Quem segue a @analise_covid19 e acompanha as nossas análises já deve ter me visto falando algumas vezes sobre o receio que temos em relação às festas de final de ano, né? Sigam o fio que eu vou explicar o porquê. 🧶
Um fato que já está bem difundido é a diferença de letalidade e incidência de COVID-19 grave em diferentes faixas etárias. De acordo com os dados do SIVEP-GRIPE, estes são os dados de hospitalização por faixa etária. //2
Entendemos então que idosos infectados tem uma chance bem maior de desenvolver a COVID-19 grave, reduzir a sua mobilidade, e ocupar leitos em sistemas hospitalares. Já jovens desempenham outro papel: não ficam tão graves e, por isso, ficam móveis, mesmo infectados. //3
Ao ficarem móveis, acabam transmitindo mais e gerando novos casos que, aí sim, podem chegar aos idosos. Tendo explicado isso, vamos ver como está a proporção de casos por faixa etária no estado do Rio Grande do Sul, começando com "menos de 1 ano" e "01 a 04 anos": //4
Conseguimos ver que bebês e crianças até 04 anos não tiveram sua proporção em relação aos casos totais tão afetada. Agora vamos para o grande problema. 05 a 09, 10 a 14, 15 a 19 e 20 a 29. Vejam o aumento na proporção entre os jovens. //5
Relembrando: este gráfico representa a PROPORÇÃO de casos destas faixas etárias em relação aos casos totais diagnosticados a cada dia, com testes PCR, no estado do RS, por data de confirmação. Isso significa um aumento de jovens ativos com COVID-19. //6
Agora, pensem comigo: O que acontecerá daqui a 30 dias? Uma festa tradicional aonde as gerações se encontram, normalmente em locais fechados, e normalmente com janta/almoço e todos dormindo na mesma casa. Se levarmos jovens infectados a ter contato com idosos, o que acontece? //7
Vejam como está a proporção de casos no RS nos grupos de mais idade: //8
E por último, 70 a 79: //9
Aqui também fica super claro que a proporção em idosos está diminuindo. Isso ajuda a explicar a famosa fala de "aumento de casos sem aumento de óbitos, só pode ser mais testes". NÃO. É uma troca de proporção na faixa etária. Os jovens estavam protegidos! //10
Eu demonstrei em vídeo como cheguei a estes dados, bem detalhadamente, e publiquei aqui: . Nessa análise fiz para uma cidade (para o vídeo não ficar longo já que não editei, mas a planilha está disponível no Google Drive (meu tweet fixado). //12
Todos nós, juntos, vamos botar a mão na consciência e REPENSAR o Natal e o Ano Novo? Vamos pensar em meios com chamada de vídeo, celebrar de longe, NÃO JANTAR JUNTOS? Faço esse apelo a todos, para não transformarmos o que seria um momento lindo em uma lembrança dolorosa. //fim
Oi, pessoal. Estamos alertando a algum tempo sobre reversões de tendência, eu venho demonstrando do RS, que é aonde estou localizado, mas os relatos estão aumentando em todo o país. Sendo assim, fiz uma análise de Curitiba agora, e o comportamento se repete. Sigam o fio: //1
O que me chamou a atenção foi esse RT da @analesnovski, que mostra um aumento bem considerável, similar aos que estamos vendo na Europa:
Com os dados em mãos, oriundos da Prefeitura de Curitiba, percebi que temos um "buraco" similar ao que vimos em SP, como se aquele apagão tivesse afetado, vejam só (fiz em dois períodos para ficar fácil de enxergar): //3
Oi, pessoal. Vocês perceberam que, aqui no Brasil, estamos começando a ter cada vez mais notícias de aumento de casos e, em alguns locais, internações, né? Sigam o fio: //1
Aqui a @luizacaires3 faz um apanhado para a cidade de São Paulo:
Leiam o fio completo do @leosbastos e vejam que, no Brasil, temos uma demonstração do paradoxo de Simpson, aonde uma tendência que aparece visualizando o todo acaba não aparecendo em nenhum dos seus subconjuntos: proec.ufabc.edu.br/gec/o-que-que-… //2
Isso vai estendendo a epidemia e quando está "bom" (muitas aspas aqui) num local, não está no outro, e temos uma sensação nacional de que a epidemia "não veio tão forte", o que é totalmente errado. //3
Nossa atenção tem de estar voltada ao Amapá, e não só ao Amapá do presente, sem energia e em calamidade no meio de uma pandemia. Também tem de estar voltada ao Amapá do futuro, ou melhor, "aos Amapás". Sigam o pequeno fio. //1
No Brasil (talvez não só aqui) temos um problema sério, que é o deboche à prevenção e à gestão de riscos.
Um dos meus trabalhos (que eu praticamente não faço pois não se vê valor) é fazer auditorias e gestão de riscos. Prever possíveis problemas e mitigar os riscos futuros. //2
O que recebo em algumas vezes? Deboche, piadinhas...
"Lá vem o chato","lá vem o alarmista","pro Isaac tudo vai dar errado".
Aí quando dá (em uma grande parte das vezes acontece o previsto na auditoria de riscos), ouço "tu só diz que avisou mas não fez nada pra ajudar". //3
Oi, pessoal. De onde será que está vindo este aumento da presença do vírus nos esgotos de Porto Alegre? Parece uma reversão de tendência a partir do início de setembro, né? E tivemos aumento na taxa de crescimento na última semana, também aderente ao que estamos alertando. //1
A mais de mês eu estou dando alertas sobre a reversão de tendência no contágio do SARS-CoV-2 em Porto Alegre...aqui inclusive mostrei como calcular:
No dia 17/09 eu havia demonstrado que a segunda onda na Europa já era certeira, pois no gráfico com escala logarítmica, o crescimento dos casos já estava similar à primeira onda. Vejam o Reino Unido. //1
Aqui o link do post de 17/09 aonde eu demonstrava vários países da Europa (dos quais todos estão fechando agora):
A reversão de tendência consegue demonstrar (principalmente em países que testam mais), quando efetivamente saímos de uma queda e entramos em uma crescente. Vejam a França em 17/09 (fechou só hoje, 31/10): //3