Saiu o manuscrito do teste clínico da nitazoxanida (anitta). Foi o estudo de 392 pacientes mesmo (clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04…). Recomendo muito esperar o artigo científico. A revista onde sair e as diferenças pro artigo vão indicar a qualidade dos achados. medrxiv.org/content/10.110…
O tipo de teste é ótimo, randomizado (as pessoas são sorteadas pra serem tratadas), duplo cego (nem pacientes nem médicos sabem quem tomou droga ou placebo) e multicêntrico (mais de um hospital). Vai depender bastante da análise agora.
Segundo eles, a carga viral foi reduzida. Mas daí a implicar em melhora clínica, tem um bom caminho.
Uma discussão sobre o que pode significar a redução da quantidade de vírus no corpo (carga viral) sem corresponder em melhora das condições das pessoas:
Saiu um estudo fundamental sobre medidas de isolamento. Avaliaram o efeito de vários tipos de medidas, como fechamento de escolas, aglomeração, trabalho de casa, etc., na transmissão do vírus em 131 países. Medidas fundamentais pras políticas públicas que virão. Segue o fio.
Começando com achados mais importantes, que têm vários poréns que explico: fechar eventos públicos foi o que mais reduziu casos e reabrir escolas e permitir aglomerações de +10 pessoas (bares, academias, igrejas e afins) foi o que mais aumentou a transmissão novamente.
Brasil não entrou, mas lições são bem válidas. Cada país adotou as medidas de um jeito – fechamento de escolas, por exemplo, foi gradual ou abrupto, todas idades ou só algumas. E cada país faz testes de uma forma. Então o que é relevante apesar da confusão, faz muita diferença.
Em uma aula sobre redes sociais, brinquei que se o Facebook quisesse, uma informação poderia deixar de existir pra 2,5 bi de usuários. O WSJ noticiou agora que fizeram exatamente isso, reduzindo mais e intencionalmente o alcance de publicações de esquerda. wsj.com/articles/how-m…
Desde 2017, o alcance de jornais como um todo caiu na platforma, mas ele foi propositalmente maior pro tipo de imprensa contrária ao que o Zuck tem se aliado. É 1 pessoa controlando a realidade de 2,5 bilhões de outras.
Pra quem citou que o Facebook é enviesado ou lembrou do “Dilema das Redes”, a questão aqui é outra. Não é uma questão do que o FB promove ou quem explora melhor as táticas da rede. Ou mesmo um perfil suspenso. É o FB passar anos escondendo algumas mídias por escolha.
O que tem causado mais surtos de Ebola? Desflorestamentos. Com a derrubada e queimada de florestas pra plantio, animais ficam mais próximos de humanos e aumentam chances de contágio.
Epidemics and Society, by Frank M. Snowden a.co/fDvZR5Y
No Oeste Africano, o agronegócio trouxe a ocupação de terras, o desmatamento e a monocultura que colocou mais pessoas em condições precárias convivendo com morcegos que perderam o hábitat.
Epidemics and Society, by Frank M. Snowden a.co/4NYL79u
Desmatamento traz o contato com novos vírus, já garimpo ilegal e outras formas de exploração (como hidrelétricas) trazem o contato com mais pessoas e as vias de saída por onde pessoas doentes vão para centros urbanos e aglomerações.
Epidemics and Society: a.co/i2nMp8P
Pra quem tá (legitimamente) ofendido com a postagem abaixo, vocês não tem ideia do prejuízo que o país vai tomar com esse silêncio letal. Além das vidas todas que vamos perder por um motivo evitável, essa pasmeira sanitária do Brasil não dá a menor segurança pro mercado.
Vai ter aula presencial? Até onde a vida "normal" retoma? É o que mais me perguntam, mas isso depende das ações agora. Sem agir, o Brasil não gera a menor confiança de que 2021 será melhor. Tanto pra investidores nacionais quebrando, quanto internacionais (que já partiram).
O Brasil é o paciente que já perdeu uma perna por infecção porque não teve o menor cuidado consigo, enquanto outros países só perderam os dedos de um pé. Agora corre o risco de perder a outra perna em 2021 e quem vende tênis não tem a menor segurança de que não será o caso.
"A desinformação espalhada pela mídia, por líderes públicos e indivíduos com grande projeção de mídia social, contribuiu para uma parcela desproporcional do fardo da COVID-19: nós abrigamos 4% da população global, mas somos responsáveis por 22% as mortes globais por COVID-19."
[nos EUA, o Brasil tem 2,7% da população mundial e 14% das mortes]
"Abaixo estão recomendações importantes para comunidade científica, profissionais de saúde pública, membros do público e a indústria, sobre o que fazer para neutralizar com eficácia o efeito da desinformação"
"Coordenar uma campanha de influenciadores apoiando a ciência e a saúde pública. Um estudo das mensagens da COVID-19 em redes sociais mostrou que a desinformação de políticos, celebridades e outras figuras representaram cerca de 20% das alegações, mas 69% do envolvimento total"
Que a OMS defende que lockdown não é solução única. Eles não dizem que não funciona, dizem “pare de usar o lockdown como seu método de controle primário, desenvolva sistemas melhores para fazê-lo”. Vulgo rastreio de contato e testes. Dão lockdown como medida extrema.
Ninguém falou: só lockdown salva. Os melhores exemplos que temos (Vietnã, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Alemanha, Senegal, etc.) são países que, se muito, contaram com lockdown pontual, pra resolver uma região ou um período. Por longo prazo, só rastreio, teste e isolamento.
Mas aí, como já fizeram com assintomáticos, vacinas e afins, pegam algumas falas da OMS, tiram de contexto e distorcem o possível pra anular iniciativas legítimas de combate à COVID. O que fala muito mais sobre o caráter e intenção de quem faz isso do que sobre o combate em si.