Thread by @nelsonhbarbosa

1/ O contingenciamento de 2019 decorre da meta de resultado primário, não do teto de gasto

Receita abaixo do projetado torna necessário cortar gasto discricionário, mesmo com gasto menor do que teto

Se houvesse apenas meta de gasto, não haveria corte

2/ Governo conta com receita extra do leilão de petróleo, em outubro, para liberar recursos retidos

Mas como os indicadores da economia apontam estagnação ou até recessão, outubro pode ser longe demais

E ainda há a incerteza jurídica devido à regra de ouro

3/ Solução de curto prazo seria mudar meta de primário e cumprir teto de gasto, que ainda assim representa ajuste em relação ao ano passado

Medida elevaria o dólar, mas poderia ser compensada por aprovação mais rápida da reforma da previdência, após os ajustes necessários

4/ Solução de longo prazo é mudar LRF (adotando meta de gasto em vez de meta de primário), mudar regra do teto (eliminando congelamento real de 20 anos por meta quadrienal de crescimento real) e aprovar lei para lidar com eventual violação temporária da regra de ouro.

5/ Tudo poderia ser feito de uma só vez, via PEC, a "PEC do compromisso", flexibilizando política fiscal no curto prazo e promovendo reformas estruturais do gasto no médio prazo.

A iniciativa também poderia encaminhar questão de Estados e Municípios, com contrapartida, a lá FHC.

6/ Se o governo não promover solução organizada, as iniciativas virão de modo desorganizado, do Congresso e do STF.

Na economia, existem alternativas ao "austericidio" proposto pelo governo.

Mas, na política, ainda não há consenso, para um lado ou para o outro.

7/ Por fim, alguém do governo, mas fora da equipe do Ministério da Economia deveria explicar a situação aos militares e ... vá lá ... até ao Onix e à família Bolsonaro.

Solução pode ser emenda no PL de crédito extra de R$ 248 bi, que já está na CMO, mas não contem ao Guedes.