O PT agora quer que todos se juntem - sempre sob a liderança de Lula - para combater um mal maior, a barbárie representada por Bolsonaro. Quer que a gente esqueça o que eles fizeram. Fui escarafunchar meu Facebook e encontrei num post de 11/10/2014 o seguinte:
"Em 2004 tivemos os casos Waldomiro-Dirceu e GTech. Ali já tinha emergido a ponta do iceberg. Com exceção de Dirceu (e não por esse crime) todos os envolvidos do PT estão soltos, Waldomiro Diniz está solto e o computador do Palácio do Planalto que ele usava sumiu, ninguém sabe".
"Em 2005 tivemos a Corrupção nos Correios, o Mensalão, os Dólares na Cueca e a República de Ribeirão. Com exceção de Dirceu, Genoino e Delúbio, todas as dezenas ou centenas de operadores do PT, além do grande chefe, estão soltos".
"Ainda em 2005, depois da confissão de Duda Mendonça de que recebeu dinheiro no exterior para fazer a campanha presidencial de 2002, Lula não poderia continuar no governo. Mas as oposições botaram panos quentes e salvaram o chefe do naufrágio".
"Em 2006 tivemos a Quebra do Sigilo do caseiro Francenildo e os Aloprados. Todos os petistas que violaram a Constituição neste episódio estão soltos. Nenhum dos aloprados (homens da cozinha de Lula) está preso. Ficou tudo por isso mesmo e os criminosos permaneceram livres".
"Em 2007 tivemos sucessivos Renangates. Renan foi salvo do pior pelo PT e continuou solto para voltar a delinquir. Em 2008 tivemos o Escândalo dos cartões corporativos da Presidência e o Dossiê contra Ruth. Como sempre, nada se apurou e ficaram todos soltos para reincidir".
"Em 2009 tivemos o Caso Lina Vieira e nada foi esclarecido. Em 2010 tivemos o horroroso caso Bancoop e o Caso Erenice e os responsáveis por tão graves desvios não apenas não foram punidos como premiados com postos de direção no partido e no governo".
"Em 2011 e 2012 tivemos vários escândalos envolvendo os ministérios do Esporte, do Trabalho e da Pesca. Ficou tudo por isso mesmo. Em 2013 tivemos a Máfia do ISS".
"Em 2014 tivemos, na Operação Lava Jato, a revelação de que há anos, na continuidade do Mensalão, o mesmo esquema de financiamento de partidos e atores políticos com dinheiro do crime (e com muito mais dinheiro) se manteve, agora com o Petrolão".
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Errou ao apoiar Bolsonaro sabendo quem ele era. Um eleitor qualquer poderia cometer esse, mas não uma força política organizada.
Continua...
Errou ao se colocar como centro de tudo e ter como critério único, ou acima dos demais, sempre o ganho próprio (seja político ou financeiro).
Errou ao querer pegar uma carona no punitivismo reacionário de Moro, sabendo quem ele é, apenas para não sair de cena.
Siga o fio...
Errou ao abraçar um liberalismo ralo que secundariza a democracia e ao achar que política é guerra (infectando outros jovens com lições de realpolitik para fabricar militantes de sua causa - causa que vem a ser, praticamente, a continuidade da sua própria existência).
Para a esquerda, no capitalismo, não pode haver "verdadeira" democracia. Então, para eles, nenhum país atual capitalista é "verdadeiramente" democrático.
+
Será que eles acham que a Coreia do Norte, chamada de República Popular Democrática da Coreia, é uma "verdadeira" democracia? Não. Aí seria demais. Mas eles fingem que isso não importa.
+
Se no capitalismo não pode haver "verdadeira" democracia, imagine então no escravismo. É por isso que a esquerda nunca aceitou a democracia ateniense dos séculos 5 e 4 a.C.
No longo prazo, de um ponto de vista democrático, Moro é o candidato mais perigoso de todos.
Veja por quê seguindo o fio.
🔰
O epílogo do seu livro de campanha tem como título “Precisamos de você” e como frase final: “A luta contra o sistema de corrupção nunca poderá prescindir de bons combatentes, entre eles você.”
🔰
Ele continua querendo fazer uma cruzada de limpeza ética para punir os corruptos. Quer instalar na presidência da República a fedorenta vibe lavajatista. Como declarou hoje ao Correio Braziliense, o ex-juiz quer ser o juiz supremo, o juiz dos juízes.
Com a volta de Lula, o Brasil passará do quadrante 1 para o quadrante 2. E há sempre um risco de decair do quadrante 2 para o quadrante 4, embora menor.
Continua
O maior risco, neste caso, é o Brasil estacionar como democracia eleitoral e não se converter em democracia liberal - já que Lula é um democrata eleitoral i-liberal).
Continua
Com a reeleição de Bolsonaro ou a eleição de Moro o Brasil pode pular do quadrante 1 para o quadrante 3.
Veja o diagrama abaixo, agora com arte-final do @renatojcec
Sabemos que o populismo-autoritário, o nacional-populismo de extrema-direita, adotou a via da erosão da democracia. Seu objetivo é converter democracias eleitorais em autocracias eleitorais. Mas será que o neopopulismo, o populismo de esquerda, também erode a democracia?
Siga.
Para responder isso é necessário entender que as democracias que existem no mundo de hoje são de dois tipos: as democracias liberais e as democracias eleitorais. Sigo a classificação do V-Dem (Universidade de Gotemburgo) dos regimes políticos.
Vai seguindo.
Em geral o neopopulismo (o populismo de esquerda) incide - com maior expressividade - em democracias eleitorais. Mas o populismo de esquerda (ao contrário do populismo de extrema-direita) não quer fazer decair o regime para uma autocracia eleitoral.