Thread by @kalil_isabela

Já que começaram as apostas para 2022 (Moro, Dória, Huck), vou fazer a minha e acrescentar um nome: Bolsonaro, mas não o Jair, o EDUARDO.
Improvável, sim. Impossível, não. Segue o fio...

Hoje conversando com um jornalista do Globo, ele me perguntou se Jair não estaria dando um tiro no pé ao radicalizar o discurso e as ações acenando para sua base mais extremista e se afastando dos seus apoiadores mais moderados (vamos dizer algo como 20% dos 30% que ele tem)

Respondi que não, embora seja uma estratégia obviamente arriscada, por três razões: 1) até 2022 ainda tem muita estrada e ele joga muito bem com o "efeito caleidoscópio" que identificamos na pesquisa em que os eleitores têm visões diferentes a respeito dele

2) esses 20% são mais voláteis, eventualmente, ele pode perder e recuperar 3) já entre os 10%, estão aqueles que Jair pode contar quando precisa atacar um adversário, disseminar fake news, administrar os grupos do zap, programar os bots, moderar grupos, etc

Mas será mesmo que Jair quer se reeleger? Bolsonaro não é uma pessoa, é uma família, não à toa são fascinados pela monarquia hereditária e nepotismo. Perto do rei, digo, o pai, Eduardo parece um príncipe de civilidade e diplomacia, vejam os tuítes dele de hoje pros senadores

Enquanto Jair fala de cocô, Eduardo se torna o representante brasileiro da direita internacional e organiza a CPCA (Conservative Political Action Conference). Não importa se falando inglês bem ou não, ele é o pupilo do Steve Banon (ex assessor de Trump)

Os Bolsonaro só não contavam com a reação pela indicação para a Embaixada, isso mais desagradou que agradou a opinião pública. E que viriam à tona os 102 familiares. Mas o clã não é bom em separar público e privado, por isso vale prestar mais atenção no 03

Ah, mas tem uma coisa chamada Constituição que não permitiria que Eduardo se lançasse para 2022. Sim, é verdade, mas sobre as possibilidades de Eduardo, o El Pais publicou uma matéria muito boa, segue aqui. Improvável, sim, mas sigo de olho no 03
brasil.elpais.com/brasil/2019/07…