No dia 17/09 eu havia demonstrado que a segunda onda na Europa já era certeira, pois no gráfico com escala logarítmica, o crescimento dos casos já estava similar à primeira onda. Vejam o Reino Unido. //1
Aqui o link do post de 17/09 aonde eu demonstrava vários países da Europa (dos quais todos estão fechando agora):
A reversão de tendência consegue demonstrar (principalmente em países que testam mais), quando efetivamente saímos de uma queda e entramos em uma crescente. Vejam a França em 17/09 (fechou só hoje, 31/10): //3
Aqui podemos ver a mesma coisa acontecendo na Alemanha em 17/09, com um pouco menos de força. E realmente hoje o crescimento deles é enorme, mas com um pouco menos de força que Reino Unido e França: //4
Itália? A meeeeesma coisa: //5
Por qual razão estou postando isso? Dizer "eu avisei" infelizmente não salva vidas, mas entender o alerta e agir, isso sim salva. E estamos vendo este EXATO MESMO alerta em alguns locais aqui do Brasil. Assistam o boletim Infogripe da última semana: //6
Alertei o município de Porto Alegre aqui algumas vezes, mas recebi a resposta que de não é um crescimento, e que é uma estabilização tranquila (a mesma resposta que davam na Europa em 24/09): edition.cnn.com/world/live-new… //7
"São mais testes" ou "os óbitos ainda não cresceram" (aqui fio que explica isso:
) pode até empurrar um pouco mais, mas não vai fazer o comportamento mudar para MELHOR. //8
O mínimo que poderia estar sendo feito era a parada imediata de eventos que tem o potencial de serem super espalhadores (festas, eventos em locais fechados, comícios fechados, enfim). Mas nem isso adianta no longo prazo, só empurra pra frente, como vimos aqui mesmo no Brasil. //9
Em 20/09, eu fiz o mesmo gráfico mas com 28 países (União Europeia + Reino Unido) e "olha no que deu": //10
Em resumo: não é plausível que só eu aqui sabia disso, ou seja, foi uma decisão consciente de empurrar pra frente a situação. Talvez uma esperança de algum fato novo, uma pressão da área econômica, ou ambos. O meu recado final é também uma pergunta: E o Brasil em 31/12?
Eu (Isaac) já alerto isso há tempo, e o modelo do Marc e a explicação são sensacionais.
No fim do fio eu completo. Daqui pra frente o fio é do Marc: Os óbitos e hospitalizações por COVID-19 sempre aparecem mais tarde do que os casos. Este atraso está frequentemente levando mais de um mês, e esse tempo pode ser previsto com precisão (Marc Bevand conseguiu). //2
Quem fala que é uma “epidemia só de casos” está errado. Este fio explica com exemplos reais. Marc Bevand mostrou o que causa o atraso, e como podemos prever com precisão. Primeiramente, existem várias causas: //3
Oi, pessoal. Qual a opinião de vocês sobre o papel da desinformação na tomada de decisão das pessoas? Usando o exemplo da vacina, que estava latente e agora estourou: vocês acham que a desinformação afeta a quantidade de pessoas que vai se vacinar? //1
Me parece um problema sério, e que temos de combater. Fiz uma imagem super simples para tentar condensar como eu vejo a desinformação afetando esse processo. //2
As pessoas todas tem (devem ter) autonomia nas suas decisões, e vejo que isso está sendo debatido. Mas essa autonomia precisa de informações para subsidiar a tomada de decisão posterior. //3
Oi, pessoal. Há alguns dias atrás eu fiz um fio explicando como identificar reversões de tendência nos números da COVID-19, e mostrei como isso pode nos ajudar a termos intervenções menores e mais baratas, antes de termos que parar tudo.
Utilizei os dados de Porto Alegre no fio, e usarei de novo agora para demonstrar continuidade. Atualizei os dados e gerei este gráfico, que traz as tendências dos últimos 70, 30 e 14 dias. Fica clara a reversão, né? //2
Quando começamos a ver isso nas UTIs, já temos um indício forte de que o contágio se espalhou a pelo menos 14 dias atrás, e que é hora de, no mínimo, parar com reaberturas. Intervenções aqui cortam o mal pela raiz. //3
Oi, pessoal! Para quem está com dúvida de como está a segunda onda da Europa e como isso pode influenciar o nosso futuro próximo, fiz alguns gráficos para demonstrar como estão a taxa de crescimento de casos e de óbitos tanto aqui quanto na União Européia + Reino Unido. //1
Separei assim pois a UE fica similar ao Brasil em número de "estados" e equipara a população. Sempre tem alguém que me diz "não podemos comparar o Brasil com "xxxx", mesmo falando de taxa de crescimento (e aí a população influencia menos do que a densidade demográfica). //2
Como podemos entender esses gráficos? São dois para casos e dois para óbitos. Nos gráficos também tem cores que refletem as medidas de distanciamento adotadas em cada localidade (deu um trabalhão pesquisar para 28 países quando abriram e quando fecharam). //3
Sabemos que nenhuma vacina é 100% eficaz. Para compensar essa falta de eficácia completa, a arma que temos é a cobertura vacinal.
A cobertura vacinal de 2020 está muito, muito baixa. Sigam o pequeno fio. //1
Quanto mais pessoas vacinadas, mais protegidos estão quem não tiver o efeito positivo da vacina e quem não pode tomar. Essa baixa cobertura vacinal deixa brechas aonde a doença pode entrar e criar surtos justamente nessas pessoas. //2
Isso acontece pois não existe mais o escudo protetor dos vacinados ao redor das sociedades. Corremos o risco de ter de conviver com doenças a muito esquecidas, em conjunto com a COVID-19, já a partir de 2021: agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/… //3
Pessoal, meus dois centavos estatísticos sobre o anúncio de ontem, da nitazoxanida: o principal fator medido é a redução da carga viral, medida no swab (cotonete) do PCR após 8 dias. Foram analisadas 392 pessoas (196 por grupo). //1
Esta variável (carga viral) pode ter uma infinidade de valores diferentes em medições diferentes. Se eu pegar 5.000 doentes de Covid-19 e medir a carga viral no swab em dias diferentes, muito provavelmente terei milhares de valores diferentes. //2
O que isso quer dizer? Que é necessário um cuidado extra para não criar uma correlação espúria entre uma suposta redução de carga viral e o uso do medicamento. //3