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O ministro da educação afirmou que a prioridade do governo é relaxar as regras de regulação de cursos e instituições privadas para garantir a expansão dessa rede. Como é o histórico recente do nosso ensino superior? Que efeitos podemos esperar dessa decisão? 1/n >>>>>
O ministro da educação afirmou que a prioridade do governo é relaxar as regras de regulação de cursos e instituições privadas para garantir a expansão dessa rede. Como é o histórico recente do nosso ensino superior? Que efeitos podemos esperar dessa decisão? 1/n >>>>>
Primeiramente, algumas características gerais do sistema de ensino superior brasileiro. Imensa maioria (75%) de nossas matrículas já são da rede privada, umas das maiores porcentagens do mundo. 2/n
Poderíamos imaginar que apenas o setor público se expandiu recentemente. Não, pelo contrário, nos últimos 16 anos, dobrou o número de instituições de ensino superior no Brasil. O crescimento das IES privadas (110%) foi maior do que o das públicas (68%). 3/n
Falando do número de matrículas, quando se consideram os anos de 2007 e 2017, observa-se também um crescimento maior na rede particular, 59,4% contra 53,2% na rede pública. 4/n
O crescimento no número de ingressantes entre 1994 e 2017 foi de 596% no Brasil. A expansão foi de 269% na rede pública e de 769%, na privada, mais que o dobro. Fonte: revistapesquisa.fapesp.br/2018/10/22/ens… 5/n
Esse crescimento de matrículas e ingressantes na rede privada tem sido puxada também pela oferta de cursos à distância. Entre 2007 e 2017 as matrículas EAD aumentaram 375% ao todo, conforme o Censo da Educação Superior. educacao.estadao.com.br/noticias/geral… 6/n
Esse cenário nos remete a questão, o que esperar? Tomando como base o Índice Geral de Cursos e o Conceito Preliminar de Cursos (INEP), a rede privada tem uma avaliação mediana em termos de instituições e cursos, mesmo com a exigência de regulação atual, em tese, mais rígida. 7/n
Os cursos de educação à distância ainda representam um desafio no que tange a garantia da qualidade, há poucas pesquisas sobre egressos e os dados do CPC indicam avaliações piores do que cursos presenciais. 8/n
Caso adentramos para o campo específico da formação de professores, a oferta de licenciaturas EAD preocupa, já representa 42% de todas matrículas, puxadas pela rede privada. A qualidade dessa formação tem e terá impacto direto na qualidade educação básica. 9/n
Nossa proporção da população com ensino superior é baixa na comparação internacional e a qualidade da formação que ofertamos precisa garantir ganhos de produtividade e algum grau de autonomia científica e tecnológica, hoje a rede pública responde melhor a essas demandas. 10/n
Esse ano o MEC já acelerou o credenciamento de IES privadas (educacao.estadao.com.br/noticias/geral…). Resta saber se apostar (afrouxando as exigências) apenas na rede que já é hegemônica e que tem resultados modestos, ao passo que se sucateia a rede pública, é uma política estratégica sensata.
