Flashes das eleições. Um (ex)amigo me disse que sou anti-Bolsonaro pois vivo numa bolha de classe média abastada que não sabe o que é viver na periferia. Por isso temos que matar vagabundo e armar a população, que precisa se defender.
Meu argumento pra ele e tantos outros sempre foi que vivem numa bolha de classe média abastada que não sabem o que é viver na periferia. Por isso precisamos de políticas públicas de inclusão e menos violência, porque matar bandido faz com que outros ocupem o lugar.
Meu argumento com bolsominions que vivem na Austrália foi de que Bolsonaro é a antítese de tudo o que a Austrália tem de bom, que são: discurso anti-bélico e anti-armentista, políticas públicas de inclusão social, estado laico, respeito constitucional, estado participativo.
O discurso bolsominion pra tentar me convencer de que Bolsonaro é a opção que tornaria o Brasil mais parecido com a Austrália é: ultracapitalismo e desburocracia, estaríamos longe do comunismo.
O primeiro caso é um exemplo de como podemos ter o mesmo argumento pra uma conclusão exatamente oposta. O segundo é como as pessoas constroem suas fantasias pra provar qualquer coisa. O que nos trouxe à Austrália foram austrálias diferentes (a dele não existe nestes termos).
Em comum com o primeiro há o fato de que eu e ele não sabemos o que é viver na periferia mesmo. Nunca vivemos. Com o segundo, o rapaz tem um deslumbre consumista que nunca tive. Primeiro mundo, pra ele, é video game e carro barato.
Escrevo isso aqui pois são duas histórias que tenho pensado bastante sem grandes conclusões definitivas. A única possível é que sigo defendendo os pontos que defendi.
