Desde a redemocratização do Brasil, a partir de 1985, nunca houve tantos boçais em destaque na #política nacional. Em parte, a #internet e as #redessociais explicam isso, como bem disse o escritor italiano Umberto Eco.
Antes da #internet e das #redessociais, os idiotas da aldeia, como Umberto Eco os chamava, proferiam suas tolices e extremismos no botequim local, onde eram merecidamente ignorados. Hoje, armados de um celular, a estupidez de que se orgulham ganha visibilidade facilmente.
Com a tecnologia, os boçais estimulam-se, arregimentam outros e unem-se. Reunidos, são ainda mais maléficos. Confrontam o conhecimento científico, provocam #instituições, urram, são prepotentes na sua visão embotada. Alguns até se elegem ou são nomeados para importantes cargos.
Em muitos casos, são prepotentes e antidemocráticos, porque o confronto de ideias e o debate civilizado não lhes interessa. Acirram a polarização, na qual têm algum palco. Favorecem políticos populistas, que manipulam esses rebanhos e os levam a atacar adversários.
Políticos populistas dão atenção exacerbada a esses grupos e pautam muitas de suas ações por eles, que continuam urrando em redes sociais e em grupos de mensagens. O debate político e a ação governamental degradam-se. Esse fenômeno ameaça a democracia.
As redes sociais são uma realidade sem volta, mas é preciso amadurecer em seu uso, para não cair no jogo dos boçais. Estudiosos como Byung-Chul Han (“No enxame”) e Giuliano Da Empoli (“Os engenheiros do caos”) apontam o risco do mau uso delas para a democracia.
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