1. Sabemos que o navio-almirante da esquadra russa no Mar Negro se afundou ontem;
2. Existem duas versões sobre os acontecimentos: a 🇷🇺 e a 🇺🇦;
3. As duas coincidem num ponto: o #Moskva sofreu danos catastróficos por causa de uma explosão, provavelmente, no paiol de munições;
4. O mais natural é que uma explosão deste tipo tenha causado baixas na tripulação do #Moskva. Quantas? Não sabemos ainda;
5. O afundamento do #Moskva dá-nos boas pistas sobre a realidade da modernização militar na Rússia ou, em alternativa, dos problemas de manutenção e de segurança operacional de muitas das suas plataformas;
6. Se a versão 🇺🇦 do afundamento do #Moskva for verdadeira, este episódio releva o preço do erro humano da 🇷🇺 na avaliação da capacidade de inovação e de adaptação das forças ucranianas na realização de ataques a longa distância (c. 80/100 kms) da sua costa;
7. A 🇷🇺 mantém o controlo naval no Mar Negro; a 🇺🇦 poderá estar a caminho de negar/dificultar o acesso naval da 🇷🇺 a uma parte da sua costa na região de #Odessa;
8. Do ponto de vista psicológico e militar, o afundamento do #Moskva no dia #50 da Guerra Russo-Ucraniana de 2022 é uma péssima notícia para a 🇷🇺, que iniciou esta guerra para evidenciar a sua competência estratégica, capacidades militares e estatuto como grande potência;
9. Como veremos, a guerra contra a 🇺🇦 vai continuar. Os acontecimentos forçarão Putin 🇷🇺 a reagir no terreno militar e político. É um erro subestimar a 🇷🇺 e a sua determinação em ganhar esta guerra. Fim
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🧵sobre a caracterização e evolução da guerra na Ucrânia. Aqui faço um resumo do que tenho escrito na coluna "Guerra e Paz" no @expresso e defendido na @SICNoticias nos últimos dias:
1.#Putin 🇷🇺 têm vindo a conduzir uma guerra contra a 🇺🇦 desde o início de 2014. Esta guerra tem assumido várias formas. Durante alguns anos, foi de baixa intensidade. A partir de 24 de Fevereiro, passou a ser de alta intensidade;
2. Em Portugal parece-me existir a ideia de que esta guerra será rápida. O ciclo noticioso nas TVs, nos jornais e, sobretudo, nas redes sociais sugere que a guerra terá de acabar numa determinada data – 9 de Maio, por exemplo;
Sobre a #RussiaUkraineWar: 1. Não sei como esta fase da guerra da Rússia contra a Ucrânia acabará;🧵
2. O comentário e as análises politico-militares em Portugal sobre #RussiaUkraineWar ao longo das últimas semanas revela uma coisa muito interessante:
3. O seu ponto de partida tende a ser o da Rússia. Com isto não quero dizer que sejam mais ou menos favoráveis ao ponto de vista de #Putin, mas sim que partem de uma visão da estratégia russa e/ou de grande admiração pela arte operacional das forças armadas da Rússia;
1. Jornalistas no terreno: dão-nos os factos e a dimensão humana da tragédia que é a guerra. A experiência @CandidaPinto__, capacidade de observação @AnaRFranca, domínio da língua/cultura @IrynaShev, talento artístico @tmiguelmiranda são essenciais;
2. Especialistas: sabem imenso sobre a sua área. Tendem a pensar verticalmente sobre os temas que estudaram/estudam;
2.A Casa Branca concluiu que os interesses estratégicos dos EUA obrigam ao fim do ciclo iniciado em 2001 após o 11 de Setembro. A competição entre as grandes potências é mais importante para os EUA do que o contra-terrorismo. Há que escolher prioridades por causa da China.
3. A médio prazo, Washington espera que o custo reputacional pago durante a queda de Cabul permita aos EUA concentrar as suas atenções, recursos diplomáticos, económicos e militares junto à costa da Ásia.
Sobre o #Afeganistão: a história mostra que a política internacional tende para a tragédia; 1/8
A intervenção multilateral internacional no #Afeganistão após 2001 arrisca-se a produzir resultados ainda piores do que a intervenção unilateral dos EUA no Iraque em 2003; 2/8
As escolhas políticas e militares dos EUA e os seus aliados NÃO são continuar no Afeganistão ou retirar, mas sim escalar o conflito militar com os #Talibãs e aliados conjunturais para poder continuar no país ou, em alternativa, retirar; 3/8