Oi, pessoal. Estamos alertando a algum tempo sobre reversões de tendência, eu venho demonstrando do RS, que é aonde estou localizado, mas os relatos estão aumentando em todo o país. Sendo assim, fiz uma análise de Curitiba agora, e o comportamento se repete. Sigam o fio: //1
O que me chamou a atenção foi esse RT da @analesnovski, que mostra um aumento bem considerável, similar aos que estamos vendo na Europa:
Com os dados em mãos, oriundos da Prefeitura de Curitiba, percebi que temos um "buraco" similar ao que vimos em SP, como se aquele apagão tivesse afetado, vejam só (fiz em dois períodos para ficar fácil de enxergar): //3
Estes gráficos contém a média móvel de 7 dias da taxa de crescimento dos casos. Esta métrica nos permite ver de maneira bastante precoce quando uma reversão de tendência está acontecendo. Explicamos isso aqui: redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/11/03/tax…
Dá para notar que acontece algo diferente: uma queda abrupta, seguida de uma estabilização, mas não em zero, e um aumento. Poderíamos então dizer que não é uma reversão de tendência, poderia ser um represamento de casos no período do apagão, correto? //4
Errado. Por que afirmo isso? Pois quando temos essas dúvidas, temos de ir mais a fundo e ver os dados adjacentes. A primeira coisa: como estão as internações? Se eu tiver poucos casos e não notificar eles por um apagão, eles não gerarão internações! //5
Pesquisei por TUDO e não encontrei um banco de dados com internações diárias, mas tudo bem: abri os 19 boletins de novembro e copiei os dados um a um, e aqui ligou o alerta número 1. Como assim um aumento tão grande de internações? //6
Sabemos que infecções -> casos -> internações -> óbitos. Não temos como ter aumento de internações de confirmados COVID-19 sem um aumento prévio de casos. O próprio boletim de 19/11 do estado do PR corrobora isso, pois vejam o aumento de casos: //7
A região metropolitana de Curitiba está com uma taxa de reprodução bastante preocupante (aliás, o estado todo!!) //8
Acredito, então, que aquele buraco no gráfico tenha a ver com o último apagão de dados do início de novembro, mas os dados adjacentes corroboram com (mais) uma reversão de tendência. Se rumarmos para as festas de final de ano com incidências em ascensão, teremos problemas! //9
Importante: Não é sábio e nem sadio e nem moralmente válido esperar os óbitos aumentarem para só aí tomar atitudes que reduzam essa taxa de transmissão. Os óbitos sempre acontecem após um aumento de casos, é só questão de tempo. Explicado aqui:
Carta aberta publicada em 20/11/2020, mesmo dia em que foram ativados 94 leitos para. manter a bandeira amarela, aonde todas as atividades ficam funcionando.
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Quem segue a @analise_covid19 e acompanha as nossas análises já deve ter me visto falando algumas vezes sobre o receio que temos em relação às festas de final de ano, né? Sigam o fio que eu vou explicar o porquê. 🧶
Um fato que já está bem difundido é a diferença de letalidade e incidência de COVID-19 grave em diferentes faixas etárias. De acordo com os dados do SIVEP-GRIPE, estes são os dados de hospitalização por faixa etária. //2
Entendemos então que idosos infectados tem uma chance bem maior de desenvolver a COVID-19 grave, reduzir a sua mobilidade, e ocupar leitos em sistemas hospitalares. Já jovens desempenham outro papel: não ficam tão graves e, por isso, ficam móveis, mesmo infectados. //3
Oi, pessoal. Vocês perceberam que, aqui no Brasil, estamos começando a ter cada vez mais notícias de aumento de casos e, em alguns locais, internações, né? Sigam o fio: //1
Aqui a @luizacaires3 faz um apanhado para a cidade de São Paulo:
Leiam o fio completo do @leosbastos e vejam que, no Brasil, temos uma demonstração do paradoxo de Simpson, aonde uma tendência que aparece visualizando o todo acaba não aparecendo em nenhum dos seus subconjuntos: proec.ufabc.edu.br/gec/o-que-que-… //2
Isso vai estendendo a epidemia e quando está "bom" (muitas aspas aqui) num local, não está no outro, e temos uma sensação nacional de que a epidemia "não veio tão forte", o que é totalmente errado. //3
Nossa atenção tem de estar voltada ao Amapá, e não só ao Amapá do presente, sem energia e em calamidade no meio de uma pandemia. Também tem de estar voltada ao Amapá do futuro, ou melhor, "aos Amapás". Sigam o pequeno fio. //1
No Brasil (talvez não só aqui) temos um problema sério, que é o deboche à prevenção e à gestão de riscos.
Um dos meus trabalhos (que eu praticamente não faço pois não se vê valor) é fazer auditorias e gestão de riscos. Prever possíveis problemas e mitigar os riscos futuros. //2
O que recebo em algumas vezes? Deboche, piadinhas...
"Lá vem o chato","lá vem o alarmista","pro Isaac tudo vai dar errado".
Aí quando dá (em uma grande parte das vezes acontece o previsto na auditoria de riscos), ouço "tu só diz que avisou mas não fez nada pra ajudar". //3
Oi, pessoal. De onde será que está vindo este aumento da presença do vírus nos esgotos de Porto Alegre? Parece uma reversão de tendência a partir do início de setembro, né? E tivemos aumento na taxa de crescimento na última semana, também aderente ao que estamos alertando. //1
A mais de mês eu estou dando alertas sobre a reversão de tendência no contágio do SARS-CoV-2 em Porto Alegre...aqui inclusive mostrei como calcular:
No dia 17/09 eu havia demonstrado que a segunda onda na Europa já era certeira, pois no gráfico com escala logarítmica, o crescimento dos casos já estava similar à primeira onda. Vejam o Reino Unido. //1
Aqui o link do post de 17/09 aonde eu demonstrava vários países da Europa (dos quais todos estão fechando agora):
A reversão de tendência consegue demonstrar (principalmente em países que testam mais), quando efetivamente saímos de uma queda e entramos em uma crescente. Vejam a França em 17/09 (fechou só hoje, 31/10): //3