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Deixa eu aproveitar esse comentário do amigo @maiquismo para esclarecer algumas diferenças entre o que diz um Roger, por exemplo, e o que alguns outros colegas e eu (falo por mim, claro) estamos discutindo. Vamos tomar como tema o ataque. (+)
Ao meu ver, o futebol brasileiro não tem uma 'essência'. Dizer isso é dizer que o futebol brasileiro é determinista, determinado a priori, nasceu com um DNA (portanto, dado por alguém). Mas não, acredito que o futebol brasileiro fez-se a si próprio a partir da cultura. (+)
Como em inúmeros lugares do mundo, o futebol brasileiro fez-se, muito, pela rua. Para quem gosta de ler, isso não é 'malandragem' ou 'terraplanismo'. Significa que o nosso futebol se fez por terrenos e bola incertos, poucas regras, idades diversas - e se fez através de jogo. (+)
O advento da ciência trouxe e traz ENORMES contribuições, mas também sofre de leituras equivocadas. Muitas dessas leituras negam a liberdade inerente ao ato de jogar - e, claro, negam a rua. Talvez seja dessa liberdade que o Roger fala. Mas veja, liberdade não é anarquia. (+)
Dar liberdade espacial a um ou diversos jogadores no momento ofensivo é absolutamente legítimo. Mas é isso que alguns colegas, intoxicados a ponto de achar que o único futebol possível é o da posição (posición), da localização, da amplitude e da 'ordem', não admitem. (+)
Este é um futebol possível, como também o é futebol da assimetria, da liberdade, de uma certa insubordinação, da autonomia - e todas elas vinculadas ao modelo. É simplesmente constrangedor achar que isso fere este ideal canhestro de modernidade que se cria aqui e ali. (+)
Há formas e formas de viver a vida, como há formas e formas de viver o futebol. Ao meu ver, é essa pluralidade que ainda escapa a alguns colegas - geralmente os mais seguros de si. Daí, uma série de equívocos, que se alastram aos pouquinhos.
Mas o debate é remédio.
Mas o debate é remédio.
