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Durante um debate na #CND, principal fórum internacional para a formulação de políticas de drogas em nível global, a pesquisadora brasileira e assessora da @PlataformaPBPD foi interrompida pelo Coordenador-Geral da Polícia Federal, Elvis Aparecido Secco.
Enquanto apresentava dados do Observatório da Intervenção sobre os principais impactos da intervenção federal no Rio de Janeiro, apontando o aumento de 35% no número de pessoas mortas pela polícia, Luciana Zaffalon foi interpelada pelo policial federal, que questionou os dados.
O delegado questionou as conclusões da pesquisadora, afirmando que não se poderia dizer “pessoas” de forma tão genérica considerando que não se tratam de inocentes.
Antes que pudesse responder, o delegado afirmou: “Para mim, são pessoas criminosas. No RJ há mais pessoas que cometem crimes contra a polícia [do que o contrário]”, disse. Se essas pessoas são consideradas criminosas, elas devem ser investigadas e julgadas”, respondeu Zaffalon.
Secco discordou e afirmou que não são “apenas inocentes” que morrem em confrontos com a polícia, mas foi relembrado por Zaffalon de que as leis brasileiras não preveem, na teoria, a pena de morte.
Entre os participantes do painel, o clima foi de estranhamento. Tanto os eventos oficiais quanto os side events na ONU são extremamente protocolares, com falas cronometradas e momentos específicos para o debate.
Não houve diálogo, mas sim uma intimidação como se apresentar dados da realidade brasileira fosse inaceitável. Quando ressaltei que se tratavam de dados oficiais fui interrompida pelo agente federal que disse ter ele também seus próprios dados", afirmou Zaffalon.
A mensagem que queria passar era essa: a de intimidação. Eram números oficiais, mas que foram tornados públicos”, afirmou Isabel Pereira, da organização colombiana @Dejusticia, que mediou a mesa.
Saiba mais e assista ao vídeo aqui: pbpd.org.br/em-sessao-de-c…
