Muitas pessoas estão com dúvidas, ansiosas ou com receio sobre as vacinas da COVID-19. Sem dúvida, foram um dos maiores assuntos de 2020.
Fiz esse compilado com algumas informações que podem trazer uma luz nesse assunto!
Simbora de fio informativo?
Primeiro lugar: o que são vacinas?
As vacinas são produtos biológicos, ou seja, são formados por partes de um agente infeccioso, ou o próprio agente infeccioso inativado/atenuado, com o objetivo de nos dar proteção contra eles! drauziovarella.uol.com.br/infectologia/v…
E como as vacinas fazem isso?
No organismo, essas partes do agente infeccioso são apresentadas para o nosso sistema imunológico. Este, por sua vez, montará uma resposta específica (anticorpos, células) contra esses pedacinhos, com o lado positivo: faço tudo isso sem ter a doença!
E se eu me infectar de novo, após ser vacinado?
Como tu montou essa resposta, uma parte dessas células fica presente no teu corpo, chamadas de células de memória. Elas lembram da resposta contra o agente infeccioso e, numa 2ª infecção, respondem rapidinho!
As vacinas podem trazer riscos?
Vacinas só recebem aprovação se comprovarem serem seguras e protetoras. E mesmo após isso, elas são acompanhadas por órgãos de monitoramento. Os riscos de algum efeito mais sério são baixíssimos. revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fat…
O Ministério da Saúde/ANVISA mantém um relatório de monitoramento desses eventos adversos das vacinas aprovadas. Nele, vemos que eventos graves são pouquíssimos relatados e, quando são, não tem relação de causa estabelecida com a vacina bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe…
Aqui, @parolin_ricardo faz uma análise sobre essa discussão quanto a segurança a longo prazo:
Vacinas funcionam igual para todo mundo?
Cada organismo tem suas particularidades, e o sistema imune também. O sistema imune muda com o passar da idade. Precisamos levar em conta a indicação das vacinas dependendo da condição da pessoa revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fat…
Como funciona o desenvolvimento de uma vacina?
Ele consiste em várias fases: fases pré-clínicas e clínicas. Cada uma delas coletará evidências para permitir o avanço para a próxima fase.
É um processo rigoroso, envolvendo vários especialistas, para garantir a robustez
Mas uma vacina desenvolvida rápido demais não é um problema?
Se todas as etapas forem respeitadas, não! Temos agências reguladoras que monitoram o desenvolvimento em todas as etapas, avaliando os dados e o andamento.
Tempo não está relacionado a ser mais ou menos segura. Atingir os critérios estabelecidos em cada etapa, sim.
E como desenvolvemos uma vacina para a COVID-19 tão rápido?
Fruto de muito investimento, comoção da comunidade científica, autoridades, desenvolvedoras farmacêuticas e sobretudo o próprio estado de pandemia contribuiu para esse rápido desenvolvimento.
E se você gostar de imagens ilustrativas, o @hfernandesbio te presenteia com esse fio incrível com vários fatores que levaram ao rápido desenvolvimento das vacinas:
Mas vacinas de RNA podem mudar o meu DNA?
Não! vacinas de RNA não podem mudar seu material genético. O nosso material genético está protegido em uma “fortaleza”, o núcleo celular. O RNA, vindo da vacina, não tem a capacidade de entrar nessa fortaleza.
Quanto tempo durará a imunidade da vacina?
Essa pergunta será respondida na 4ª fase de investigação. Após a aprovação da fase 3, pessoas serão vacinadas e uma parte delas será acompanhada por um tempo, para observar quanto tempo esta imunidade estará presente e atuante
Mas se eu tomar mais de uma vacina, vou ficar mal?
Não. Nosso sistema imunológico é bombardeado por microorganismos a todo o momento.
Os calendários de vacinação tem períodos estabelecidos para tu tomar cada vacina, e as quantidades desses antígenos “ocupam” pouco da capacidade nosso sistema imune revistaquestaodeciencia.com.br/questao-de-fat…
Tá mas e os tecidos humanos abortados para fazer vacinas?
Mentira! Além de termos várias tecnologias para fazer vacinas, essa polêmica aconteceu em torno de uma delas, as células HEK, que descendem de células isoladas, há quase meio século, de um embrião humano
Quem teve COVID-19 precisa se vacinar?
Potencialmente! A vacina tem a capacidade de fornecer uma memória imunológica potencialmente mais duradoura e robusta. Ainda, como é projetada para uma região do vírus que não muda muito, pode proteger de variantes g1.globo.com/bemestar/vacin…
E quanto aos imunossuprimidos/imunocomprometidos, gestantes, lactantes e crianças?
Imunossuprimido, dependendo da vacina, pode. A questão mais pertinente se dá na vacina de vírus atenuado.
Para as vacinas na fase 3, é possível tomar. Grávidas, lactantes e crianças é contraindicado enquanto não tivermos + dados.
