenas para desconstruir e obstaculizar.
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Agora, terceiriza para ministros a atuação do governo federal no desastre das enchentes na Bahia e em Minas. Cada ministro age por conta própria, sem liderança presidencial. Sua participação se restringe a tuítes e sobrevoos de helicóptero – como nas manifestações golpistas.
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Por isso prefere farrear pescando e pilotando jetski da Marinha, em vez de liderar as ações do governo federal. Bolsonaro só é capaz de liderar o movimento insano que o adula, que requer apenas agitação e criação de caos. Mesmo esse, caminha sem que ele próprio precise trabalhar.
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Meu artigo no blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação no site de CartaCapital sobre como não é de se esperar de políticos profissionais a mesma ingenuidade que podem ter cidadãos comuns acerca da política e de outros políticos.
A motivação do texto é a inverossímil declaração da senadora Simone Tebet (MDB-MS) sobre o quão inimaginável era o desastre do governo Bolsonaro à época de sua eleição, em 2018.
Soube hoje por um conhecido que a presidente da Casa de Rui Barbosa, uma certa Letícia Dornelles, ficou brava comigo e havia manifestado sua brabeza pelo Twitter. Como não sabia de nada sobre isso, tentei descobrir na rede do que se tratava. Aí as surpresas começaram.
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Primeiro descobri que a conta institucional da Casa Rui no Twitter havia sido desativada, com suas postagens fechadas a quem não fosse autorizado. Curioso. Afinal, é uma instituição pública...
Em seguida, soube que a tal Letícia havia me bloqueado. Bom sinal!
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Obtive, contudo, alguns prints das postagens dessa pessoa no Twitter, vituperando contra críticas que fiz ao desmonte generalizado que o desgoverno BolsoNero produz em diversos setores, inclusive na Cultura - área em que se inscreve a Casa de Rui Barbosa.
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A consulta pública que a dupla BolsoNero e Queirodes (by @sobotelha) promove para impedir a vacinação de crianças, tem componentes especialmente bizarros.
Segue o fio.
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Entre os documentos disponíveis para a leitura das pessoas interessadas, na página da consulta, há um de 27 páginas e linguajar técnico, incompreensível para quem não for do ramo da saúde ou, ao menos, habituado à linguagem acadêmico-científica.
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Até gráficos e tabelas com termos técnicos em inglês o documento tem. Quem o Ministério da Saúde acha que vai esclarecer com tal material? Já que quis promover a surreal consulta pública sobre vacinação de crianças, aprovada internacionalmente e pela ANVISA, deveria facilitar.
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O show de horrores da Prevent Senior tem um ingrediente bizarro, de aparente humor sádico, diante do que se descobre ter sido feito contra pacientes e funcionários.
Os donos da empresa, irmãos, têm uma banda de rock, chamada "Doctor Phiebes".
Explico por que é tão bizarro.
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"Doctor Phibes" com esta grafia, é um personagem macabro, interpretado por Vincent Price, grande estrela dos filmes de terror dos anos 60/70.
Era um músico que perpetrava atrocidades contra médicos por vingança, usando de expedientes clínicos macabros.
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Isso rendeu dois filmes, cujos títulos indicam o quão macabro era esse Doutor Phibes.
"O Abominável Dr. Phibes" e "A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes". pt.wikipedia.org/wiki/The_Abomi…
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O que explica que estratos sociais que prosperaram durante governos de esquerda apoiem políticos de extrema-direita, com Jair Bolsonaro, Rodrigo Duterte ou Narendra Modi?
No Brasil, em especial, grande contingente de pessoas emergiu das assim chamadas classes D e E para a C, elevando seu padrão de consumo e de qualidade de vida, mas renegou o PT, apoiando Bolsonaro em 2018.
Dr. Frankenstein.
Aprecia mais a ciência do que BolsoNero, mas tem tudo para se dar bem com o presidente, pois seu uso da medicina cria monstros incontroláveis.
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Dr. Jekyll.
Como BolsoNero, Dr. Jekyll tem seus dias. Dias de fúria, como o presidente. Não aceitaria se não estivesse num desses dias, mas toparia de imediato no outro caso.
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