Em 1986, uma explosão na usina nuclear de Chernobyl contaminou a área com vapores radioativos.
Você sabia que a área de Chernobyl é hoje um refúgio para a vida selvagem?
Descubra como vivem os animais de Chernobyl nessa #biothreadbr e como a invasão russa pode impactar a área
O Acidente Nuclear de Chernobyl, ocasionado por falhas humanas e agravado por uma ação governamental ineficaz lançou toneladas de material radioativo na atmosfera, cerca de 20 vezes mais que as bombas de Nagasaki e Hiroshima em conjunto.
⚠️Alerta de imagens fortes na thread
Nos próximos dias, milhares de pessoas foram evacuadas de uma área de 30 quilômetros em todas as direções ao redor do reator, que ficou conhecida como Zona de Exclusão. o foco principal dessa thread.
Sobraram animais no local? É verdade que existem animais mutantes na região?
Os primeiros meses após o desastre foram marcados pelo aparecimento de uma enorme quantidade de animais e plantas mortos na região, em decorrência da exposição direta aos elevados níveis de radiação.
Imagem de u/Chernobylexplorer (Reddit)
Uma floresta local ficou conhecida como “Red Forest” (floresta vermelha), devido à coloração que suas árvores adquiriram após absorver substâncias radioativas, o que ocasionou a sua morte ao longo das semanas seguintes. Parte da área já se recuperou.
Centenas de animais foram mortos por oficiais na época. Todos os cavalos domésticos e a maioria dos cães que permaneceram no local morreram de câncer de tireoide. Grande parte das aves nativas tornaram-se inférteis. Diversos cães da região nasceram com mutações nos anos seguintes
Impactos ainda podem ser observados nas populações de aves atuais, que apresentam uma elevada taxa de tumores, deformidades nos bicos e mutações em sua coloração. Estima-se que cerca de 50% da biodiversidade local foi perdida logo após o impacto. Árvores também foram impactadas
Nos últimos 30 anos, a paisagem da Zona de Exclusão foi retomada pela biodiversidade. Pesquisas recentes apontam que, apesar da baixa biodiversidade e da redução da fertilidade dos animais locais, as espécies sobreviventes estão tendo um grande crescimento populacional.
O isolamento do local impossibilitou a caça de grandes mamíferos que, consequentemente, se multiplicaram na Zona de Exclusão, tornando-se um “Parque Involuntário” (Zona de proteção criada sem intenção direta devido ao abandono de uma área previamente utilizada por humanos)
Em 1998, após a constatação de que o local possuía populações viáveis de grandes mamíferos, equipes de conservação internacional soltaram 36 cavalos-selvagens-de-Przewalski (Equus ferus przewalskii) na região. +
Essa espécie, que se extinguiu na natureza por volta de 1969, conta hoje com programas de reintrodução pelo mundo, sendo o de Chernobyl um dos que apresenta maior sucesso, com uma população crescente. Os cavalos, inclusive, usam construções (apelidada de celeiros) como abrigo
Pripyat é, hoje, uma lembrança do poder de recuperação e de regeneração da natureza. Mesmo com níveis elevados de radiação no local, a ausência humana possibilita o florescimento da vida, até mesmo de formas que nunca imaginamos. Várias espécies ameaçadas vivem hoje no local.
Um padrão similar pode, inclusive, ser visto na Zona de Exclusão de Fukushima, no Japão
Essa experiência nos leva a crer que, muitas vezes, a capacidade de recuperação da natureza é maior do que o nosso poder de destruição. Por outro lado, quando o ser humano se propõe a ajudá-la, ela renasce e mostra todo o seu poder de regeneração.
A invasão da Ucrânia pela Rússia contou, inclusive, com a tomada da Zona de Exclusão de Chernobyl. Segundo a embaixadora da Ucrânia nos EUA, pelo
menos 92 ucranianos foram feitos reféns das forças militares russas no local.
Na imagem, militares ucranianos em Pripyat
O professor Pedro Costa Jr., pesquisador do Departamento de Ciências Políticas da USP, aponta que o acidente de Chernobyl representou o início do fim da URSS e sua retomada é um símbolo para Putin, que aponta que a queda da União Soviética foi o pior acontecimento do século XX
Putin não pretende "criar uma explosão nuclear explodindo Chernobyl" ou "utilizar materiais radioativos para bombas". Entretanto, além de expor seus soldados à radiação e ameaçar as pessoas no entorno, a ação irá afetar drasticamente o ecossistema local.
Mesmo sendo difícil pensar na natureza durante esses conflitos, além dos danos ecológicos, a fuga dos animais da região pode espalhar certos níveis de radiação, além de que sua reprodução em outros locais pode "contaminar" outras áreas com genes que, atualmente, só existem lá.
