Thread by @kalil_isabela

Sobre pesquisas recentes do @Datafolha (segue o fio) 👇

Em julho, em entrevista ao @valoreconomico apontei que as pesquisas do @Datafolha traziam um ponto cego em relação aos decepcionados com Bolsonaro - que são aqueles que esperam um presidente ainda mais radical e à direita

Comentei os dados das pesquisas que tenho coordenado em SP estudando há seis anos grupos de extrema direita. Apontei que esse perfil é formado, sobretudo, por homens mais velhos. E que Bolsonaro estava de fato perdendo apoio era entre os jovens, mesmo os declaradamente de direita

Em agosto, @JornalOGlobo me questionou sobre a % dos mais radicais, respondi que era entre 10% e 15% cruzando quali e quanti. Ao @NexoJornal expliquei porque esse grupo é importante e como havia uma % mais volátil de 20% que Bolsonaro pode perder e recuperar sem maiores esforços

Resumindo: meus dados de pesquisa não apontavam muito o que comemorar em julho e agosto. Continuo fazendo pesquisas, a última foi nas manifestações lavajatistas. Publiquei na @editoraboitempo que os incêndios na Amazônia mobilizaram tanto críticos quanto apoiadores de Bolsonaro

Ainda assim, continuo pouco otimista com os dados do @Datafolha de 09/19. Por 3 razões: 1) as condições de realização da pesquisa sobre intenção de voto entre H13 e B17 com perguntas no meio do questionário sobre apoio e reprovação ao B17 tem seus limites

2) ao estudar o avanço da extrema direita percebi que há um movimento silencioso, mas importante, nas câmaras legislativas municipais. Se no Congresso o centrão e centro direita podem barrar o PSL, o mesmo não ocorre nas cidades. Municípios deveriam ser nossa prioridade agora

3) Os arrependidos com tendência ao centro não vão migrar automaticamente para a esquerda. Ao menos 1/3 dos eleitores estarão mais próximos de Dória, Amoedo, Huck ou novos Daciolos (figuras que se apresentarem como novo, anti establishment, gestor ou não político)

Além do campo, tenho encontrado inspiração nos diálogos com @_pinheira @tatiroque @DavidNemer @LeoTuel @marciomoretto Vinicius do Valle e Piero Leirner