Thread by @EliVieiraJr

Um insight do Bill Burr que eu achei muito bom: nos filmes mais recentes, dá para ver que quem está retratando os homens que gostam de esporte na escola/universidade são os nerds que não gostam. Retratam quase todo capitão de time como um babaca. Isso é muito implausível.

É como se Uma Mente Brilhante fosse escrita pelos esportistas: John Nash seria um estereótipo como n'A Vingança dos Nerds.

Poucos escritores têm uma visão precisa de homens atléticos, populares, heterossexuais e em posição de liderança. Ou têm, mas invejam, por isso fazem isso.

Burr acha que houve uma overdose de testosterona na época do Rambo, Van Damme, Steven Seagal, McGyver etc. Depois os homens foram ridicularizados com Homer Simpson e Peter Griffin. E agora o pêndulo foi longe demais pra esse lado.

Não sei. Mas parece plausível.

Mas voltando aos capitães de times, a razão de ser implausível vai bem além da inveja dos escritores nerds.

Toca na natureza humana e seu aspecto primata. Líderes — os tais machos alfa — não são bullies. Se forem, são mortos pelo bando. Precisam ser generosos e equilibrados.

Então aquela figura já batida do capitão do time que é violento, desrespeitoso, que guia os colegas para assediar as garotas e maltratar os viados, é muito mais uma caricatura ficcional do que algo comum na realidade.

O aspecto esportivo é importante, pois claro que essa figura existe e não é incomum se estivermos falando de gangues. Mas em times? Muito incomum. O esporte demanda alta conscienciosidade, empatia, colaboração e controle emocional. Não é convidativo para babacas e vagabundos.

Pra citar uma obra de ficção em que há um desses líderes de uma forma mais plausível (ou ao menos não distorcida por quem não gosta desse tipo de gente): The Expanse. James Holden é um desses.