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O Flamengo venceu o Athletico na Arena da Baixada com dois gols de Bruno Henrique.

Os desfalques pesaram, mas o time se comportou bem e venceu uma das partidas mais difíceis desse período do campeonato.

Um fio que vale por quarenta e cinco anos!
Se você pudesse escolher uma única jogada para resumir o Athletico 0x2 Flamengo, qual seria?

Minha escolha seria essa aqui…
Reparou no detalhe da jogada? O Flamengo está tão focado em marcar a saída de bola do adversário sob pressão que Pablo Marí precisa abandonar sua posição na zaga para não permitir que o CAP tenha superioridade numérica no meio e possa sair jogando.
Essa foi a tônica do jogo. JJ entendeu que o Fla não poderia dominar pela posse de bola e também não poderia dar campo ao CAP, então a ideia era marcar os laterais e pontas de perto para forçar o CAP a sair jogando pelo meio, sempre pressionando a bola na altura dos volantes.
Com isso, fica uma pergunta: será que o primeiro gol do Flamengo foi um erro casual ou os times brasileiros não estão acostumados a enfrentar uma marcação-pressão tão organizada?

A saída do Athletico é uma das melhores do país - e inclusive o time mostrou isso dentro desse jogo.
A missão não era fácil de pressionar a saída do Athletico não era fácil. Afinal, o CAP jogava no 4-3-3 com Thonny “quase-nome-de-craque” Anderson saindo da área como “Falso 9”, enquanto o Fla defendia em 4-4-2. Com isso, o CAP tentava ter superioridade numérica pelo meio.
O Falso 9 não é apenas um atacante que não é grandalhão, ou um “nove de movimentação. É uma função específica: um atacante que cola nos zagueiros, mas sai para se juntar ao meio-campo quando a bola se aproxima ()
Nessa batalha pela superioridade pelo meio, o Flamengo precisava ter uma coordenação muito grande nos movimentos coletivos de marcação. Se Gerson saía em Wellington, Arão pegava Lucho e um dos pontas trocava para Cittadini, por exemplo. Se Thony saía, um zagueiro acompanhava…
Um erro em qualquer lugar do campo seria fatal.

Voltando ao primeiro lance lá em cima… Lembra daquela história do comportamento da defesa qdo um dos zagueiros ou laterais sai, que debatemos nos jogos com o Inter? O tal mecanismo de “defender em 3-1”? ()
A defesa do Fla foi muito testada nesse aspecto durante o jogo. Foi uma das partidas mais difíceis para os nossos laterais!

E eles se saíram muito bem! Rafinha e Renê foram praticamente perfeitos na leitura de espaços. No segundo tempo, tivemos João Lucas.
O garoto foi muito criticado - inclusive pelo narrador - pelos primeiros dez minutos em campo.

Mas pense no contexto… João Lucas precisava enfrentar Rony - um capeta com a bola - nesse tipo de jogo que o deixava exposto e em um gramado desfavorável.
O gramado sintético não apenas faz a bola correr mais. Ele deixa a bola mais “viva” porque a superfície por baixo da grama é mais dura. A bola quica mais e os jogadores ganham mais velocidade quando correm.

Imagine o mano-a-mano com Rony nessa situação! Receita para um desastre!
De fato, João Lucas tomou um calor no início do segundo tempo. Mas o Mister soube, mais uma vez, ler o jogo mto bem. Primeiro colocou Thuler, mais veloz, para fazer a cobertura por ali.

Aliás, qual foi a última vez que você viu uma substituição de zagueiros por motivos táticos?!
Depois, JJ colocou Piris e mudou para um 4-1-4-1. Diminuiu a pressão na saída do CAP, mas garantiu que os zagueiros ficassem sempre posicionados (mesmo depois da entrada de Ruben). Afinal, quando Thonny Anderson saía da área, entrava na zona ocupada por Piris e ficava marcado.
No fim, um lance mágico para fechar o placar e muitas boas notícias.

Primeiro, o estilo de jogo do time está tão bem definido que não é necessário modificar a estrutura mesmo na ausência de titulares importantes. Quem entra, cumpre o mesmo papel, mesmo que com qualidade inferior
Além disso, é admirável ver um time com nervos de aço. Frente a uma arbitragem confusa e sem critérios - para dizer o mínimo - que prejudicou, sim, o jogo do Fla, os jogadores mantiveram a calma e se concentraram em jogar a bola que precisavam. Nada interfere na cabeça desse time
Duas ou três gerações de rubro-negros não têm boas lembranças da Arena da Baixada. O novo Flamengo de 2019 está aí para quebrar até isso.

Quanta bola joga o time de Jorge Jesus!

Que venham os próximos jogos!
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