As duas vacinas de RNA saíram na frente. Não acho coincidência, acho que é o começo de uma "revolução" na forma como fazemos vacinas. Comento sobre isso na coluna da @folha de hoje: www1.folha.uol.com.br/colunas/atila-…
Para quem quiser conhecer a história do desenvolvimento dessa vacina da Pfizer dentro da BioNTech, tem de tudo. De um casal turco imigrante ao desenvolvimento de vacinas contra o câncer – que com certeza vai dar passos largos agora.
Já quem ler sobre a Moderna, vai descobrir uma startup que dependeu de muito investimento até dar resultados. E que começou adiantada por conta de pesquisa básica com a MERS. Ciência empilhada em mais ciência.
E quem quiser pensar sobre como o Brasil tá nessa:
- Tirando dinheiro da ciência
- Perdendo cientistas pra fora
- Alimentando movimento anti-vacina
- Sem plano de combate ao vírus, o que é o essencial antes e depois da vacina
Vacina sozinha não é fim da COVID. Tem que combater.
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Além do RNA, que é a informação que o corpo usa pra fazer as proteínas do vírus que o sistema imune ataca, a vacina precisa de lipídeos (gordura) pra carregar esse RNA pra dentro da célula. A diferença pode estar na composição que cada uma usa. ft.com/content/74e415…
No caso da Moderna, eles já estavam testando a vacina em temperaturas mais altas e viram que ela ainda é viável. A BioNTech/Pfizer ainda não testou. Pode ser que também seja viável em temperaturas mais altas, agora que viram que ela é eficaz, devem testar.
Juntando outra resposta aqui, produzir essas vacinas em outros polos é uma questão da tecnologia envolvida. Vírus atenuado, como na CoronaVac, é uma tecnologia mais tradicional que o Brasil tem condições de fazer na FioCruz ou no Butantan.
Duas ótimas notícias, com um potencial enorme. A Moderna, que testa outra vacina de RNA, anunciou resultados preliminares com 94% de eficácia.
Com esse tipo de resultado, o gasto com refrigeração e transporte desse tipo de vacina começa a valer. Segue fio. nytimes.com/2020/11/16/hea…
Ainda são resultados preliminares e podem mudar, como é o caso da vacina da Pfizer, também de RNA. Mas todos os testes clínicos foram feitos pra dar resultado precoce se funcionarem muito bem. E parece coincidência demais as duas candidatas de RNA serem as primeiras a dar certo.
Se for o caso de o novo coronavírus (SARS-2) ser mais imunogênico (despertar mais resposta imune), veremos esse mesmo tipo de eficácia nas outras candidatas, com outros métodos como vírus inativado (CoronaVac) ou vetor (AstraZeneca/Oxford).
O pessoal que analisa o SIVEP-Gripe, como o @marfcg vem alertando constantemente sobre tendências de alta em várias cidades, apesar do sistema ter saído do ar. E apesar da falta de testes forçar de novo a volta de Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Ou seja, sem testes como o país tem feito sempre, não temos como ver um aumento de casos óbvio em todas as cidades. E somos obrigados a usar métricas indiretas, como SRAG ou internações hospitalares. E essas têm aumentado muito. São Paulo, por exemplo
Olha a reversão em hospitais privados. A situação estava melhorando, até que parou de melhorar e piorou. Só que hospitais particulares fazem mais testes e pessoas com mais dinheiro circulam mais. Esses são os primeiros sinais, como foi no começo do ano.
Cidade do Texas contrata caminhões refrigerados porque necrotério está lotando com a COVID. É o começo do ano em câmera lenta. É o que nos aguarda. reuters.com/article/us-hea…
Se o teste clínico foi suspenso por motivos políticos, quem tá ganhando é a COVID. Que tem pra comemorar nisso, que mais gente vai morrer? br.reuters.com/article/saude-…
Todos os memes de “Atila quer matar quem falta pra chegar em 1 milhão”, “Atila vai parar a vacina pq torce pela COVID”...
Proteção coletiva depende quantos tão imunes ao coronavírus, ela vem mesmo acima de 60%.
O quão rápido chegamos nisso depende de: quão eficaz é a vacina (90% é ótimo), quão rápido distribuímos (depende da Pfizer) e quão cedo começamos (Brasil vacilou).
A distribuição da Pfizer/BioNTech vai ser atrasada pela necessidade de manter a vacina a -80 ºC. Ou contornam isso ou vamos gastar muito, muito mesmo, pra viabilizar isso em grande escala. Só com uma eficácia bem alta pra compensar (o que aparentemente rola).
Já no quão cedo começamos, o Brasil foi coerente na competência geral contra a COVID e perdeu a chance de ter doses ainda este ano. Por enquanto, dependemos do que cada estado firmou com a farmacêutica.