Eu não culpo ninguém que se refugie numa narrativa simples. É sempre mais confortável achar que o mundo não é complexo e pior, é viciante sentirmo-nos justificados que o nosso lado afinal tinha razão, apesar do ceticismo saudável (e experiência) que dificulta as narrativas (1/13)
fáceis. Estamos rodeados de media que legitimam certas formas de poder (mal) como a económica, financeira ou mediática enquanto condena (bem) as militares e repressivas, embora apenas de um lado. Não há problema que do lado da NATO se matem, torturem civis, ou haja nazis ou(2/13)
sanções castrantes que destroem a já precária vida dos povos afectados. Eles são os bons, e mais que os bons, somos nós. E este bloco, que instalou Ieltsin e legitimou Putin e aceitou (e aceita) lavar o dinheiro dos oligarcas enquanto podia bicar na carcaça da URSS, (3/13)
agora acha que Putin, tal como o de Saddam e os Talibã ou Suharto antes dele, já não servem os seus interesses. E não servem. Estes oligarcas que se metastizaram pela Rússia criados e apaparicados pelas exigências de privatização de EUA e FMI, que alimentaram o preconceito (4/13)
e o nacionalismo para se eternizarem no poder agora vêem os seus interesses e influência a entrar em conflito com o mesmo capital global que os enriqueceu. E roubados da sua influência política e económica no que achavam que era o seu quintal reagiram com o único poder que (5/13)
lhes restava. Viram a sua obsolescência programada a chegar, a sua utilidade para o capital global a esgotar-se e em vez de se relegarem à morte por mil cortes, a serem sangrados pelo estado de cerco lento da expansão da NATO e das alianças económicas, cederam ao impulso (6/13)
suicida do fascismo que alimentaram para manter o poder. Cederam aos mitos nacionalistas que criaram, alimentados pela humilhação da queda da URSS, como a Alemanha Nazi se alimentou da humilhação do tratado de Versailles. A agressão de Putin é criminosa. Não há dúvidas. (7/13)
Não há dúvidas que o povo ucraniano é a vítima imediata, tal como serão os filhos das nações enviados para uma guerra que só serve os interesses de um punhado. Não acredito no altruísmo de Putin que diz que quer desnazificar a Ucrânia. Como não acredito em quem menoriza (8/13)
a influência crescente de nazis, incorporados e legitimados nas forças oficiais da Ucrânia, armados e treinados por membros da NATO, pintados como heróis acriticamente mostrados nos media ocidentais a treinar avozinhas e crianças-soldado. Tal como na Guerra Fria, parece (9/13)
que podem ser monstros, mas são os NOSSOS monstros. Tudo o que criticam em tankies, reproduzem. Proibir partidos? São comunistas, não há problema. Armar nazis? São os nossos nazis. E claro que o Putin se aproveita e magnifica disto, mas quem pede “clareza” pede uma (10/13)
clareza cegante que ofusca toda a nuance em troca de uma narrativa de polícias e ladrões. E nota-se o desconforto de quando se questiona a narrativa simples. A primeira vítima da guerra é sempre a verdade. E defendendo todo o direito do governo ucraniano se defender, (11/13)
pedir ajuda a quem quiser, convém vermos se tal como a extrema-direita ucraniana glorifica hoje os colaboradores nazis de ontem como heróis nacionais, não estamos nós a branquear as partes chatas que não encaixam na narrativa simples. E se não teremos de lidar com as (12/13)
consequências da falta de exigência moral nos nossos aliados militares daqui a uns anos, como os EUA tiveram de lidar com o Bin Laden, o Saddam e o Putin. Pela paz. (13/13)
Diz muito quando face a uma tragédia o instinto não é procurar soluções e respostas mas criticar o PCP e exigir ao PCP satisfações. Mostra a nossa impotência, como não há nada que possamos fazer, atacamos o que está próximo como se fosse proxy do Putin. Não é. 1/4
A posição do PCP e um comunicado em que não têm uma condenação do Putin como deviam não causaram o ataque à Ucrânia hoje. Mas no twitter vivemos num mundo de fantasia em que achamos que ter opiniões morais “correctas” (dúbio neste caso) muda alguma coisa. 2/4
A facilidade com que se passa para um maniqueísmo brutal, um optimismo militarista (igualmente inconsequente, mas menos moralmente justificável que ser contra a guerra) mostra o quão rápido seríamos levados a apoiar qualquer guerra (na qual não fôssemos lutar, claro). 3/4
Quanto custaria o cheque-ensino? Ora, a teoria é pegar nos 6200€ que supostamente "custa" um aluno do público e dar a todos os colégios privados por cada aluno. Vamos presumir que todos aceitam. Isso são 107 410 alunos do privado para um total de 1 056 543 612€ anuais.
O orçamento total do ministério da educação é: 7,8 mil milhões. Esta medida aumentaria o orçamento inteiro em 13%. Todos os anos. Para sempre.
Isto de quem quer fazer rombos de pelo menos 2 mil milhões anuais só no IRS, mais os no IMI, IRC, basicamente todos os impostos, sem nunca justificar como pagam. Cheques-ensino? Custa o que tiver de custar.
LIVRE com Rui Tavares e CDS com Francisco Rodrigues dos Santos
Rui Tavares tenta falar do resto do programa mas querem falar do RBI. Bom spin “passou a falar do RBI em vez da prisão perpétua”.
RT lembra que à direita nunca se pergunta quanto custa. Lembra que o PSD/CDS deu 30 milhões aos mais ricos na Câmara de Lisboa e ninguém perguntou nada. Quando é para dar aos mais pobres há muitas perguntas.
Pergunta ao FRS onde vê a ideologia de género e sexualização da escola.
FRS diz que o programa do LIVRE fala de distribuir riqueza mas não de gerar e por isso é uma fábrica de impostos. Saca uma frase do Reagan “se taxa mexe”.
O FRS está muito preocupado com impostos sobre fortunas de mortos e sobre segundas habitações de estudantes (????)
PSD com Rui Rio e IL com João Cotrim de Figueiredo.
Começa com uma excelente piada com o Rui Rio a dizer que é um social democrata e que há tanto socialismo em Portugal que pode concordar com a IL em cortar e privatizar.
JCF diz que o PSD não é alternativa e aponta que Rui Rio está a fazer uma campanha “prudente” e falta-lhe coragem.
A Clara de Sousa está a ajudar o Rui Rio coitadinho, bem precisa, até lembra o elogio de JCF a RR.
Rui Rio lembra o buraco nas finanças e a injustiça da flat tax.
Rui Rio diz que o OE não aguenta o programa da IL e que mais que utópico, é injusto.
JCF repete a mentira que os jovens emigram por causa da progressividade de impostos altos (e não de salários baixos).
Começamos pela votação do orçamento com o Adelino a fazer de Jerry Springer “por que é que o BE foi irresponsável?”
Adelino não quer saber, quer o soundbite de “o BE foi irresponsável”
Este argumento de “abriu a porta à direita” por muito que também não queira um crescimento da direita é pouco democrático. Não é o BE que vota na direita, se a direita cresce é porque as pessoas votam nela 🤷🏻♂️ a esquerda (e o PAN) têm de ter é respostas melhores.
CM diz que o país precisava de um OE que respondesse às necessidades das pessoas e o PS não deu. CM diz que quem abre a porta à direita é o PAN que pondera viabilizar orçamentos do PSD que quer privatizar a saúde, como viabilizou, por exemplo nos Açores.