Errou ao apoiar Bolsonaro sabendo quem ele era. Um eleitor qualquer poderia cometer esse, mas não uma força política organizada.
Continua...
Errou ao se colocar como centro de tudo e ter como critério único, ou acima dos demais, sempre o ganho próprio (seja político ou financeiro).
Errou ao querer pegar uma carona no punitivismo reacionário de Moro, sabendo quem ele é, apenas para não sair de cena.
Siga o fio...
Errou ao abraçar um liberalismo ralo que secundariza a democracia e ao achar que política é guerra (infectando outros jovens com lições de realpolitik para fabricar militantes de sua causa - causa que vem a ser, praticamente, a continuidade da sua própria existência).
Siga mais.
Errou ao adotar símbolos autocráticos, como os da ditadura espartana, para despertar e açular a combatividade de seus recrutados.
Sim o MBL errou nisso tudo. Mas não me chamem para entrar em qualquer campanha de destruição do MBL.
Continua.
Eles que reflitam sobre seus erros, se quiserem. Não sou fiscal do comportamento alheio, nem, muito menos, punitivista. Não sou da polícia, nem da justiça.
Continua.
Não tenho a tara (jacobina, própria do morolavajatismo - irônico isso) de ver cabeças rolando, por prazer mórbido ou por ressentimento, espírito de revanche ou vontade de vingança (como estão fazendo o lulopetismo e o bolsonarismo).
Siga.
A despeito da minha discordância com suas opções, não sou favorável a linchamentos e tenho horror a comandos de caça. Toda vez que essas pulsões de morte emergem, o resultado é menos e não mais democracia.
Continua.
Se eles, eventualmente, cometeram crimes, que respondam por isso na justiça, observado o devido processo legal.
Isso se aplica não apenas ao MBL, mas a todas as forças políticas, sejam ditas de esquerda ou de direita.
Mais um.
Deve ser assim numa democracia. Pois se não for assim é guerra e a guerra é o contrário da democracia: um modo pazeante de regulação de conflitos.
Agora terminou. Volte ao princípio 👆
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Para a esquerda, no capitalismo, não pode haver "verdadeira" democracia. Então, para eles, nenhum país atual capitalista é "verdadeiramente" democrático.
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Será que eles acham que a Coreia do Norte, chamada de República Popular Democrática da Coreia, é uma "verdadeira" democracia? Não. Aí seria demais. Mas eles fingem que isso não importa.
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Se no capitalismo não pode haver "verdadeira" democracia, imagine então no escravismo. É por isso que a esquerda nunca aceitou a democracia ateniense dos séculos 5 e 4 a.C.
No longo prazo, de um ponto de vista democrático, Moro é o candidato mais perigoso de todos.
Veja por quê seguindo o fio.
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O epílogo do seu livro de campanha tem como título “Precisamos de você” e como frase final: “A luta contra o sistema de corrupção nunca poderá prescindir de bons combatentes, entre eles você.”
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Ele continua querendo fazer uma cruzada de limpeza ética para punir os corruptos. Quer instalar na presidência da República a fedorenta vibe lavajatista. Como declarou hoje ao Correio Braziliense, o ex-juiz quer ser o juiz supremo, o juiz dos juízes.
Com a volta de Lula, o Brasil passará do quadrante 1 para o quadrante 2. E há sempre um risco de decair do quadrante 2 para o quadrante 4, embora menor.
Continua
O maior risco, neste caso, é o Brasil estacionar como democracia eleitoral e não se converter em democracia liberal - já que Lula é um democrata eleitoral i-liberal).
Continua
Com a reeleição de Bolsonaro ou a eleição de Moro o Brasil pode pular do quadrante 1 para o quadrante 3.
Veja o diagrama abaixo, agora com arte-final do @renatojcec
Sabemos que o populismo-autoritário, o nacional-populismo de extrema-direita, adotou a via da erosão da democracia. Seu objetivo é converter democracias eleitorais em autocracias eleitorais. Mas será que o neopopulismo, o populismo de esquerda, também erode a democracia?
Siga.
Para responder isso é necessário entender que as democracias que existem no mundo de hoje são de dois tipos: as democracias liberais e as democracias eleitorais. Sigo a classificação do V-Dem (Universidade de Gotemburgo) dos regimes políticos.
Vai seguindo.
Em geral o neopopulismo (o populismo de esquerda) incide - com maior expressividade - em democracias eleitorais. Mas o populismo de esquerda (ao contrário do populismo de extrema-direita) não quer fazer decair o regime para uma autocracia eleitoral.
Cristãos fundamentalistas da extrema-direita americana estão fazendo um movimento preocupante. Depois de tentarem cavalgar em Trump, resolveram agora "liberar" áreas para experimentar a autocracia como modo-de-vida.
Siga o fio.
Seus argumentos espelham, enganadoramente, os argumentos de uma iniciativa inovadora que proponha experimentar a democracia como modo-de-vida (o real objetivo é experimentar a autocracia como modo-de-vida).
Continua.
Sob o valor supremo da "liberdade" e, inclusive, da atuação "pacífica", eles querem criar polis paralelas (que são, na verdade, anti-polis paralelas). Eles querem passar da guerra de movimento à guerra de posição, cavando trincheiras na América profunda.