A revista Lancet publicou um relato de caso de transmissão de varíola pelo monkeypox do ser humano para cachorro (o cãozinho dormia na cama). Mais estudos são importantes mas já fica o alerta para evitar contato muito próximo com animais de estimação durante o isolamento. Leia.
Doze dias após o início dos sintomas nos donos humanos, o cãozinho com 4 anos de idade e sem distúrbios médicos prévios, apresentou lesões mucocutâneas, incluindo pústulas no abdômen e uma ulceração anal fina. NÃO: NINGUÉM TRANSOU com o cachorro,
ele apenas dormia na cama dos donos como vários outros donos de pets permitem.
O cão testou positivo para o vírus monkeypox.
Os cuidadores tiveram o cuidado de evitar que seu cão entrasse em contato com outros animais de estimação ou humanos desde
o início de seus próprios sintomas .
Em países endêmicos, apenas animais selvagens (roedores e primatas) foram encontrados como portadores do vírus. A infecção entre animais domesticados, como cães e gatos, nunca foi relatada.
O caso sugere a transmissão do vírus de humano para cão. Dadas as lesões de pele e mucosa do cão, bem como os resultados positivos de PCR do vírus da varíola dos macacos de
swabs anais e orais, há a hipótese de ser uma doença canina real, não um simples transporte do vírus por contato próximo com humanos ou transmissão aérea (ou ambos). Isso deve estimular o debate sobre a necessidade de isolar
animais de estimação de indivíduos positivos para o vírus monkeypox.
Porém mais estudos são necessários.
Mesmo sem lavagem de esperma, fertilização in vitro ou reprodução assistida.
Basta estar indetectável há pelo menos 6 meses, com controle regular e rastreio para outras IST’s.
Direito reprodutivo é direito humano, para homens cis ou trans 🏳️⚧️
Ele, um pai vivendo com HIV, com carga indetectável há vários anos.
Ela, uma mãe que não vive com HIV e manteve relações sem preservativo com o desejo de engravidar. Não se infectou.
Uma pessoa vivendo com HIV com carga indetectável há pelo menos 6 meses não transmite HIV por via sexual. Indetectável = Intransmissível. Fontes: Estudos Partner, Partner 2 e Opposites Attract.
Estudo espanhol na Lancet mostrou
⁃Lesões anais e genitais são muito mais contagiosas que secreções respiratórias
⁃A proctite (inflamação do reto) é mais comum em praticantes de sexo anal passivo
⁃Vacina contra varíola no passado não garante imunidade contra monkeypox
Ou seja, a variante do surto atual tem algumas diferenças da que era vista na África.
Mesmo entendendo que NÃO se trata classicamente de uma IST, a transmissão por contato íntimo que ocorre no sexo é muito importante. Histórico de múltiplos parceiros e sexo
químico (sob efeito de substâncias psicoativas) de também têm sido relatados.
O epitélio da região anal e genital é muito delicado, sem queratinização e cheio de células do sistema imunológico, o que funciona como porta de entrada para monkeypox, HIV e IST’s.
Algumas novidades sobre varíola pelo monkeypox: 1) Quando tempo após posso retomar atividade sexual? 2) Qual a efetividade da vacina? 3) Fico imune após já ter tido?
Muito do conhecimento está ainda sendo construído. Então tudo pode mudar.
Leia com atenção e compartilhe. ❤️🩹
Não se sabe com certeza quanto tempo após varíola pelo monkeypox é seguro voltar a ter relações sexuais SEM preservativo.
A referência atual (OMS) é de 8 semanas, mas precisamos de mais dados sobre vírus em secreções anogenitais, pois parecem que ele pode estar
presente por muito tempo, mas não sabemos o real significado disso.
Portanto se for retomar, aguarde os 21 dias de isolamento até tudo cicatrizar e use preservativo por 8-12 semanas.
Se você foi vacinado (provavelmente fora do país), também espere duas semanas
Tive contato com alguém que foi diagnosticado com varíola monkeypox nos últimos 21 dias. Como devo proceder?
Um guia com cenários de alto, médio e baixo risco. Compartilhe.
Cenário de Alto Risco
1.Sexo ou contato íntimo com alguém alguém que abriu quadro nos últimos 21 dias,
com ou sem camisinha 2. Pessoas de casa que tiveram contato pele a pele próximo, como toques ou carícias frequentes, ou que
compartilharam roupas de cama, roupas ou toalhas. 3. Fluido corporal (suor, saliva, secreções genitais) em contato com os olhos, nariz ou boca 4. Ferimentos penetrantes de com agulha usada 5. Pessoa na sala durante um procedimento médico de geração
A orientação da OMS não foi ‘errada’. Múltiplos parceiros são um fator de risco importante para se infectar com varíola monkeypox. Mas direcionar para um grupo somente alimenta sim o preconceito. Pandemias não são estáticas.
O grupo vulnerável de hoje não é o mesmo de amanhã.
E o estigma plantado hoje permanece por anos. Até hoje não vencemos o da Aids.
E para ele não há vacina.
Toda infecção começa num grupo mais circunscrito até virar um problema mundial.
Então as medidas cabem para todos e COMO isso é falado, é essencial.
Quanto mais preconceito e estigma,
mais medo,
mais violência
e mais dificuldade para se testar e procurar ajuda.
Difícil imaginar um cenário que a OMS pediria para homens héteros transarem menos ou terem menos parceiras.
Mesmo tendo com alto número de IST’s assintomáticas.
Monkeypox não é problema de gays.
É de todo mundo.
Só que o sistema desigual , racista e lgbtfóbico só se preocupa quando o fardo atinge mais brancos, héteros e ricos.
Demonizam nossos corpos, repudiam nosso desejo e sempre julgam a culpa em nós.
Década de 80 novamente.
O vírus da monkeypox já aflige países africanos há muitos anos.
Alertas já eram enviados às autoridades e nunca foi feito nada de concreto (nem ao menos desenvolver uma vacina específica, afinal, tava só na ‘África’ ).
Mas só agora que ele saiu mais do continente africano começou a receber um pouco mais de atenção.
E em vez de pensar nos impactos ambientais e desigualdades que ocasionam a eclosão de nessas novas pandemias, o que as autoridades fazem: crucificam