Há 151 anos, em 18 de março de 1871, tinha início a Comuna de Paris, primeira insurreição a lograr a instituição de um autogoverno proletário. A Comuna de Paris governou a capital francesa por 72 dias, tornando-se inspiração para todas as revoluções socialistas posteriores.
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Após a Revolução Francesa, a França se converteu no núcleo fundador do modelo de Estado burguês. Em que pese as profundas agitações sociais que marcaram esse processo, as mudanças privilegiariam quase que exclusivamente a burguesia, alijando a classe operária do poder.
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O processo de organização do proletariado começa a se consolidar a partir de 1820. A publicação do Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels e as Revoluções de 1848 intensificaram esse processo, levando à expansão do movimento operário nas grandes cidades europeias.
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Diante da organização dos trabalhadores, a burguesia reagiu abandonando suas características progressistas, reforçando sua natureza conservadora e assumindo o papel de antagonista da classe operária.
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Foi nesse contexto de crescente politização operária que irrompeu a Guerra Franco-Prussiana em 1870. A França foi decisivamente derrotada na Batalha de Sedan e o imperador Napoleão III foi capturado pelas tropas inimigas.
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Em setembro de 1870, fundou-se um governo provisório presidido por Adolphe Thiers. Diante do avanço das tropas prussianas, a elite francesa abandonou Paris, refugiando-se em Versalhes. O exército francês também retirou-se da cidade, recuando até Le Bourget.
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Os parisienses exigiram a instalação da Guarda Nacional para proteger a capital dos invasores e criaram um destacamento formado por cidadãos oriundos das classes populares. Os bombardeios prussianos, a fome e as epidemias dizimaram parte da população da cidade.
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Em janeiro de 1870, o governo francês assinou um humilhante armistício, comprometendo-se a ceder os territórios de Alsácia e Lorena. Paralelamente, Thiers convocou a eleição de uma Assembleia Nacional para administrar as condições de paz exigidas pelos prussianos.
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O pleito consagrou a vitória dos deputados monarquistas e conservadores, mas Paris, ressentida do abandono do governo provisório e influenciada pelo movimento operário, votou massivamente em deputados progressistas e republicanos.
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Os parisienses se negaram a largar as armas e rejeitaram o acordo com a Prússia. Thiers tentou quebrar a resistência patriótica de Paris suprimindo o salário dos guardas nacionais. Em 18 de março de 1871, tropas do exército francês foram enviadas para desarmar Paris.
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Entretanto, os trabalhadores se uniram à Guarda Nacional para debelar a investida do exército francês, expulsando os soldados e instituindo um governo proletário em Paris. Criaram então um Comitê Central para ocupar a Câmara Municipal e as repartições públicas.
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Rompendo com o governo de Versalhes, Paris tornou-se sede de uma democracia proletária e os trabalhadores começaram a controlar os clubes, as associações, os jornais e a Câmara Sindical. Também instalaram na cidade uma seção local da Primeira Internacional.
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O novo poder foi legitimado pelas eleições universais de 26 de março, que estabeleceram um Conselho Comunal - dito Comuna de Paris. O conselho era composto por 85 membros divididos entre republicanos moderados, blanquistas, jacobinos, internacionalistas e independentes.
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Sob a vigência do governo revolucionário, a Comuna de Paris efetuou uma política social avançada, substituindo a burocracia estatal pela autogestão coletiva. O novo governo congelou os aluguéis, decretou a separação entre igreja e Estado, aboliu o trabalho noturno,...
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...criou sociedades cooperativas, instituiu a educação laica gratuita e fundou um sistema de previdência social. Outras medidas tomadas incluíam a desapropriação e reocupação dos imóveis vazios, a redução da jornada de trabalho, a legalização dos sindicatos,...
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...a igualdade formal entre homens e mulheres, a abolição da pena de morte, a criação de escolas noturnas e de sexo misto, o projeto de gestão operária das fábricas, a adoção da bandeira vermelha como estandarte da Comuna de Paris — desde então um símbolo socialista.
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O governo francês organizou um gigantesco exército de 130.000 homens em Versalhes, que se juntaram às tropas prussianas para derrubar a Comuna de Paris. Após se apoderaram dos fortes de Issy e Vanves, as tropas francesas ingressaram em Paris em 21 de maio.
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Os membros da Comuna (ditos communardes), impuseram uma resistência heroica, mas foram subjugados pela superioridade bélica e numérica das tropas de Versalhes, sendo aniquilados em suas barricadas após alguns dias de batalha.
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O governo francês conseguiu debelar os focos derradeiros de resistência, dando início à chamada "Semana Sangrenta", encerrada em 27 de maio junto ao Cemitério de Père-Lachaise, onde os communardes foram fuzilados junto ao "Muro dos Federados".
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Cerca de 30 mil parisienses morreram durante o conflito. A repressão do governo francês foi extremamente violenta: 13.450 parisienses foram condenados após a tomada de Paris - 268 à pena de morte e os demais a trabalhos forçados ou deportação.
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A cidade foi destituída de seus líderes políticos e militantes revolucionários, além de sofrer um desfalque de 100.000 operários, mortos, aprisionados ou obrigados a fugir.
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Alarmados pela experiência revolucionária da Comuna de Paris, os governos europeus recrudesceram as ações de repressão contra o proletariado organizado. Fortaleceram-se assim as alianças políticas entre liberais e conservadores para combater os socialistas.
