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1 like = 1 curiosidade sobre ser historiadora e pesquisadora no Brasil.
E de quebra uns causos.

Se flopar nunca existiu.
1. Historiador não é uma profissão regulamentada no Brasil atualmente. A PL 4699/2012, que tem essa função, foi modificada e aprovada pelo CAS e tá pronta pra ser apreciada pelo Senado Federal desde fev/2018. Estamos no aguardo.
2. A PL 4699/2012 prevê que podem exercer a atividade de historiador quem tem: diploma de curso superior em História; diploma de mestrado OU doutorado em História. Ainda será reconhecido como historiador qm não tem qqr desses diplomas mas exerce a função há pelo menos 5 anos.
3. Ter essa regulamentação não é unanimidade entre os historiadores no BR. Alguns dizem que é corporativismo e que vai mais limitar do que assegurar. Outros insistem que o fazer histórico é livre e não pode ser atribuído a um único profissional.
4. "História é ciência?" é a pergunta de um milhão de euros. Só podemos dizer que não é uma ciência nos moldes das ciências ditas duras, mas existe teorias e metodologias a serem rigorosamente seguidas. :)
5. Justamente por termos teorias e metodologias que a regulamentação é importante. Imagina se tivéssemos um tanto de livro ai querendo explicar a história sem nenhum rigor metodológico e só despejando várias abobrinhas e achismos anacrônicos sem cuidado nenhum? ;)
6. Assim como as "ciências duras", a História também lida com o problema na comunicação e entrosamento entre pesquisa e educação básica. Muita coisa que aprendemos nas escolas não condiz com as pesquisas mais atuais. Mas temos que ensinar o que está na BNCC.
7. Se você quer matar um historiador de ódio, basta citar como fonte o "History Channel" ou dizer que foram os aliens que construíram as pirâmides do Egito.

Mentira, não mata de ódio não, rs
Mas vai ganhar um sorriso amarelo com certeza.
8. Teoricamente podemos também trabalhar em museus, arquivos e patrimônio no geral, mas hoje em dia o escape de um diplomado acaba sendo exclusivamente a docência. De forma alguma é um demérito, mas reduz o compromisso da profissão com a sociedade.
9. Perguntar nosso espectro político em uma entrevista de emprego é mais comum do que vocês imaginam. Em uma seleção de colégio particular em BH perguntaram se eu era comunista. Já em uma seleção de cursinho em SP perguntavam qual era nosso espectro político...
10. Meus professores de história do EM nunca me encorajaram a seguir a profissão, fui de teimosia. Mas n pense que basta "gostar de história"... a graduação é um choque muito grande, principalmente as disciplinas mais teóricas. É muita leitura, debate, choro e ranger de dentes.
11. Um professor no 1º período disse na sala de aula que tinha muita gente fazendo História pelo glamour da erudição e que esse era o principal problema da acessibilidade ao nosso trabalho. Só quando entrei pra pós graduação que eu entendi o que ele quis dizer, kekeke
12. Sobre o 11, o território é muito complicado porque o campo é realmente cheio de vaidades. É mais garantido que você vá se dar bem se só fizer o beabá tradicional e n comprar briga. Questionamentos mais sérios só se você tiver cacife pra fazer, e inovar é um processo demorado
13a. Durante o século XIX e início do XX, o documento era encarado como prova de um fato histórico. Essa noção foi questionada e debatida. Atualmente o documento é uma janela para a construção histórica que será feita por um historiador, obedecendo problemas, hipóteses e métodos.
13b. Essa noção de documento como prova tinha um viés jurídico mesmo, pois a historiografia dessa época tinha como objetivo a narração dos fatos a partir destes documentos.
14. Uma boa analogia do que o historiador faz hoje é com uma colcha de retalhos: a documentação não necessariamente narra um fato, mas se costurada em uma colcha com outras fontes e contextos, ela ganha um outro sentido e dá pistas que antes poderiam ser imperceptíveis.
15. Documento é uma fonte histórica. E é fonte histórica tudo que deixa vestígio da experiência humana no tempo. Atualmente não existe uma caixinha de pré-definições. De forma geral, se pode ser analisado é fonte histórica.
