Tento não comentar todas as polémicas da Ordem dos enfermeiros. Caso contrário não faria outra coisa. Mas entre ontem e hoje foram cruzadas mais linhas vermelhas. Segue fio sobre a crescente influência da extrema direita na Ordem e na entourage de ARC
2017, véspera de autarquicas. Os sindicatos de enfermagem, num raro momento, estavam unidos e com plataforma comum, um acordo com governo estava à vista.
Bastonária força o conflito e lidera a maior manifestação de enfermagem dos últimos 10 anos.
A marcha fez um desvio para passar em frente ao SEP onde foi vaiado e apelidado de sindicato de comunista entre outras coisas.. já na altura chamaram a minha atenção para a infiltração da extrema direita na Enfermagem e na Ordem. Confesso que não levei a sério...
Atuais membros dos corpos dirigentes nacionais da Ordem, na altura já mostravam um discurso típico de extrema direita nas redes sociais: agressivo, mentiroso, racista, insultuoso e um apoio incondicional à ARC. Quando os vi na lista da bastonária fiquei surpreendido.
Ou seja, mesmo alguém como eu atento a estes fenómenos, demorei a encaixar as peças. Não queria acreditar. Julguei ser um populismo inorgânico, que na altura denunciei. Falha da minha parte em não ter feito o puzzle completo
Obviamente, estes elementos da Ordem são hoje membros do CH. A ordem paga avenças generosas a outros membros do CH. Em junho o discurso escala. BE e PCP, e uma petição do SEP, apresentam proposta para contagem integral do tempo dos enfermeiros. ARC agradece publicamente ao CH..
O famoso congresso do CH. Onde ARC e o seu vice são convidados de honra, beijinhos, cumprimentos e afinar a estratégia. Fica visível para todos a ligação.
Chegamos ao dia de hoje. ARC partilha propaganda do CH, com mentiras à mistura. O discurso agressivo e insultuoso para os colegas é o novo normal. É uma bastonária de facção que não procura unir para crescer, mas dividir para reinar e fazer oposição ao governo.
Os enfermeiros merecem mais.
Merecemos mais respeito e consideração.
Não precisamos de alguém que tente usar o justo descontentamento da classe como plataforma de crescimento partidário.
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Utilizámos uma metodologia que compara com a média dos últimos 4 anos e com o melhor ano. Comparar apenas com 2019 seria curto e podia induzir em erro.
Dados disponíveis até 30 setembro
Nas cirurgias a diminuição a 30 setembro era de 92.125 diminuição de 18%, a diferença para o melhor ano ascendia a 104.037.
Nas consultas a diminuição foi 955.411 (10%). A diferença para o melhor ano foi de 1.069.748
Ninguém quer um novo confinamento. Mas a realidade pode ser mais forte que o nosso desejo. Outros países europeus já voltaram a confinar de alguma maneira. É altura de discutir os termos do novo confinamento. A experiência em Israel é interessante:
De forma surpreendente, o 2º confinamento funcionou mais rápido que o primeiro, apesar de não ter regras tão apertadas.
Compreender os mecanismos de transmissão da doença ajuda-nos a tomar as melhores decisões: não faz sentido fechar tudo!
creches e escolas primárias podem continuar, o resto deve ser ponderado um regime misto. A maioria das lojas pode manter portas abertas desde que com regras, mas locais onde se come e bebe, especialmente se sem ventilação, terão que passar para take-away
🚨relatório semanal Covid🚨 Estamos no dia 119 da pandemia, cansados e com uma sociedade muito mais polarizada que em abril. Onde a infodemia se alastra e demonstra a necessidade de uma melhor estratégia de comunicação e divulgação de informação
A semana foi bastante má: quase 25k novos casos, um aumento de 27%. Mais preocupante, a pandemia parece ter chegado a população mais vulnerável, pelo demonstrado pela evolução recente dos doentes internados.
A proporção de internados/ativos aumentou de 2,6% para 3,5%
Nos UCI, a proporção aumentou, devagar mas de forma estável, 0,38% --> 0,51%
Estamos muito perto do máximo atingido em abril, infelizmente, tudo indica que serão estabelecidos novos máximos.
nos últimos 14 dias, duplicamos os doentes internados em uci!
👉🏽Porque não faz sentido fazer o teste logo após um contacto de alto risco? 👈🏽
Tenho ouvido várias vezes essa pergunta (fio)
- contacto alto risco aconteceu no dia 0, ao testado ao dia 1 teremos 90% possibilidade de ter um teste negativo que causa uma falsa sensação de segurança.
Período de contágio, na maioria dos casos são entre 2-5 dias. Bem feito e com segurança, contacto de alto risco deve fazer isolamento e ser testado pelo 8º dia. Se negativo e sem sintomas ser libertado ao 10º dia.
Ou seja:
👉🏽 contacto de *alto risco* implica sempre isolamento
Tenho apanhado algumas situações, que fruto da pressa das pessoas (percebo, querem trabalhar e ter vida normal, talvez ninguém explicou isto convenientemente) tentam acelerar o processo.
no momento atual da evolução pandémica, o reforço das equipas de saúde pública, antecipa o contacto com o cidadão e trará benefícios a vários níveis:
- primeira e óbvia, permite quebrar ou diminuir impacto das cadeias de transmissão
mas há mais, com impacto na economia
- Afinal o cidadão até era contacto de baixo risco, é contactado ao 2º dia e não ao 12º, são 10 dias a menos de absentismo.
- é mesmo alto risco, as necessidades de testagem e isolamento são aferidas rapidamente e as burocracias tratadas
para a maioria de nós, ficar em casa a aguardar um contacto que pode demorar é bastante complicado. há a tentação para ir à rua, tentar ir trabalhar (tenho visto de tudo)
- Equipas bem reforçadas também contribuem para melhorar a confiança do cidadão no sistema
É altura de reeditar os relatórios semanais da Covid, para acompanhar a segunda vaga. Vamos a isso!
semana 6-13 com aumento de 8809 casos, ou 10,96% de aumento. nos primeiros 7 dias de Abril o aumento foi de 94,16%, o maior aumento semanal registado em PT
(fio 1/7)
Aumento lento mas estável de utentes internados. tanto em enfermaria como UCI. +184 internados o que equivale a 25,13% (916 total). em UCI + 28 doentes, hoje com 132.
Pico de internamentos foi de 271 em UCI a 7/04 e 1302 internados em 16/04. (2/7)
A capacidade de internamento em enfermaria é mais elástica. O SNS tem cerca de 21 mil camas, com capacidade de expandir temporariamente para os pavilhões militares. Em UCI o número é mais estanque, de momento temos à volta de 820 camas, temos 16% ocupadas com doentes Covid (3/7)