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Na madrugada de hoje a PM me fotografou com as mãos sob o capô do meu carro, sendo revistado por um policial, o que eles chamam de fichamento. Conheço o sistema, em meses posso ser indicado por ser negro, sendo reconhecido em um álbum de fotografia no modos "todo preto é igual".
Era uma blitz policial, apesar da fotografia após revista no veículo fui liberado. A questão é que era uma rotina policial, porque e para que eu seria fichado? E se apenas suspeitos de um crime são fichados, repito: porque fui fichado? Se não havia crime registrado. Pq fui...?
E que merda de fichamento é esse que só opera por fotografias? Não precisa ser advogado, advogar em prisões racistas para saber que o Estado na pessoa da PM não pode sair fichando PESSOAS sem justo motivo. O que são PESSOAS para o Estado?
O método de reconhecimento por fotografias ilícitas é chancelado pelos Tribunais. Advoguei no caso Babyi de SP, advogo no caso João Victor no RJ, jovens negros inocentes presos por reconhecimento por fotografias ilícitas promovidas por policiais militares. Agora minha vez...
Se o judiciário que promove o último filtro do encarceramento da população negra não chancelasse o comportamento ilícito, talvez não seria praticado por policiais em seu senso ético profissional de justiça, que não passa de um justiçamento pelas razões pessoais em nome do Estado.
"Razão pessoal" porque em tese fazendo o errado crendo ser o certo, autoriza o erro. Mas trata-se em verdade de uma ideologia racista de controle de corpos:necropolitica. Historicamente praticado em países que tem a desigualdade como pilar fundador, tipo Brasil.
Excepcionalmente ontem fui parado e ilicitamente fotografado por 5 policiais brancos. Quando pensei reagir lembrei de Ferguson e do caso Michael Brown, silenciei. Conheço o protocolo do genocídio. Ascensão não protege do Racismo. Adiantou nada ser Advogado, se a cor vem antes...
Se apenas uma cor é concebível na imagem criada na cabeça do policial quando exijo que saibam que sou advogado. A última vez que tive essa coragem foi para proteger meus irmãos no 1° rolé em 30 anos. Os policiais gargalharam quando eu disse ser Advogado. Daí usei a maçonaria...
Já ontem sozinho, só restou vulnerabilidade e silenciamento. Sozinho, na madrugada, não me pareceu a melhor opção arguir qualquer coisa, era melhor ficar vivo, me defender no judiciário, caso um dia ser indiciado. Advoguei em silêncio pela minha vida, já sentenciada na rua...
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