16. Minha pesquisa é sobre comércio e contrabando no BR do início do XVIII envolvendo um grupo social específico da época: cristãos-novos. Não é um tema novo, mas é muito legal perceber outras nuances na documentação a partir de novas metodologias! Essa é a beleza da pesquisa! :)
17. De forma geral, fazemos excelentes pesquisas aqui no BR! Mas infelizmente, passamos a sofrer muito com uma produtividade predatória que exige uma quantidade absurda de publicações em prazos esdrúxulos. Isso compromete muito a qualidade da nossa produção.
18. Como reflexo da nossa sociedade, historiadoras tbm sofrem com o machismo. Somos constantemente consideradas inferiores e nossos trabalhos marginalizados. Sempre faço o exercício de perceber os convidados dos eventos da área: se tem só macho o evento cai no meu conceito.
19. Pior que não é difícil dar uma fuçada no lattes e procurar uma mulher foda que trabalhe com um tema similar ao de um homem com carreira ja consolidada e com um séquito de lambe botas suficiente pra ele ter o ego inflado. Faz parte da nossa profissão romper esses nós.
20a. Há um tempo bem recente a historiografia brasileira andava de mãozinha dada com a portuguesa. Isso é bom e ruim, afinal quando o colonizado começa a concordar muito com o colonizador é pq tem alguma coisa errada.
O divórcio tá bem dolorido, principalmente pros tugas.
20b. Sou luso-brasileira e fiz alguns intercâmbios em universidades portuguesas. As diferenças de abordagens historiográficas realmente n são mais compatíveis em vários aspectos, sobretudo no que tange o tema da escravidão. Fora q é necessária a emancipação da historiografia br.
20c. Isso não quer dizer que tem que acabar a cooperação e fechar os canais. Eu sou mais a favor de um relacionamento crítico do que um casamento abusivo (que era mais o que rolava antes). Dá pra gente trocar muita ideia sim!
21. Em um simpósio q eu coordenei com outras colegas, um cara levantou pra bater só na apresentação de uma graduada - q teve o seu trabalho destacado pela excelência acadêmica - pelo simples fato dela ainda ser graduada. Ele saiu sem orelhas do tanto que ouviu das coordenadoras.
22. historiador marxista ≠ professor que qr doutrinar e implantar o comunismo. De forma bem resumida, um historiador marxista é aquele que analisa seu objeto a partir do viés social, da luta de classes e do materialismo histórico.
23. Qual a relevância de estudar o que eu estudo? Bom, você começa entendendo que a corrupção no BR não começou com o PT nem com qqr outro governo recente. E quanto mais entendemos as raízes, mais somos capazes de cortar e resolver os problemas.
24. Dos arquivos brasileiros que eu já visitei, todos tinham estruturas bem precárias e/ou com condutas muito burocráticas. Os piores acondicionam os documentos em caixas sem qqr cuidado ou catalogação. Temos que buscar o documento na mão, lendo folha por folha.
25. Em contraste, os arquivos portugueses são muito bem cuidados. A atual Torre do Tombo, em Lisboa, foi projetada para ser um local de guarda arquivística, os materiais de construção foram selecionados para evitar umidade, calor e outros fatores que acelerem a deterioração.
26. Aliás, portugueses e espanhóis ocupam a vanguarda das políticas e soluções arquivísticas. [não sei se isso caiu]
27. O Arquivo Nacional do Rio de Janeiro ficou meses fechado para consulta pública por causa de um problema nos DOIS ELEVADORES que serviam pra descer e subir documento do depósito. Os pesquisadores brasileiros botaram vários ovos com essa situação, inclusive eu.
EU VOU CONTINUAR ESSA THREAD SEM LIKES PORQUE SIM.
AGORA EMPOLGUEI SEGURA MEU POODLE!
28. O incêndio no Museu Nacional foi uma facada no nosso coração. Representa bem a falência do patrimônio histórico brasileiro, a falta de cuidado e descaso com a memória. Vários colegas perderam a pesquisa e tiveram que desviar seus projetos pra contornar a situação.
29. Historiador pode ser hi-tech também! Meu trabalho envolve redes e rotas comerciais, então é muito nome, data e lugar pra guardar. Desenvolvi um banco de dados relacional e faço análises usando R. Aprendi um cado de Data Science! :)
30. A graduação em História no Brasil tem excelência. Ouso dizer que é melhor do que a portuguesa - regida pelos acordos de Bolonha. Então deixa aquele seu coleguinha que desdenha da sua escolha falando sozinho. Você escolheu um excelente curso!
