Tutorial de como quebrar o protocolo de um clinical trial. A razão do estudo ser cego é justamente para que não existam diferenças comportamentais entre os dois grupos. gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/…
Se participantes descobrirem que de fato receberam a vacina, podem se sentir “mais tranquilos”, tomar menos cuidados e acabar se expondo mais... e se infectar mais, já que vacinas não são 100% protetoras.
Isso diminuiria a diferença entre o grupo intervenção e grupo controle, podendo até mesmo levar a conclusão de que a vacina não funciona, mesmo tendo funcionado.
Claro que estou exagerando a partir de um só caso, mas não recordo outra situação de pesquisa clínica em que seja tão simples para um voluntário descobrir se recebeu vacina ou placebo.
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Apresentou sintomas de gripe/resfriado? Entre em isolamento imediatamente por 10 dias. Pessoas que residam no mesmo domicílio e todos os seus contatos próximos dos 3 dias anteriores devem ficar em quarentena por 14 dias. Isso é o crucial para conter a pandemia. Testes? Talvez.
9 meses de pandemia e ainda não temos uma política definida de combate ao COVID. As recomendações oficiais do Ministério da Saúde são 6 pontos, que na verdade podem ser resumidas em apenas um: “busque atendimento médico”. E esse único ponto… é incorreto.
Os primeiros dias de sintomas são justamente quando o paciente apresenta a maior quantidade de vírus “vivo” em suas vias aéreas, e portanto o maior risco de transmissão a outros. Quanto mais tempo decorre desde os primeiros sintomas, menor a chance de transmissão.
Relato de caso interessantíssimo publicado ontem: paciente americano imunocomprometido apresentou COVID19 e manifestou 3 recorrências sintomáticas comprovadas, com partículas virais intactas (“vírus vivo”) até quase 5 meses após a infecção inicial.
Esse não é um caso típico e não deve ser interpretado como tal. Paciente com doença autoimune grave diagnosticada 22 anos antes, em tratamento crônico com múltiplos imunosupressores, anticorpos monoclonais, corticóides e anticoagulantes.
Em suas várias reinfecções, recebeu Remdesivir, Regeneron, Hidroxicloroquina e altas doses de corticóides. Apesar de efetivos em reduzir a carga viral, não impediram as recorrências.
Sugestão de pauta para os amigos jornalistas: acurácia de oxímetros portáteis vendidos no Brasil. Colegas médicos, notaram alguma mudança na qualidade das leituras dos oxímetros recentemente?
A saturação de oxigênio mostrada é resultado de um algoritmo matemático que requer a correta aferição da frequência cardíaca. Se a FC estiver incorreta ou for instável (ex: arritmia) no aparelho, a saturação calculada será também incorreta.
Profissionais de saúde entendem essa e outras limitações (esmalte de unha, temperatura da mão, movimento, tensão no pulso, etc) e acabam fazendo alguns ajustes até conseguir uma medição que julguem adequada.
Um cidadão comum, chamado Jair, que manifesta sintomas e é confirmado com COVID19 tem 80% chance de apresentar uma gripinha, e 98% de chance de sobreviver. Mas ele vai dar crédito ao tratamento milagroso que recebeu. Por isso fiz uns cálculos aqui. Segue o fio.
Primeiro dia da reabertura de bares e restaurantes ontem no 🇬🇧. Após quase 4 meses isolado, decidi tomar café da manhã em um restaurante em Londres para ver como seria a experiência de comer fora de casa pela primeira vez em tanto tempo.
Primeira coisa foi a obrigatoriedade de passar álcool gel na mão de todos que entram. E a restrição no número de pessoas dentro do estabelecimento. Até aí tudo bem. Mas nenhuma fila, o que nos surpreendeu.
Poucas mesas e bastante espaço entre elas. Detalhe que esse é um restaurante que era sempre lotadíssimo nos sábados de manhã em Notting Hill.
Estudo publicado hoje na Nature Medicine mostra que 60% dos pacientes verdadeiramente assintomáticos mas infectados pelo SARS-CoV-2 possuem lesões pulmonares identificáveis na tomografia. (N=37)
Além disso, os pacientes assintomáticos eliminam resíduos virais por mais tempo que os sintomáticos [leves]. Mas isso *não* quer dizer que sejam infecciosos por mais tempo (provavelmente não), embora mais estudos sejam necessários.
Pacientes assintomáticos tem títulos (quantidade) de anticorpos detectáveis em geral menores do que os sintomáticos.