1/8 Qual o risco de rever o teto de gastos? O risco país vai disparar e haverá fuga de capitais? O real vai desvalorizar e passar de 5? A inflação vai subir? O espaço fiscal vai ser gasto de forma irresponsável e com baixo impacto sobre a economia? Segue o fio.
2/8 A revisão do teto é urgente, pq ele é impossível de ser cumprido em 2021. Duas opções aparecem: substituir o teto por uma regra fiscal mais flexível (oq se faz no resto do mundo) ou criar uma nova regra fiscal ainda mais dura, que dê alguns poucos anos de sobrevida ao teto.
3/8 A PEC emergencial de Guedes vai na segunda linha: cria uma situação de emergência fiscal que antecipa a redução forçada de despesas correntes, inclusive saúde, educação e segurança. Mesmo se aprovada, apenas garante alguns anos de sobrevida ao teto, q será revisto depois.
4/8 Os efeitos sobre a economia são contracionistas: redução dos gastos em serviços públicos, que tem alto multiplicador. O impacto social será pior que o econômico, em particular em um momento de depressão. O efeito sobre juros será nulo, já que o mundo está em crise financeira
5/8 A alternativa é adoção de uma regra fiscal mais flexível, que retire o investimento do teto e permita um crescimento do restante das despesas em linha com o PIB. Uma regra anti-cíclica pode ajudar na saída da depressão e no combate aos efeitos econ e sociais da crise global.
6/8 O momento é super oportuno para a flexibilização: a crise global fará todos os países flexibilizarem sua política fiscal, não seremos únicos. A saída de capitais e o risco país estará ainda mais colado no VIX, com as políticas domésticas tendo peso menor no balanço de riscos.
7/8 O aumento dos juros longos só ocorreria se tivesse expectativa de aumento da inflação. Mas com o mundo em deflação e desalavancando, o risco é o IPCA ficar abaixo e não acima da meta. O risco de default para o estrangeiro é baixo graças as reservas acumuladas no período PT.
8/8 Mesmo que os juros longos subam e o câmbio desvalorize um pouco mais, o ganho que podemos ter com gastos bem focados é enorme, caso se direcione os recursos para gastos com alto multiplicador, como I em infra (obras paradas), saúde e educação. Basta saber fazer, como em 2008.