31. Trabalho com manuscritos do século XVII e XVIII. Não existia formalidade gramatical nem difusão de uma forma caligráfica padrão. O resultado disso é uma miscelânea de letras e várias formas de escrever uma única palavra.
32. Pode parecer surreal, mas História da África é uma área novíssima no Brasil. E nunca confundam história da África com história da escravidão. São áreas distintas e, apesar de dialogarem, tem objetivos e métodos bem distintos.
33. Um ranço meu, inclusive, é pesquisador da história da Escravidão prestando concurso pra cadeira de História da África.
34. Tem historiador já bem grandinho, velho de guerra e calejado que ainda fica disputando quem faz "mais história" do que o outro. Como se não bastasse, ainda estimula seus alunos a disputarem entre si também.
Preguiça não define.
35a. Fui editora de uma revista acadêmica bem na época de mudanças no Qualis (sistema da CAPES q avalia periódicos e faz recomendações p/ editoração). A estrutura é cruel com alunos da pós-graduação, em nome daquela produtividade louca que eu mencionei acima.
35b. Os periódicos perdem pontuação se publicarem artigos de não doutores. O aluno pode até ter o seu artigo aprovado, mas publicar depende do Chefe. Então o aluno publica nos estratos baixos, q estão condenados a não subirem muito pq o sistema retroalimenta alguns vícios.
35c. um esclarecimento: o Qualis é definido por área. Então cada área vai ter o seu tipo de Qualis. Pra vcs sentirem a maluquice: a revista q eu editorava é B4 (baixo) para História, mas B2 (intermediário) pra outra área que eu não me recordo agora.
35d. Revistas de "estratos baixos" comumente são revistas discentes, isto é, publicam trabalhos de alunos. Elas são engessadas pelo Qualis e não podem passar do B3 (que já alcançam com custo). P/ a revista ser minimamente qualificada (B5), o double blind é obrigatório.
36. Seguindo a tendência, a área também tem experimentado o aumento de casos de estresse, depressão e outros distúrbios psicológicos. A pós-graduação como um todo está doente. Pressão, prazos e políticas de avaliação são os principais algozes.
37. Santíssima trindade da pesquisa acadêmica: Google Acadêmico, Libgen e Scihub. Se colocar aspas então é paixão avassaladora.
38. Existem arquivos particulares no Brasil. A igreja Católica, por exemplo, tem salvaguarda de muitos documentos. Esse tipo e acervo é bastante restrito e as vezes inacessível. Uma carta de recomendação pode ajudar, mas não é garantido.
39. Tem muito youtuber produzindo material bacana de História, a maioria voltada pra ENEM. Dos que eu conheço só o Nerdologia com o Felipe q produz conteúdo mais descolado. É uma mina de ouro que nenhum historiador quer investir. Se eu tivesse mais carisma, faria um canal, rs
40. De forma geral, somos excelentes pesquisadores. Uma boa parte consegue ter sucesso na docência. Mas somos PÉSSIMOS divulgadores científicos (em termos de conseguir conversar com a sociedade). Tenho algumas teorias pra isso... mas prefiro abordar de outra forma.
41. Um dos cabeças do “maior podcast do Brasil” já nos desqualificou varias vezes. Nos episódios históricos (q eram feitos com roteiro de Wikipedia) sempre tinha erros grotescos.
Melhorou mto com a entrada de um professor competente, mas até lá o ranço já tava instalado.
42. Ainda sobre um dos cabeças do “maior podcast do Brasil”: em um bloco de leitura de e-mail, uma colega enviou um com algumas correções. Ela foi escrachada, de forma até misógina.
Antes de ser só patifaria, é um puta desrespeito com o nosso trabalho.
43. Somos taxados de “chatos” qdo tentamos explicar alguma coisa, muito em parte pq na cabeça das pessoas a História ainda é só um tanto de fato. Ai quando começa o “não é bem assim...” a pessoa já tá virando o olho, rs
Juro que tentamos explicar da melhor forma possível, tá? ;)
44. Ano passado me inscrevi para um congresso promovido por duas universidades estrangeiras.
Uma não queria cobrar taxa de inscrição. A outra sim (e cara).

Eu recebia diariamente 2 e-mails: um me cobrando e outro desconsiderando o anterior.
RISOS
45. Eu não fui ao tal evento. A universidade que tava cobrando era a responsável pela confecção do material impresso.
Meu nome saiu errado. O título da minha comunicação também... enviei email e só corrigiam mediante o pgto.
