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O Michael Cox conta uma história muito interessante sobre a revolução nos sistemas de marcação das defesas europeias nos anos 80.

Tudo tem a ver, é claro, com o Milan de Arrigo Sacchi
Sacchi chegou ao Milan em 87 e logo venceu duas Copas da Europa seguidas. Seu 4-4-2 deixava todos perplexos e dava pesadelos aos adversários.

Na defesa, uma linha de quatro marcando por zona de forma bastante agressiva para a época.
Mas o Catenaccio vivia, mais uma vez, tempos áureos na Itália, inclusive ajudando a Azzurra a vencer a Copa de 82.

Nem todo mundo gostou do sucesso de um novo sistema de marcação "distante das tradições italianas".
Muitos treinadores e jornalistas passaram a tratar Sacchi como inimigo público número um. O treinador não ligava e falava publicamente sobre os benefícios do seu sistema em tom quase provocativo.

Quando a Seleção Italiana decidiu adotar o sistema, o debate se tornou guerra.
Mas essa não era uma batalha travada apenas por Sacchi. Outros treinadores prosperaram nos anos 80 e 90 em cima da sua capacidade de treinar uma defesa por zona.

Entre eles, Roy Hodgson e Sven-Göran Eriksson.

A história do sueco é impressionante.
Ele foi contratado pelo IFK Göteborg, abandonou a marcação homem-a-homem, introduziu uma defesa por zona, ganhou o Campeonato Sueco e foi embora.

Chegou ao Benfica, abandonou a marcação homem-a-homem, introduziu uma defesa por zona, ganhou o Campeonato Português e foi embora.
Foi para a Roma, que já jogava com uma defesa por zona, e não conseguiu melhorar muito o time.

Passou para a Fiorentina, onde mais uma vez trocou o sistema de marcação e fez sucesso.

Voltou ao Benfica e finalmente chegou à Sampdoria.
Passou a jogar com zagueiros cada vez mais técnicos (inclusive transformando Sinisa Mihajlovic em zagueiro - e quem jogou Elifoot 98 SABE) e tirava onda dizendo que seu time jogava o melhor futebol da Itália.

De lá, foi pra Lazio e venceu o único Scudetto deles até hoje.
De lá pra cá, muita coisa mudou. Outros modelos híbridos de marcação emergiram e o futebol se transformou bastante.

Não há resposta certa. Tudo no futebol tem ganhos e perdas. Toda escolha tem um preço.
Vendo a forma como Grêmio, Inter, Palmeiras e outros times brasileiros se defendem em 2019 e vendo a dificuldade que muitos profissionais do futebol ainda têm para entender essas diferenças, me pergunto onde o Brasil ficou nesse debate.

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