Pessoal, hoje o @EduardoLeite_, Governador do RS, voltou a fazer uma live informando sobre a COVID-19. Assisti toda, e vi que a mensagem inicial que ele passou foi muito interessante, demonstrando o aumento considerável que estamos tendo aqui. Fiz alguns prints, sigam o fio:
A primeira coisa que o Governador fez foi mostrar o aumento em leitos clínicos e UTI. Isso indica que as pessoas já se infectaram, já pioraram e inclusive contaminaram vulneráveis o suficiente para termos aumento de confirmados COVID-19 em UTI. Percebam a reversão clara. //1
Aqui o Governador também relacionou o aumento de UTI aos óbitos, de forma muito acertada, mostrando que um trará aumento nos outros logo em seguida (ou. seja, mais um alerta de que a situação está séria). //2
Vejam agora as internações em UTI (barras laranja) com o detalhe da linha preta, que é "leitos livres para cada leito ocupado", ou seja, quanto mais baixo, pior. Está claro que mesmo nos locais mais tranquilos, está ficando BEM ruim: //3
Mais regiões: //4
Agora vem uma frase muito brasileira: ATÉ AÍ TUDO BEM. O que achei mais complicado foi a mensagem que veio a seguir: nenhuma restrição nas flexibilizações; bandeiras que os cálculos tinham definido como vermelhas foram revertidas para laranja... //5
E a mensagem/campanha foi centrada no bom senso da população. Eu posso aqui estar sendo até um pouco cético, mas acredito que é esse o papel da ciência: NÃO PODEMOS ARRISCAR. O Natal está aí, e se levarmos essa incidência para protegidos e vulneráveis, teremos problemas. //6
Aqui aproveito e trago os dados de SRAG para o RS. Sabemos que os dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave correlacionam muito bem com COVID-19, então a análise é válida. Vejam só: //7
Percebam o pico de exames PCR para SRAG aguardando resultado. Isso indica que o momento de reverter flexibilizações é AGORA. Isso, inclusive, pode salvar a economia, preservando o Natal. Imaginem uma semana de Natal com as famílias tendo de se preocupar com UTIs? //8
Aproveito e deixo claro que, por muito tempo, gostei da forma com que o governo do RS tratou a epidemia, mas agora realmente me deixaram confusos. Entendo a preocupação com a economia, mas sabemos que não há economia com hospitais lotados e famílias enlutadas. //9
Oi, pessoal. Continuamos com aumento de casos com negação por parte de várias autoridades. Com as dicas do @marfcg eu vasculhei os dados para verificar os casos de SRAG e fiz alguns filtros para demonstrar a vocês como já conseguimos ver esse aumento. Sigam o fio:
Dentro dos sistemas do SUS, temos um banco de dados de todas as notificações de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), incluindo COVID-19. Este banco pode ser acessado aqui: opendatasus.saude.gov.br/dataset/bd-sra…. //2
Vamos olhar hoje o estado de SC, que é um dos mais afetados pelo aumento de casos (mesmo com autoridades informando que "ainda não conseguem ver o aumento de casos").
A primeira coisa que temos de olhar é o número de SRAGs que chegaram ao sistema, e tiveram de ser testados: //3
Quem segue a @analise_covid19 e acompanha as nossas análises já deve ter me visto falando algumas vezes sobre o receio que temos em relação às festas de final de ano, né? Sigam o fio que eu vou explicar o porquê. 🧶
Um fato que já está bem difundido é a diferença de letalidade e incidência de COVID-19 grave em diferentes faixas etárias. De acordo com os dados do SIVEP-GRIPE, estes são os dados de hospitalização por faixa etária. //2
Entendemos então que idosos infectados tem uma chance bem maior de desenvolver a COVID-19 grave, reduzir a sua mobilidade, e ocupar leitos em sistemas hospitalares. Já jovens desempenham outro papel: não ficam tão graves e, por isso, ficam móveis, mesmo infectados. //3
Oi, pessoal. Estamos alertando a algum tempo sobre reversões de tendência, eu venho demonstrando do RS, que é aonde estou localizado, mas os relatos estão aumentando em todo o país. Sendo assim, fiz uma análise de Curitiba agora, e o comportamento se repete. Sigam o fio: //1
O que me chamou a atenção foi esse RT da @analesnovski, que mostra um aumento bem considerável, similar aos que estamos vendo na Europa:
Com os dados em mãos, oriundos da Prefeitura de Curitiba, percebi que temos um "buraco" similar ao que vimos em SP, como se aquele apagão tivesse afetado, vejam só (fiz em dois períodos para ficar fácil de enxergar): //3
Oi, pessoal. Vocês perceberam que, aqui no Brasil, estamos começando a ter cada vez mais notícias de aumento de casos e, em alguns locais, internações, né? Sigam o fio: //1
Aqui a @luizacaires3 faz um apanhado para a cidade de São Paulo:
Leiam o fio completo do @leosbastos e vejam que, no Brasil, temos uma demonstração do paradoxo de Simpson, aonde uma tendência que aparece visualizando o todo acaba não aparecendo em nenhum dos seus subconjuntos: proec.ufabc.edu.br/gec/o-que-que-… //2
Isso vai estendendo a epidemia e quando está "bom" (muitas aspas aqui) num local, não está no outro, e temos uma sensação nacional de que a epidemia "não veio tão forte", o que é totalmente errado. //3
Nossa atenção tem de estar voltada ao Amapá, e não só ao Amapá do presente, sem energia e em calamidade no meio de uma pandemia. Também tem de estar voltada ao Amapá do futuro, ou melhor, "aos Amapás". Sigam o pequeno fio. //1
No Brasil (talvez não só aqui) temos um problema sério, que é o deboche à prevenção e à gestão de riscos.
Um dos meus trabalhos (que eu praticamente não faço pois não se vê valor) é fazer auditorias e gestão de riscos. Prever possíveis problemas e mitigar os riscos futuros. //2
O que recebo em algumas vezes? Deboche, piadinhas...
"Lá vem o chato","lá vem o alarmista","pro Isaac tudo vai dar errado".
Aí quando dá (em uma grande parte das vezes acontece o previsto na auditoria de riscos), ouço "tu só diz que avisou mas não fez nada pra ajudar". //3