Fiquei muito pistola
46. Pesquisadores africanos e latino-americanos são os mais simpáticos! Eles nos tratam com muito respeito e trazem sempre novas perspectivas!
47. Historiadores brasileiros comumente não estão nem aí pra serem referidos pela titulação em uma conversa ou e-mail. É um choque muito grande quando um estrangeiro nos pede para ser tratado pela titulação.
48. Falando em youtubers, amo a @DedaAladim e a Tati do @historizando_.
ambas são colegas da UFMG e mandam super bem!
Recomendo muito!
49. To falando na orelha de vocês e cês nem me conhecem, né... meu nome é Natália, sou licenciada em História pela UFMG, mestrado pela UFJF e atualmente to terminando o doutorado na UFMG.
Entrei na universidade em 2007. :)
50. As vezes eu to já há horas lendo os meus manuscritos e é super comum de repente aparecer um "to com mico que vai votar". Chama cansaço e significa que tá na hora de parar, rs
Já vomitei por ficar lendo manuscritos por horas seguidas, eles exigem muito mais na leitura.
51. Meu companheiro @RhuanFerGo é historiador também e estuda Historiografia da Arte. Nos conhecemos em um intercâmbio em Portugal, há 7 anos.
Historiador fala muito né? Agora imagina DR entre dois historiadores, rs
52. Se você pergunta uma coisa de história pra um historiador e ele não sabe responder, não significa que ele é ruim. Nós vamos nos especializando em assuntos bem específicos e por mais que tenhamos feito uma graduação muito abrangente, é difícil reter tanta informação.
53. Sou historiadora e amo aviões. Já passou pela minha cabeça fazer engenharia aeroespacial, mas não decolou, rs
Fico só de espectadora e amo o @avioesemusicas
54. Minha principal fonte manuscrita são os processos da Inquisição de Portugal. Cristãos-novos era considerados judeus em potencial e a Inquisição utilizava uma espécie de "presunção da culpa" p/ julgar suspeitos.
Cruzando as fontes, dá pra montar um quebra cabeça comercial.
55. Como assim processos da inquisição e quebra-cabeça comercial? É pq cristãos-novos eram em grande parte comerciantes. No processo contém inventários e as confissões podem indicar encontros comerciais. Toda informação extraída é filtrada e confrontada com muito cuidado.
56. Atualmente eu trabalho com mais ou menos 500 linhas de informação para cruzar uma rede comercial que atuou durante 30 anos. Montei dois bancos de dados: um só com nomes, data e locais, outro com todo o relato extraído dos processo.
57. A maioria dos processos da Inquisição estão disponíveis online no site da Torre do Tombo. A Inquisição de Lisboa está praticamente digitalizada na íntegra, as outras inquisições (Coimbra, Évora e Goa) não. O acesso: digitarq.arquivos.pt
58. Trabalho com muitos dados e sofri com um apagão ano passado: tinha tanta informação na minha frente que não conseguia extrair nada. A ciência de dados me ajudou (e ainda ajuda) a organizar melhor essas informações.
É um estudo constante pra melhorar essa questão.
59. Como quase tudo na modernidade, a pesquisa também se fragmentou e se especializou. Não existe mais aquele pesquisador que abrange toda a História da Arte Africana, por exemplo, mas sim aquele pesquisador que é especialista em máscaras africanas produzidas pelo Reino do Kongo.
60. A História é um eterno revisionismo no sentido de revisitarmos objetos e fontes e olhar para eles com outras perguntas e métodos. Muito cuidado pq isso NÃO É O MESMO que revisionismo histórico ou negacionismo, duas coisas extremamente antiéticas e pseudocientíficas.
MEUDEUSDOCÉU AGORA TENHO MUITOS LIKES! HAHAHAHAHA
VOU TENTAR HONRAR O COMPROMISSO, PROMETO.
61a. Nas graduações brasileiras, existe uma grade obrigatória dos grandes temas, chamado núcleo de formação comum: (Hist. Antiga, Medieval, Moderna, Contemporânea, das Américas, da África, do Brasil + disciplinas teóricas e metodológicas).
62b. mas cada graduação tem a sua própria estrutura curricular, definido por projeto pedagógico (aprovado pela Reitoria), normalmente composto desse núcleo comum + formação específica (1 específica p/ bacharelado outra específica p/ licenciatura) e disciplinas optativas.
