Thread by @naeradogarrafao

Vamos aproveitar essa data tão especial para falar sobre a mulher mais importante da história da modalidade (que muito provavelmente você nunca ouviu falar, mas deveria).

Senda Berenson, a mãe do basquete feminino.

Segue o fio!

Nascida em 1868, Senda era uma judia natural da Lituânia que mudou pros EUA quando criança. Foi uma criança com problemas na coluna e aula de ginástica a fizeram se sentir melhor, o que a estimulou a se tornar uma instrutora de educação física para mulheres.

Em 1891 arrumou um emprego na Smith College de estimular exercícios físicos para as estudantes. No mesmo ano, James Naismith lançou seu livro com as 13 regras originais do basquetebol, esporte que ganhava popularidade rapidamente nas escolas americanas.

Em 1892 Senda, sentindo que as meninas nutriam cada vez menos gosto pela ginástica, leu as regras e achou que poderia funcionar. Até então permitido apenas ser jogado por homens, a professora organizou o primeiro jogo de basquete entre mulheres da história que se tem registro.

O jogo aconteceu entre calouras e segundo anistas. Apenas mulheres foram permitidas entrar no ginásio e assistir a partida. A forma como as jogadoras e torcida se envolveram com o jogo, segundo seu diário, foi a cena mais bonita e emocionante que ela já viu.

A forma como as jogadoras trabalharam em equipe, a emoção das meninas que estavam assistindo gritando de emoção na arquibancada, tudo foi registrado em seu diário. Senda Berenson imediatamente se apaixonou pelo jogo. E decidiu q iria ajudar a popularizar entre mulheres o esporte.

Mas havia um problema: naquele jogo, a pivô de uma equipe deslocou o ombro. Senda achou que aquele conjunto de regras era um jogo muito bruto para mulheres jogarem (lembrem-se que estamos em 1892). Então o que ela fez? Resolveu adapta-lo.

Assim nasceu seu guia de regras de basquete para mulheres, que estabelecia uma dinâmica menos física para o jogo. Tentar roubar a bola era proibido, dividia a quadra em três zonas onde as jogadoras designadas não pudessem sair e estimulava os passes e mais trabalho em equipe.

Assim ficou desenhada a quadra do basquetebol feminino. E o jogo ficou tão popular entre mulheres que suas regras se tornaram as regras oficiais para a modalidade jogada por todas as mulheres nos Estados Unidos a partir de 1899.

Senda entrou em um comitê nacional que definia as normas para todos os esportes jogados por homens e mulheres em escolas e universidades nos Estados Unidos em 1905, onde até 1917 continuou trabalhando em prol do basquete jogado por mulheres. Faleceu em 1954.

Seu legado, no entanto, nunca morreu. Até hoje é possível ver no basquete feminino as características que ela acreditava e estimulava. Um jogo mais técnico, mais pensado, mais coletivo. Um jogo melhor na visão dela e de muitos que a sucederam no crescimento da modalidade.

Senda Berenson foi a primeira mulher a ir ao hall da fama do basquete. E sua descrição do primeiro jogo de basquete que presenciou é de cair lágrimas nos olhos.

Vida longa à Senda Berenson, a mãe do basquete!