O que acontece quando não existem dados públicos, é que cada OCS escreve o que quer, baseado no que quiser, e não há hipótese de contraditório.
Isto quer dizer que, neste momento, a @DGSaude é uma enabler de notícias falsas, por pura falta de transparência.
Com vários OCS, locais e regionais, a avançarem com números que ninguém sabe de onde vêm, estão a colocar várias populações em níveis de ansiedade evitáveis.
Esperar "pelo momento certo" soa a estratégia política, não a ciência ou saúde pública.
Esta "estratégia" (estou a ser simpático) de guardar dados, de não os divulgar, de não ser transparente, vai trazer muitos maus resultados. Ninguém vai compreender que a uma 2ª feira sejam 121 concelhos, e a uma 6ª passem a 280. É assim que se perde credibilidade.
Se a razão para não se revelarem os dados tem a ver com política, e não arranjar problemas ou questões ou perguntas por parte dos municípios, não é uma razão válida.
Saber que impacto as medidas impostas aos 121 concelhos estão a produzir, é importante, para todos podermos perceber se esta é a estratégia a seguir, ou se se têm que adoptar medidas mais restritivas.
Se as medidas nos afectam a (quase todos), guardar esta informação para aqueles aos quais as restrições não se aplicam decidirem, vai criar muita contestação e o problema não são as pessoas: é a falta de transparência.
Por isso, libertem os dados, passem a dar esses dados diariamente como faziam na primeira vaga, comuniquem com base na ciência e não com base na política, nos jogos de eleições que ainda aí vêm, e com base nos interesses partidários locais e nacionais.
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Acabei agora de ler o artigo do @danielolivalx hoje no @expresso, com o título "No desespero, decide-se bem com boa informação".
Em comum, com o que é escrito pelo @danielolivalx, tenho a preocupação de se estarem a tomar decisões assentes em dados que não são granulares o suficiente para se tirarem conclusões. Como eu, e muitos outros já referimos, juntar coabitantes e familiares na mesma fatia, é errado
Também carecem de validação os outros principais factores de contágio, que foram mudados no espaço de três dias, sem que ninguém tenha questionado as entidades competentes sobre essa mudança:
Será verdade que a @DGSaude pediu para as pessoas fecharem os vidros dos carros na A28?
Vou deixar aqui umas pistas:
1. A imagem não foi manipulada. Foi transmitida hoje no jornal da tarde da @SIConline, e a pessoa que está na imagem é a Teresa Leão
2. Esta investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, diz enquanto enumera conselhos práticos que "circular de janelas fechadas pode ser uma boa alternativa também"
Hoje de manhã já confessei à @Idzabela, ao @tomahock, e ao @camandro que até eu próprio estou farto de me ler a escrever sobre os dados que (não) temos sobre a #COVID19PT em Portugal. Mas por mais farto que esteja, e que alguns (muitos?) de vocês estejam, abro uma thread:
O primeiro relatório de situação, com a confirmação de casos em Portugal, foi divulgado no dia 03 de Março de 2020.
A 24 de Março, os relatórios diários passaram a incorporar os os novos casos por concelho, que são divulgados diariamente.
#COVID19PT Fala-se muito na gradual politização da pandemia, de colocar a política - e o jogo político - acima da saúde pública e da ciência. Vão-se dividindo as opiniões, segundo as diversas correntes ideológicas, e as diferenças, dizem, são muitas. 1/n
O Governo, que mostrou clareza e uma postura pragmática e eficaz na primeira fase, dá agora uma imagem de fragilidade, e confusão, com mais excepções que regras, e com regras contraditórias com a mensagem que se quer passar.
A oposição nada mais faz do que reagir às regras e às políticas seguidas. Andei à procura e não encontrei, em nenhum site de nenhum partido, um programa alternativo para esta fase, que é mais crítica que a anterior.
Ainda sobre os infames 7 segundos, que o @expresso divulgou ao mundo (sim, foram eles que enviaram aquilo para fora da redacção e tudo o resto é conversa)
A @SICNoticias anda a passar excertos da entrevista ao primeiro-ministro, e um dos planos deveria fazer-nos todos pensar
Nesse excerto vemos o primeiro-ministro, a cumprimentar os jornalistas, todos sorridentes, como se de um encontro de amigos se tratasse. Ali não há separação, fazem parte todos do mesmo grupo, apesar de alguém não ter recebido o memo sobre o dress code a utilizar.
Aquele ambiente de descontração, risota, e boa disposição - que nada mais nada menos é do que o nacional porreirismo em todo o seu esplendor - explica, em grande parte, o que levou Costa a referir-se como se referiu a alguns médicos.