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Estes dias têm sido especialmente estarrecedores por aqui, estudo e trabalho com América Latina e Caribe há alguns anos e está difícil acompanhar a profusão de informações vindo de processos concomitantes em tantos países. Eis aqui algumas observações que quero compartilhar:
Identifico muitos elementos em comum nos debates e é a eles que tenho me dedicado a observar (não de maneira oracular, viu? Porque isso não existe. Existe materialismo histórico dialético enquanto lente e existe desespero ancorado no desamparo, que viram previsões e só tweets).
Defesa do desenvolvimento x a discussão dos limites ecológicos do planeta; os limites dos projetos que se embasam na crença nas insts. liberais; mobilizações ancoradas na defesa anti-colonial e em defesa dos grupos historicamente explorados/saqueados/perseguidos na nossa região.
A participação aberta, transparente, declarada dos EUA nesses processos e a articulação de outras elites, como os setores judiciários (só o
@TheInterceptBr
já denunciou ligações que envolvem Venezuela e Perú, por ex), como atores centrais nesses jogos de desestabilização.
Nunca sabemos quais faíscas vão incendiar as populações e sabemos do arrocho que esses setores burgueses querem (improdutivos, predatórios, isso inclui o PODRE do setor financeiro) mas no Equador, vimos a questão do aumento da gasolina; no Chile, aumento do transporte público.
Até quanto um povo pode aguentar a deterioração de suas condições de vida e de seus iguais? O Chile está mostrando muitos desses limites: as mobilizações não estancaram com anúncios de nenhuma melhora paliativa. É mudança constitucional ou nada.
Bandeiras que dizem respeito a universalidade do acesso a questões básicas, que costuram o que o Michael Löwy chamou no nosso painel do SESC, a solidariedade das agendas: no campo, nas cidades, nas florestas. Em defesa do pouco de valores coletivistas em termos de organização.
Silvia Federici fala que é disso que se trata essa nossa nova etapa da colonização, é arrochar, destruir, explorar, buscar extirpar as experiências coletivas e particulares que temos em América Latina, por exemplo.
Existem muitas pistas, mas a luta dos nossos povos tem apontado a elas. Não podemos mais não participar, seja da forma que for, para além dos nossos limites. Nós não temos tempo e boa parte dos lutadores da América Latina não querem esperar.
Nós, aqui na internet, humildemente (com todas nossas diferenças), repetimos o mesmo. Vocês repararam? "Solução? Se organize." "Qual seu signo? Isso, fundem um coletivo""Medo? Já pensou em se organizar?" Tem um motivo pra isso.
Os movimentos sociais estão pautando, estão debatendo, os partidos políticos vão ter que se comprometer com isso ou serão engolidos. Não é caso de reinventar a roda, se junte a essa movimentação. Nacional, internacional, local, bairro, coletivo, sindicato, o que for.
Nós precisamos urgentemente pautar os debates e as saídas que queremos, saídas para a humanidade, dignas, soberanas, autônomas, com o maior número de gente possível. Sem compromisso com o erro, sem medo de deixar o velho pra trás.
E é sobre isso que a
@safbf fala nesse vídeo de hoje e acho que toca em boa parte nas minhas angústias desses dias. Já diria o
@acacio1871 no episódio 10/10 que escutei dele no
@chutandoaescada, se nossas análises estiverem corretas +
E esse movimento das forças mais nefastas e esgoto da nossa região forem reação ao avanço e fortalecimento do que enfraquece os pilares do fascismo: racismo, patriarcado, autoritarismo e exploração, nós estaremos bem em breve, porque bom não vai dar.
Ninguém está disposto a viver como antes mais. Deixo aqui o episódio dele lá porque vale a pena demais. chutandoaescada.com.br/2019/11/05/chu…
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