62c. Cada programa de graduação tem projeto pedagógico próprio, atendendo as especificidades de cada região e também do eixo de investigação da pós-graduação (se houver). Tudo obedecendo resoluções internas da universidade.
63a. O curso de graduação é dividido em duas modalidades: bacharelado (pesquisa) e licenciatura (formação de professores).
Todo licenciado é meio bacharel, mas nem todo bacharel é licenciado. A maioria dos concursos públicos p/ professor exige licenciatura, por exemplo.
63b. Mas para seguir na pós graduação, tanto o bacharel quanto o licenciado podem seguir carreira de investigação. :)
64. Na UFMG, são mais de 2200h de carga horária na licenciatura em História. Não formamos despreparados, nem doutrinadores malucos, nem vagabundos.
65. Cada programa de pós graduação (PPG) tem a sua própria grade curricular. Comumente tem 1 disciplina obrigatória, conhecida como Seminário, onde os alunos leem e discutem seus projetos. As outras disciplinas obedecem os eixos temáticos e teórico-metodológicos do PPG.
67. É comum pesquisadores internacionais que comparecem para alguma banca do PPG acabarem estendendo a estadia e ministrarem mini-cursos ou disciplinas curtas.
68. Os PPGs obedecem critérios de formação e investigação definidos pela CAPES, com o objetivo de alcançarem excelência acadêmica e internacionalização. Ai que entra o motor de moer carne da pesquisa no Brasil.
69a. A CAPES avalia os PPGs quadrienalmente. São enviados relatórios p/ comissões de área, q se reunem para quantificar e qualificar a produção acadêmica de cada PPG: livros e artigos publicados por docentes e discentes, tempo médio das defesas, quantidade de teses defendidas,
69b. qualificação e renovação do quadro de docentes, participação em eventos nacionais e internacionais, internacionalização e por ai vai...
Ai obedecem qualidade (o Qualis que eu já contei por alto), e quantidade (+ rápido e + publicação, melhor).
70. A Capes dá notas de recomendação para os programas de pós graduação de 3 até 7. Para um programa ter curso de doutorado, precisa ser no mínimo nota 4.
A partir da nota 6, o programa tem padrão internacional e se manter ou subir para 7 é considerado de excelência acadêmica.
71. Se o programa não tem recomendação mínima 3, os diplomas que emitiu não são mais reconhecidos e a autorização de funcionamento é cancelada.
72. A recomendação é que programas com notas mais altas (6 e 7) foquem mais na formação de doutores do que de mestres, por causa do padrão de excelência.
Por isso é comum que esses programas ofereçam mais vagas para doutorado e vá diminuindo as vagas do mestrado.
73. Depois desses 72+ tweets, acho que vocês já podem imaginar o tamanho da nossa decepção quando somos desqualificados. Cada notícia que aborda o descaso com a educação ou desmonte da ciência brasileira é um soco no nosso estômago.
74. Ainda mais quando tentam nos pintar como "desnecessários" à sociedade brasileira. Seguimos padrões e regras internacionais de pesquisa. O sistema corrói nossos pesquisadores até ficarem exaustos e doentes.
75. De forma geral, o BR vem perdendo muitos profissionais qualificados de diversas áreas por falta de oportunidade. A universidade pública brasileira forma sim excelentes pessoas! Qualificamos excelentes mestres e doutores.
Lutem conosco para que possamos manter isso e melhorar!
CORREÇÃO: no nº 64, eu quis dizer que só a grade específica da licenciatura (prática, estágios e disciplinas com assunto educacional) tem 2200h de carga horária.

Da forma que está deu a entender que o curso todo tem 2200h. Dsclp :P
GENTE, eu nunca tive tanta interação assim em uma rede social na vida!

MUITO OBRIGADA vocês que tão curtindo e repercutindo a thread!
É gratificante receber tanto carinho 💜
Vou responder todos que tão me mandando msg e perguntando sobre assuntos + específicos!
76. História é uma área super interdisciplinar. Sempre tá no nosso banco de carona a Filosofia, Ciências Sociais, Antropologia, Letras, Jornalismo, Economia... e dialogamos com muitas outras áreas!
77. Em pesquisas internacionais dialogamos até com a #Biologia! Exemplo: tem um grupo de pesquisadores de várias áreas que investigam a questão da cooperação humana em vários aspectos, desde o viés evolutivo até a sua função em redes comerciais históricas.
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