Mesma praia, duas realidades: no litoral norte gaúcho, chama atenção na paisagem o limite entre os municípios de Capão da Canoa (à esquerda, na primeira foto) e Xangri-lá (à direita). A segunda foto mostra essa discrepância do ponto de vista da praia. 
Para um leigo, a pergunta "por que de um lado da rua tem prédios e do outro não" parece não fazer sentido.
A legislação urbanística de Capão permite prédios de até 14 pavimentos, com 50 metros de altura e um Índice de Aproveitamento dos terrenos de até 3.5, maior do que em Porto Alegre, capital do estado.
Já em Xangri-lá, o zoneamento exige em boa parte da área uma altura máxima de 7 metros (podendo chegar a 9 metros em algumas áreas) e uma taxa de ocupação dos lotes de 60%.
Corretores da região informam que um terreno ao lado esquerdo da rua chega a valer até seis vezes mais que do lado direito.
O zoneamento restritivo de Xangri-lá levou à proliferação de condomínios horizontais fechados para alta renda.
Principalmente como segunda residência, enquanto Capão da Canoa se "urbanizou": tem proporção maior de população permanente e ruas mais vivas, com uso misto e muitos deslocamentos feitos a pé.
O exemplo destas duas praias é um experimento vivo de como a legislação urbanística impacta no desenvolvimento das cidades.
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