1/ O abismo existente entre o que você quer ser e o que você realmente é, chama-se hiato da aspiração.
A aspiração dos chineses, indianos e coreanos provavelmente é conquistar o mundo, exatamente como queriam os brasileiros de sessenta anos atrás.
2/ Mas qual será a expectativa, a aspiração média dos brasileiros de 2020? Talvez ter um dinheirinho pra comprar um carrinho chinês, que é mais baratinho? É?
3/ Essa é a aspiração de quem vive na média, acostumado com o que é meio-bom, meio-competente, meio-confortável, meio-saudável. De quem não percebe que meio-bom também é meio-ruim. Meio-honesto é meio-desonesto. Meio-competente é meio-incompetente. Com qual metade você fica?
4/ Voltando ao nosso hiato da aspiração: qual é o país que você aspira? Que distância ele está do país que você tem hoje? O que é preciso para chegar lá? Onde você se encaixa nessa missão? Você tem o perfil para fazer parte dos que ajudarão os brasileiros a chegar lá?
5/ Reconhece que para isso tem de ser mais engajado, que não basta votar (se é que você vota…), mas que é preciso compreender as decisões difíceis para se obter benefícios de longo prazo para nossa sociedade?
6/ Que é necessário esperar menos dos outros – especialmente do Estado – e construir um repertório mais rico e uma postura mais pró social? Você é assim? Ou passa o tempo vomitando ódio do bem em redes sociais?
7/ Todo mundo tem um hiato da aspiração, a diferença de onde está para onde quer chegar.
Mas nem todo mundo faz alguma coisa para chegar lá.
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1/ "Você viu que loucura as eleições presidenciais nos EUA? São toneladas de evidências de que houve fraude, o que colocaria o resultado da eleição em risco, e a imprensa já decidiu que o Biden tá eleito.
2/ Pode até ter vencido a eleição, mas eleito, não está, porque enquanto o resultado oficial não for anunciado, não dá pra apostar.
3/ E o que me chama a atenção é a quantidade de jornalistas dizendo o tempo todo “o presidente eleito Biden”, “o presidente eleito Biden”, com uma certeza olímpica que me intriga.
E o debate em torno da Covid então?
1/ Estes dias de embates políticos têm sido um aprendizado só. As mídias sociais estão se revelando verdadeiros laboratórios do comportamento humano diante de quem pensa diferente.
2/ Desde que forcei a mão nas questões político-ideológicas, assumindo a defesa dos ideais liberais-conservadores em minhas páginas e em meu Podcast, tenho experimentado situações inusitadas.
3/ Perdi milhares de leitores e ouvintes que antes admiravam minha suposta imparcialidade e se decepcionaram quando descobriram que tenho uma visão de mundo diferente da deles.
1/ O psicólogo e economista Daniel Khaneman, em seu livro Rápido e Devagar, descreve como funciona a Cascada da Disponibilidade:
2/ “… é uma cadeia de eventos auto sustentável, que pode se iniciar com matérias na imprensa sobre um evento de pequena importância, até provocar pânico e ações governamentais em alta escala.
3/ Em algumas ocasiões, uma matéria na imprensa sobre algum risco, captura a atenção de um segmento do público, que se torna atento e preocupado.
1/ Almocei num restaurante que passava nas telas o show Kaia na gandaia de Gilberto Gil. O show é uma homenagem ao reggae de Bob Marley. Gil canta e encanta, dança e ilumina. Uma delícia. Mas...
2/ Tinha gente com cara feia na mesa.
- Odeio o Gil.
Gil era então ministro aliado ao governo do PT, portanto tudo que fizesse devia ser execrado. Não interessa sua história como artista, seu valor como poeta, sua capacidade como músico e intérprete.
3/ Até quem não gosta dele reconhece sua importância na história da Musica Popular Brasileira.
Mas Gil estava contaminado. Por uma "ideologia". E uso a palavra "ideologia" entre aspas, pois não sei se o circo político brasileiro tem algo que se possa chamar de ideologia.
1/ Sou da geração de 1956, uma molecada que nasceu e cresceu meio que num hiato. Quando surgiu o amor livre eu era jovem demais. Quando fiquei maduro, apareceu a AIDS... Sou da geração que era jovem demais para curtir compreender Woodstock.
2/ E 1968, o ano das grandes mobilizações, eu tinha 12 anos de idade e morava numa cidade do interior. Quando vim para São Paulo, em 1975, uma parte importante dos acontecimentos que mobilizaram o país já havia sido deixada para trás.
3/ Mas começava uma nova fase de ebulição e acabei tomando parte em manifestações que provocaram mudanças no país.
Aos 20 anos de idade, recém chegado do interior, eu era como aquele sujeito descrito por Álvaro de Campos: eu era nada, nunca seria nada, não podia querer nada.
1/ Cafezinho 322 – O deleite
Fiz uma Live esta semana e algumas pessoas me disseram: “Luciano, dava pra perceber que você estava se divertindo!”
Você já vivenciou isso, hein? Lidou com alguém que parece estar se divertindo com o que faz?
2/ Até algum tempo atrás eu usava essa expressão “divertindo-se”, até que eu procurei num dicionário e vi que “diversão” quer dizer recreação, distração, entretenimento. O que não era bem a definição do que eu estava sentindo.
3/ Parti em busca da palavra perfeita e achei “deleite”, que quer dizer gozo íntimo e suave, prazer inteiro, pleno. Delicia.
Agora, sim!