Desde o início da pandemia soubemos que os casos de COVID-19 evoluíam em formas não-críticas em 90-95% dos casos, em especial na população jovem. No entanto, mesmo entre eles, o número de perdas será sempre proporcional ao total de casos.
No dia 28 de fevereiro registramos 5 casos de COVID-19 no ES e de lá até hoje foram 285 dias. Neste período entre jovens de 20-29 tivemos 143.713 notificados, 125.304 testados e 37.546 confirmados.
Deste total de jovens infectados e confirmados por testes até o dia de hoje, 48% foram infectados nos últimos 100 dias. Nesta faixa etária os casos saltaram de 3.804 em setembro para 7.781 em novembro, um crescimento de 104,55%.
Em setembro tivemos 1 óbito entre jovens de 20-29 anos, já em novembro 5 jovens tiveram seu futuro interrompido pelo COVID-19. Não importam os números totais quando a dor é sentida de perto.
Mesmo que a letalidade seja baixa, ela é proporcional e cresce com o aumento das infecções. O fenômeno da "perda" no COVID-19 é diferente de outras doenças.
Não velamos, não enterramos em cerimonias coletivas os nossos mortos por COVID-19, o rito funerário é proibido por medidas de segurança sanitária. Sofrimento incrementado para quem perde um ente querido.
No entanto, jovens são vetores velozes, sua capacidade de transmitir a doença para pessoas de riscos é grande. Enquanto entre setembro e novembro, 8 jovens perderam a vida em decorrência da COVID-19, 841 idosos com mais de 60 anos perderam a vida no mesmo período.
Durante toda a pandemia, 30.305 pessoas com mais de 60 anos foram infectadas e confirmadas de infecção pela COVID-19. A cada 1.000 idosos infectados, 112,52 morreram, enquanto que no mesmo período, a cada 1.000 jovens entre 20-29 anos infectados, 1,23 perdeu a vida.
Neste fim de ano, nestas férias, convido a juventude a fazer uma reflexão sincera: a balada e a festa vale a vida dos nossos entes queridos?
REPITO: O Brasil é uma casa em luto.
"O coração do sábio está na casa do luto, mas o coração dos tolos está na casa da alegria." Ec 7:4
Peço e recomendo a população, em especial aos jovens, não façam festas, não promovam aglomerações de qualquer tipo, preservem suas atividades nos próximos 90 dias, mobilizem a sociedade a desenvolver a empatia e a dar valor a vida de todos, principalmente dos nossos idosos.
Controlar os óbitos passa obrigatoriamente por impedir o crescimento descontrolado de casos, entre setembro e novembro, os casos totais mais que dobraram no Espírito Santo, saltaram de 18.864 para 38.020.
Ao longo de 2021, toda a população idosa será abençoada e protegida contra a COVID-19 no Brasil, aguardem com paciência afetiva a principal medida sanitária capaz de salvar e proteger a vida de todos, em especial dos nossos parentes e amigos longevos: a vacina.
Neste fim de ano, recomendo que não realizem festas de família com idosos, não valerá a pena nenhum "COVIDÃO natalino" ou uma "Virada no COVIDÃO".
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça, pois seus olhos não verão os seus idosos serem enterrados.
Para melhor leitura:
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Com os dados disponíveis até dia 5/12, o Estado do Espírito Santo já ultrapassou o pico de casos observados na primeira expansão da COVID-19. Na semana epidemiológica (SE) 27 (28/06-04/07) tivemos 9.035 casos, exatas 20 SE após, na SE47 (15-21/11) já apresentamos 9.219 casos.
Avaliando os picos diários, no dia 22/06 alcançamos um pico diário 2.003 casos observados contra 2.026 no dia 23/11.
Na Média Móvel de 14 dias (MM14D), tivemos um pico de 1.285 casos dia 02/07, contra 1.284 no dia 23/11, nos próximos dias este dado tende a ser superado.
A vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela @pfizer é, reconhecidamente, uma das mais avançadas e seguras. Seu desenvolvimento foi acompanhado e é respeitado por toda a comunidade científica internacional.
As preocupações com o armazenamento das doses estão sendo exageradas, não justificam a recusa da oferta. Com entregas fracionadas, o transporte em caixas especiais com gelo seco permitem sua entrega oportuna nos territórios onde vivem 80% da população brasileira.
Ainda que a @pfizer só entregue a vacina ao longo do primeiro semestre de 2021, sua compra ampliará a capacidade de vacinação da população brasileira. A retomada em "v" da economia pode virar um "w" se a vacinação ampla da população não ocorrer.
Nossos critérios/avaliações sempre foram transparentes e públicos. Melhor modo de conduzir uma pandemia.
Nos últimos dias diversos Estados do Brasil começaram a consolidar uma nova tendência de aumento de casos leves, graves e óbitos. No inicío da pandemia também foi assim.
No ES apresentamos na fase de recuperação 3 cenários possíveis:
a) Queda lenta e sustentada da internação e dos óbitos.
b) Estabilidade em de 300 pacientes em UTI-Covid/dia ( dentro da variação de 10%)
c) Aumento sustentado dos óbitos e das internações acima de 330 pacientes/dia.
A partir do dia 27/10 o movimento de oscilação da internação em UTI-COVID passou a ocorrer no ES. Nos três últimos dias a ocupação ultrapassou variação de 330, apresentando tendência clara de crescimento de casos graves.
Para entender a polêmica do ES "vermelho" no mapa do @jornalnacional no dia 01/10. Antes de tudo vejamos os 3 conceitos principais utilizados na construção e avaliação da curva de casos com a média móvel (MM): o desenho da curva, a variação do dia e a tendência da curva.
A MM desenha uma curva linear de casos para melhor expressão do comportamento da pandemia e as fases do desastre epidemiológico. Assim, identificamos que o ES hoje conta com 9,86 óbitos na MM, equivalente aos que existiam nos dias 5-6/05, vivemos uma fase de recuperação.
O comportamento sustentado é de queda. De acordo a média móvel de 14 dias, no dia 21 de junho tivemos a ocorrência do "pico" de óbitos com 36,93 óbitos, comparando com os dados de hoje temos uma queda de 73,3%, ou seja, uma queda de 3,75 vezes do momento mais crítico da doença.
A equipe da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SESA a analisou as características dos últimos 100 óbitos por COVID-19 até o dia 29 de setembro.
Dos 100 óbitos analisados:
52% ocorreram na rede privada/filantrópica e 48% na rede pública
Idade média: 69,55
Idade mediana: 73
Sexo: 50 H e 50 M
90 ocorreram nos últimos 14 dias.
R. metropolitana: 54%
Sul e Centro: 17%
Norte: 11%, 1% outro Estado.
A mediana de idade subiu de 59 para 65 anos comparando os dados acumulados do início da pandemia com os últimos 90 dias. É preciso reforçar o alerta nas medidas de proteção aos idosos.
Hoje entregamos mais 40 leitos de UTI novos no Hospital Dório Silva. Lembro que a decisão de construir esses leitos foi em fevereiro, sob os olhares que diziam "dúvida", " loucura", "para quê?", " será?". Mas existiram olhares que projetaram o desafio que seria submetido o SUS.
Durante os meses de fevereiro e março era um corre-corre com planilhas e desenhos de projeções de leitos ampliados por hospitais, seriam entregas para 4, 5, 6 e até 7 meses a frente. Decidimos e optamos por ampliar e fortalecer o SUS: público, universal e gratuito.
Era o governo Chinês fazendo hospitais em 10 dias e nós aqui decidindo construir leitos para 90-210 dias. O amigo Mareto do DER e a equipe de engenharia da SESA sofreram muito "bullying" rs... Obrigado pela resiliência amigo Mareto.