Custódio, o confeiteiro.
Machado de Assis, em Esaú e Jacó, nos conta que em meados de 15 de novembro de 1889, seu Custódio, dono da Confeitaria do Império, havia mandado pintar uma placa com o nome do seu tradicional estabelecimento. Siga o desenrolar desse curioso caso aqui >
Machado de Assis, em Esaú e Jacó, nos conta que em meados de 15 de novembro de 1889, seu Custódio, dono da Confeitaria do Império, havia mandado pintar uma placa com o nome do seu tradicional estabelecimento. Siga o desenrolar desse curioso caso aqui >
Nesse ínterim, Deodoro, Benjamin Constant, Rui Barbosa e outros deram um golpe na monarquia e a expulsaram do país. José do Patrocínio leu a proclamação da república na Câmara Municipal do RJ. Na madrugada de 17/11/1889, a família real partiu com meia dúzia de auto-exilados. >
Foi então que Custódio enviou mensagem ao pintor perguntando sobre o trabalho. “Confeitaria d” já havia sido pintado. Pediu que parasse aí, procurou o conselheiro Aires que o sugeriu que colocasse “Confeitaria da República”, já que a ela estava ligada a imagem do progresso. >
Custódio pensou: "está tudo tão incerto, e se uma reviravolta ocorre e a monarquia retoma o poder, terei que mandar fazer outra placa". O conselheiro sugeriu então “Confeitaria do Governo”. "Mas todo governo tem oposição, poderia perder muitos clientes com isso". >
Última cartada de Aires foi dizer que Custódio deveria manter o nome original, acrescentando apenas “fundada em 1860”. Custódio descartou, além de tornar a placa mais cara, poderia passar o ar de antigo, ruim para aquele momento de mudança e modernidade. >
Evolucionismo, materialismo e positivismo eram a renovação do campo das ideias do período. A palavra império restou vinculada a falência, tudo que Custódio não queria. Foi então que tomou sua decisão e pediu que o pintor assim concluísse a placa: “Confeitaria do Custódio”. Fim.
