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Vou aproveitar o interesse de vocês no japonês tentando espalhar coronavírus para fazer uma thread sobre os casos onde usamos o genoma dos vírus e a evolução para condenar ou inocentar pessoas acusadas de espalhar HIV intencionalmente. Segue o fio.
Começando pelo caso mais notável pra chamar atenção. A Líbia tinha condenado médicos voluntários estrangeiros de infectar propositalmente +100 crianças em um hospital. Uma semana antes do julgamento, publicaram um estudo inocentando os médicos.
Analisando os genomas dos vírus da Hepatite C e HIV que as crianças tinham, estimaram que elas foram contaminadas anos antes dos voluntários aparecerem por vírus que já tavam circulando em hospitais que não tinham a prática de usar material estéril. nature.com/articles/44483…
Como a evolução existe e é um fato que pode ser reconstruído com confiança, ela pode sim ser usada como ferramenta forense. Especialmente no caso de organismos que evoluem muito rápido. Como é o caso do HIV, que pode fazer linhagens diferentes até nos órgãos do corpo de alguém.
A ideia é comparar os genomas do vírus de casos envolvidos e através da análise evolutiva entender qual vírus está relacionado com quem. E em grupos de transmissão o HIV é ótimo para isso, especialmente quando temos mais de duas pessoas.
Se duas pessoas têm um vírus parecido, é difícil saber quem passou para quem só pelo vírus (a). Agora, se o vírus de uma pessoa está contido entre os de outra, é um sinal forte de que veio de lá (como em b), direta ou indiretamente. Figura deste artigo: journals.lww.com/aidsonline/Ful…
Normalmente, o uso mais direto desse tipo de evidência é em casos negativos. Um dentista da Flórida foi acusado de passar HIV para seus clientes, mas quando compararam os vírus de 28 pacientes HIV+, eles não eram relacionados. annals.org/aim/article-ab…
Ou no caso de pacientes que tinham acusado um cirurgião soropositivo de tê-los contaminado na cirurgia. Nenhum dos pacientes tinha um vírus parecido com o do cirurgião: ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8501332
Nos casos de evidência a favor, conseguiram traçar 13 casos de HIV em uma prisão na Escócia a uma fonte. Um preso. Estavam todos em um grupo de uso de drogas injetáveis que compartilhava seringas. Não foi transmissão intencional, mas acharam a fonte.
ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P…
Na Austrália, um soropositivo foi acusado de contaminar parceiros sabendo que estava infectado com HIV e omitindo isso. A Austrália tem leis que condenam isso e os vírus dos parceiros eram próximos do acusado. Por essas e + evidências, ele foi condenado ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10950794
Nem sempre a análise é possível ou conclusiva. E no caso de transmissão de HIV, se a pessoa pode ou não ser condenada por passar o vírus depende das leis locais. Se quiser uma revisão excelente com a narrativa desses vários casos e outros: journals.lww.com/aidsonline/Ful…
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