Estudo encomendado pelo @MinEconomia ao @bancomundialbr trata da remuneração e carreiras dos servidores públicos. O debate da reforma administrativa precisa ser feito. Para isso é importante ir além das médias e entender em detalhes as diferenças dentro do serviço público. Vem 👇🏼
É importante saber que as carreiras são muito diferentes. A imagem traz a remuneração bruta (sobre esse valor inside IR e Inss descontado em folha) inicial de algumas carreiras. Repare, técnicos e docentes têm salários diferentes de diplomatas, auditores e carreiras jurídicas. 2 
Falamos agora de como ocorre a progressão até o topo de cada uma. Aqui reside uma desigualdade pouco conhecida, as carreiras com maior remuneração inicial são as chegam mais cedo no topo. Vejam a coluna direita da imagem. Professores (zebras gordas) titulares são minoria. 3/n
Ciente dessas diferenças, deve ser dito que nos últimos anos os reajustes em geral do funcionalismo federal estiveram acima da inflação sim. De 2017 para cá, justamente o judiciário que concentra os maiores salários foi o recebeu melhores aumentos. Militares para 2020. 4/n
Garantir progressão acelerada e reajustes sistemáticos para as melhores carreiras inviabiliza dar reajuste para carreiras que ganham menos e nomear novos servidores, algo muito necessário em várias áreas. Brasil tem poucos servidores para o tamanho de sua população. 5/n
A sinuca de bico piora quando olhamos para o volume de servidores que deve se aposentar nos próximos 5 anos. A reforma administrativa deve focar em privilégios das carreiras que mais recebem e que rápido chegam ao topo. Reformar a previdência militar também é urgente. 6/n
A comparação linear com o setor privado, com “atividade semelhante” é limitada em muitos casos. Penso que a atratividade do serviço público é fundamental, mas a diferença salarial indica que no curto prazo, até certa recuperação, a política de reajuste precisa ser contida. 7/n
Dito isto, não sou dos aderem a tese de que os servidores são culpados pela crise fiscal. Com a retomada da atividade a evolução das despesas deve se equilibrar em relação ao PIB. Vejam como foi de 2004 a 2017. 8/n
Outro dado que precisa ser considerado é esse. Não há o suposto inchaço que muitos bradam, temos um patamar de servidores ativos semelhante ao dos anos 90. Há de se ter muito cuidado para não se generalizar e demonizar quando falamos de servidores públicos. 9/n
Assim como no caso da previdência, diabo mora nos detalhes na reforma administrativa. Uma coisa é rever privilégios, restringir momentaneamente reajustes acima da inflação, outra coisa é se apoiar na crise para “reduzir o estado”, sucatear serviços públicos e afins. 10/10.
Bons comentários sobre os limites desse gráfico. Crescimento do global da folha não significa necessariamente reajuste no salário. Há de se considerar o aumento vegetativo com as progressões e o aumento do número de servidores.