Grandes predadores podem migrar para regiões com uma menor concentração de herbívoros e acabarem invadindo fazendas, eliminando rebanhos e ameaçando o sustento de uma população já fragilizada pela invasão russa nas zonas rurais da Ucrânia
Por fim, a Agência Nuclear da Ucrânia relatou aumento dos níveis de radiação de Chernobyl. Partículas contaminadas com radiação permaneciam enterradas e a grande movimentação de veículos pesados está, novamente, liberando radiação no ambiente, que pode se espalhar pelo ar ou água
A invasão russa na área é uma tragédia ambiental e humanitária, que prejudicará anos de recuperação das populações de algumas espécies ameaçadas, além de arriscar a vida de centenas ou milhares de pessoas nos arredores da Zona de Exclusão
Você já ouviu falar no Macaco-de-loys, um primata de quase 1,60 m, extremamente semelhante a um hominídeo, que vivia na floresta Amazônica até 1917?
Venha conhecer o hominídeo das Américas que nunca existiu, em uma história que reúne fraudes, colonialismo científico e racismo.
Durante o século XX, a Europa e os Estados Unidos criaram um enorme interesse pelo Sul do mundo. "Regiões intocadas pelo homem" ou "pouco civilizadas" poderiam conter tesouros inimagináveis e curiosidades científicas, sendo frequentemente visitadas por "exploradores"
Expedições científicas muitas vezes eram exclusivamente realizadas com o fim de encontrar riquezas (sendo joias, metais ou "seres curiosos"), que poderiam ser vendidas para museus ou colecionadores. Múmias, animais, cabeças humanas, tudo valia, desde que oferecessem lucro
Essa cena é perfeita, mas sabia que o comportamento dessa baleia (e de outros animais que eu vou citar aqui) é péssimo para sua sobrevivência em um mundo cheio de humanos?
Segue o mini fio para conhecer a ingenuidade ecológica, o conceito que explica o desaparecimento do dodô
A ingenuidade ecológica (ecological naïvete) é um acontecimento evolutivo no qual animais que não possuem predadores (ou possuem predadores muito específicos) não possuem medo de um novo predador em potencial, sobretudo dos humanos
Extremamente frequente em ilhas oceânicas (onde ganha o nome de Island Tameness, algo como "adestrabilidade insular"), ela foi indiretamente responsável pela extinção de diversos animais, como o dodô. Sem predadores, a ave não via perigo nos humanos
As cachalotes (Physeter macrocephalus) são os maiores predadores com dentes dos mares e já foram o segundo maior animal do planeta. Antes da era da caça às baleias, indivíduos podiam chegar aos 25 metros de comprimento, embora hoje os maiores não ultrapassem os 18 metros
Seu principal alimento são lulas, incluindo a lula-gigante e a lula-colossal, animais que podem ultrapassar os 10 metros e, em teoria, podem ser muito maiores (baseado em ferimentos encontrados em cachalotes)
Você sabe como surgiu a #Caatinga? Sabia que ela é o único bioma endêmico do Brasil? Sabia que ela pode virar um deserto? Se liga nessa #BioThreadBR para conhecer um dos biomas com uma das histórias mais únicas do planeta!
A Caatinga (do Tupi ka’a [mata] + tinga [branca] = mata branca) é um "bioma" encontrado no nordeste do Brasil, presente nos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e ao norte do estado de Minas Gerais
Ph: Eraldo Peres
Estendendo-se por uma área de 1.037.000 km² segundo alguns autores, ocupa mais de 12% do território nacional e é lar de 12% da população brasileira e de 63% da população nordestina, o que, por si só, já demonstraria a importância do estudo desse bioma.
Um fato da paleontologia que faz as pessoas pirarem é que mamutes, preguiças gigantes, tigres-dentes-de-sabre e gliptodontes não são animais pré-históricos.
A pré-história acaba há 6.000 anos. Esses animais sobreviveram até tempos históricos, alguns por milhares de anos.
Já que estou atoa, vamos de mini thread
Último registro confirmado de um Megaloceros é de 6852 anos atrás, mas evidências recentes apontam que ele pode ter sobrevivido até 2521 anos atrás, no início da democracia da Grécia Antiga
Megaloceros por @JuliotheArtist
Doedicurus clavicaudatus foi um dos gliptodontes mais famosos. Seu último registro confirmado é de entre 4765-4445 BCE, embora um artigo recente (que precisa de mais investigação) aponte que ele pode ter existido até 4.830 anos atrás, após a criação da escrita pelos Maias
Os mamutes estão voltando!
Embora pareça coisa de ficção-científica, nunca estivemos tão perto de ter espécies extintas andando pelo planeta, e o mamute deve ser o primeiro!
Sege o fio
Arte por @JuliotheArtist #paleontology#paleonto#BioThreadBR
A chamada desextinção consiste no processo de clonar um organismo extinto. Ao gerar um embrião viável, ele é implantado em uma espécie geneticamente próxima daquela a ser clonada, e, em teoria, isso poderia trazer uma espécie de volta.
Surpreendentemente, isso foi realizado em 2009, quando o íbex-dos-pirineus foi clonado. A espécie, extinta em 2000, foi clonada com sucesso uma única vez, mas, infelizmente, o filhote morreu apenas 10 minutos após seu nascimento. Essa é a única espécie extinta duas vezes.