1/ No post anterior, vimos que o IFR, a taxa de mortalidade da COVID entre os que foram infectados seria de 0.57%. Esse valor é compatível com as medidas draconianas que estão sendo feitas no Brasil e no resto do mundo?
2/ A taxa de mortalidade é o principal indicador do grau de severidade de uma pandemia por diversos órgãos de saúde do mundo, inclusive o CDC norte-americano.
3/ O grau de severidade de uma pandemia (Pandemic Severity Index) segue a mesma filosofia da classificação de furacões, onde a Categoria 1 é a mais leve e a 5 a mais grave.
4/ Contudo há uma pequena confusão nos índices de mortalidade, pois existem dois índices, o IFR, que eu mostrei no post anterior e, o CFR, que é o usado no Pandemic Severity Index.
A diferença entre os dois basicamente é que o CFR exclui os assintomáticos no cálculo.
5/ As estimativas oficiais do CDC, que eu considero conservadoras, calculam em 40% o número de portadores do vírus da COVID sem sintomas.
6/ Com essa premissa conservadora, o valor do CFR estaria próximo de 1%.
Com estimativa conservadora, segundo a tabela em anexo, a pandemia teria uma classificação 3 (o valor de 1% é o limite entre o grau 3 e 4, sendo um cálculo conservador, considero mais apropriado irmos na…
7/ …direção da categoria 3), mas que com o enfraquecimento normal do vírus em algum tempo estaríamos em grau 2.
8/ O grande problema é que todas as medidas ultra restritivas dos lockdowns tomadas por inúmeros governos do mundo inteiro, sem entrar no mérito se são efetivas ou não, são medidas apenas para epidemias de grau 5, que está muito claro que não é o caso da COVID.
9/ Essa mentalidade toda surgiu do pânico provocado pelos estudos iniciais da gravidade da COVID, totalmente equivocados, que previam que a COVID ia ser tão ruim quanto a Gripe Espanhola do início do século XX.
10/ O estudo mais famoso que distorceu a percepção da gravidade da COVID, foi conduzido pelo Imperial College de Londres, que previa um volume de mortes pelo menos 10 vezes maior do que está acontecendo na realidade.
11/ Ou seja, usando a metodologia de pandemias do CDC norte-americano é evidente que essas medidas são exageradas e descabidas, conforme a tabela de recomendações de medidas, também anexada a esse post.
12/ Também acrescentei uma nova medida de severidade, ainda não adotada oficialmente, com escala diferente, que compara várias epidemias que tivemos, essa é mais completa que também leva em consideração a transmissividade.
13/ A COVID continua com grau intermediário de severidade e transmissividade na nova metodologia. O gráfico dessa nova metodologia mostra também as outras pandemias em comparação. Novamente a Gripe Espanhola é o grau máximo.
14/ Fonte: cdc.gov/media/pdf/miti…
Nova medida de severidade: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P…

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31 Oct
1/ Qual a mortalidade da COVID? Como a doença tem uma variação muito grande de periculosidade de acordo com a faixa etária, o CDC norte-americano publica as estimativas mais atuais com base na idade das pessoas.
2/ O órgão prepara uma tabela (em anexo) com vários cenários de planejamento, onde o de número 5 é o baseado nas informações mais atuais, no caso de setembro desse ano.

O índice IFR é o que mede a mortalidade da doença entre os que contrairam o vírus.
3/ Como podem ver na tabela, a variação entre as faixas etárias é gigantesca, há diferenças nas ordens de grandeza de acordo com a idade da pessoa. Justamente por isso, o CDC já divulga o IFR por faixa etária.
Read 4 tweets
29 Oct
1/ O lockdown foi uma boa estratégia? E a Suécia, que seguiu um caminho diferente, agiu corretamente? Image
2/ A Europa (inclusive a Suécia) deveria ter dado uma atenção especial aos asilos, pois em vários países os óbitos nessas casas de repouso representaram até mais de 50% dos óbitos?
Quem vai dar a resposta é esse gráfico, no final das contas.
3/ O total de óbitos por habitante de cada país. Isso sem entrar no mérito de distorções, mortes com versus de covid, etc.
Evidentemente esse gráfico só apresenta o número de óbitos diretamente relacionados à COVID.
Read 5 tweets
22 Oct
1/ Segue o resumo do resumo de um artigo sobre a "segunda onda" da COVID na Europa (link no final):

As mortes diárias de COVID-19 praticamente acabaram, caindo mais de 99% do pico.
2/ Os demais números relevantes ruíram: número de hospitalizações, número de internados em UTIs - todos estão em queda desde o pico de abril na Europa.
3/ A evidência viral nos diz que é raro alguém ser infectado exatamente pelo mesmo vírus duas vezes, certamente não em um curto período.
Read 11 tweets
22 Oct
1/ Tanto os países da Europa quanto os EUA tiveram uma explosão de óbitos em março/abril e tem uma variável fundamental para avaliar as mortes desses países: o percentual de óbitos em asilos de idosos.
2/ Houve um verdadeiro massacre nos asilos em diversos países, uma prova evidente que os governos falharam em cuidar dessa população que nitidamente requer uma atenção especial. É evidente que os asilos precisavam de atenção especial.
3/ Ou seja, algum grau de verticalização nas medidas de contenção era obviamente necessário.
A tabela abaixo do The Economist não inclui os EUA, mas cerca de 46% dos óbitos no início da pandemia foram em asilos.
Read 4 tweets
22 Oct
1/ A @vsn74 me mandou um gráfico interessante, que só ajustei para ficar exatamente proporcional à população, que resume bem o que seria a "segunda onda". Não há como se esconder do vírus e ele não vai fugir e desaparecer!
2/ Nesse gráfico temos a Suécia que não fez lockdown, Portugal que fez um meio-termo de lockdown e a República Tcheca que fez um lockdown rigoroso.
3/ Sendo bem claro e transparente, é possível que no final das contas a Suécia tenha um volume de óbitos maior do que alguns países que fizeram alguma estratégia menos radical ou por períodos mais curtos de quarentena.
Read 4 tweets
20 Oct
1/ O governo anunciou ontem uma nova alternativa para o tratamento precoce, baseada em estudos feitos de acordo com os critérios mais rígidos de evidências da doutrina médica, com respaldo em outras publicações internacionais.
2/ Infelizmente já está sendo politizada e detonada pelos que nem leram os artigos. É fato que tivemos artigos "científicos" sobre tratamentos para HCQ que beiram a irresponsabilidade, para ser educado.
3/ Há motivos para ser cético, a politização distorce para os dois lados, mas não para detonar sem ao menos dar a oportunidade de comprovar. Pelo menos leiam os artigos antes de detonarem e apresentem argumentos técnicos que façam sentido!
Read 16 tweets

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