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A Comuna de Paris segue até hoje como uma das referências mais perduráveis para os socialistas por ter sido a primeira experiência a tentar instituir um governo de transição de um regime capitalista para uma democracia operária efetiva.
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A Comuna de Paris influencia até hoje o ideário das esquerdas. A experiência serviu de base para as ações adotadas pelos combatentes da Revolução de Outubro de 1917 e por outras revoluções socialistas registradas ao longo do século XX.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo, 20 de março, a suspensão das atividades de 11 partidos políticos que fazem oposição ao seu governo — quase todos de esquerda. Zelensky justificou a decisão afirmando que as agremiações seriam "pró-Rússia".
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A suspensão atinge o maior partido de oposição a Zelensky — a agremiação de centro-esquerda "Plataforma de Oposição - Pela Vida", que detém 44 das 423 cadeiras no Parlamento e controla 230 dos 1.780 oblasts regionais.
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Também foram suspensos o Partido Socialista da Ucrânia, a União das Forças de Esquerda e o Partido Socialista Progressista, entre outros. Partidos neonazistas e organizações que operam forças paramilitares como Svoboda, Pravyi Sektor e Corpo Nacional, seguirão atuando.
Depois de oito anos seco, o Canal da Crimeia está novamente vertendo água. O fluxo do canal havia sido interrompido pela Ucrânia desde 2014, mas as Forças Armadas da Rússia assumiram o controle do sistema hídrico e implodiram a barragem que bloqueava a água.
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Reagindo ao golpe de Estado de 2014 e à ascensão do governo neofascista pós-Euromaidan, a população da Crimeia exigiu a separação da Ucrânia e manifestou em referendo o desejo de se unir à Rússia. O governo russo aprovou a anexação e enviou tropas para ocuparem a Crimeia.
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Como retaliação, a Ucrânia construiu uma barragem na região de Kherson para bloquear o fluxo de água do Canal da Crimeia ainda em 2014. O canal desvia água do Rio Dniepre em direção à península da Crimeia e responde por 85% da água consumida pelos crimeios.
O erro basilar desse comentário é idêntico ao que se vê nas análises toscas e rasas da imprensa liberal/pró-atlantista: a tentativa de reduzir o conflito Rússia x Ucrânia a uma briga de Putin com Zelensky. Tratar uma disputa do sistema imperialista como fosse briga de bar.
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Não é Putin que está brigando com Zelensky. É o sistema imperialista, atlantista, que está tentando eliminar o obstáculo representado por uma potência militar não alinhada. É uma guerra por procuração insuflada há anos pelos EUA e seus aliados na OTAN.
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Essa guerra não se limita a Rússia. Inclui também a China, que passa pelo mesma tentativa de isolamento e demonização, com direito até mesmo a um genocídio fabricado pela mídia e revolução colorida no Cazaquistão, na fronteira com o problemático território de Xinjiang.
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Há 284 anos, em 19/03/1738, nascia o revolucionário peruano Túpac Amaru II. Descendente da linhagem imperial inca, Túpac liderou a maior insurreição anticolonial das Américas, responsável por mobilizar mais de 100 mil indígenas contra o império espanhol e a escravidão.
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Batizado José Gabriel Condorcanqui, adotou o nome de Túpac Amaru II em homenagem ao seu bisavô — Túpac Amaru, último imperador inca, executado em 1572 por conduzir uma revolta contra o domínio espanhol.
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Descendente da nobreza inca, Túpac herdou terras, cabeças de gado e um plantel de mulas utilizadas no transporte de mercadorias. Também herdou o título de cacique de Tungasuca, Surimana e Pampamarca, função que lhe granjeou enorme prestígio entre as comunidades indígenas.
As Forças Armadas da Rússia eliminaram Nikolai Kravchenko, fundador e líder do regimento neonazista Batalhão de Azov. A morte de Kravchenko foi confirmada por Andriy Biletsky, representante do batalhão.
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O líder neonazista foi abatido na última terça-feira, 15 de março, durante um ataque os militares russos a uma base do Batalhão de Azov em Mariupol. A organização é responsável por perpetrar inúmeros crimes de guerra, chacinas, massacres e estupros no leste da Ucrânia.
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Nikolai Kravchenko desenvolvia atividades paramilitares há décadas na Ucrânia. Foi o fundador da organização terrorista neonazista "Patriotas da Ucrânia" e colaborou com o golpe de Estado que derrubou Viktor Ianukovytch em 2014.
Joe Biden, então vice-presidente dos Estados Unidos, cumprimenta Petro Poroshenko, empresário bilionário que assumiu a presidência da Ucrânia após o golpe de Estado de 2014, que derrubou o governo pró-Rússia de Viktor Yanukovich.
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A participação dos EUA na articulação do Euromaidan é bem documentada. Burocratas da gestão Obama se reuniram com lideranças da oposição ucraniana antes do golpe de 2014, incluindo Joe Biden e o diretor da CIA, John Brennan.
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Victoria Nuland, subsecretária do Departamento de Estado, assegurou que o governo estadunidense gastou 5 bilhões de dólares para financiar o Euromaidan e a CIA financiou, treinou e armou organizações paramilitares neonazistas incorporadas à Guarda Nacional.