Vacinas podem proteger contra variantes do vírus?
Sim! Em vários estudos de vacinas, painéis com variantes foram testados e algumas delas já têm dados mostrando que são capazes de abranger variantes. Então, são muito promissoras para isso gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/…
Posso tomar mais de uma vacina para a COVID-19?
Acho difícil você conseguir isso, considerando a alta demanda e nº limitado de doses. Precisamos de mais estudos para entender a combinação das vacinas.
Depois que me vacinar, acabou a pandemia?
Infelizmente não. Precisamos vacinar uma boa % da população para atingir a cobertura vacinal. Com ela, a transmissão do vírus cairá e poderemos começar a ter a proteção da sociedade.
E o que eu faço enquanto não temos a cobertura vacinal?
Usa máscara, faz o distanciamento físico, evita aglomerações. Podemos levar meses até conseguir a cobertura. Até lá, mesmo vacinado, você precisa aderir a essas medidas.
Uma citação relevantíssima no @rodaviva sobre isso:
Estaremos livres do SARS-CoV-2 após a vacina?
Infelizmente não. É um vírus que vai circular por um tempo, mantendo uma certa endemicidade, justamente por ter espécies suscetíveis a ele que podem ser suas reservas biológicas (podem se infectar com ele)
Quais as diferenças entre aprovação emergencial e definitiva?
Vacinas para uso emergencial são usadas em um público alvo pré-definido e durante um prazo pré-determinado (ex.: pandemia).
Por se tratar de uma aprovação não definitiva, o Estado proíbe que as vacinas de uso emergencial sejam ministradas por clínicas privadas.
Vacinas para uso definitivo requerem mais dados para a análise e, após aprovadas, podem ser distribuídas tanto na rede pública quanto na rede privada
@dadourado faz uma ressalva importante: "Essas são definidas pela Anvisa. Não é obrigatório ser assim, cada agência reguladora (cada país) define suas regras de autorização emergencial"
Naturalmente faltou citar muitas pessoas e convido todo mundo a colar aqui aquele divulgador/cientista que tá mandando MUITO BEM no enfrentamento da COVID-19 pra gente seguir!
Vi muitos stories, notícias e tuites sobre novas variantes do SARS-CoV-2 atribuindo às mutações o aumento do número de novos casos em grupos populacionais.
Mini fio sobre isso
Comentei recentemente que variantes são esperadas, faz parte da "natureza" do vírus sofrer mutações que podem gerar, ou não, uma adaptação, que pode beneficia-lo ou não. Temos vários centros de pesquisa e pessoas monitorando a presença dessas variantes pelo mundo
E muitas dessas notícias recentes estão atribuindo a uma nova variante o aumento da transmissao do SARS-CoV-2.
Bem:
1) é precoce e mais experimentos precisam ser feitos, com mais pessoas, para confirmar qualquer relação
Sempre lembro do causo de quando eu tinha 20 anos, ter tomado a vacina do tétano. Bem tranquilinha, fui na UBS, tomei e segue o baile. 1 mês depois um parafuso que tava há dias no chão cortou o meu pé, pensa num negócio que tu olha e diz "hmmm que tenso, ainda bem que me vacinei"
Limpei a ferida com o necessário, tudinho e fiz um curativo. Fui pesquisar o que o tétano fazia, ou o que era o tétano.
O tétano, meu povo, é uma infecção bacteriana grave, que causa espamos musculares
No geral, os espasmos têm início no rosto (maxilar) e progridem para o resto do corpo. Têm geralmente a duração de alguns minutos e ocorrem com frequência durante três ou quatro semanas - parece chato, mas ok né?
Não faz muitas semanas atrás que o mundo respondeu uma pergunta importantíssima, talvez uma das mais relevantes feitas em 2020: podemos obter vacinas seguras e eficazes contra COVID-19.
A matéria começa recaptulando o fatídico 31/12/2019, em que funcionários de saúde em Wuhan, China, relataram um misterioso conjunto de casos de pneumonia que deixou 27 pessoas doentes. Em 08/01/2020, a relação com o SARS-CoV-2 havia sido feita
Quando falamos de medidas de prevenção e cobertura vacinal, estamos falando de impactar a transmissão de um agente infeccioso. Hoje, o vírus da COVID-19 circula muito intensamente, aumentando o espalhamento na população, com elevado nº de novos casos e óbitos
As medidas de prevenção, como distanciamento físico e uso de máscaras, etc, reduzem/desaceleram essa transmissão, diminuindo o nº de novos casos. É uma estratégia importante e impacta no nº de novos óbitos em decorrência da doença.
Ainda nessa figura, existe 2 casos para a 3ª situação: 1) Ter vacina mas não ter distanciamento/uso de máscara 2) Ter vacina e ter distanciamento/uso de máscara
Nos primeiros meses da vacinação, manter a adoção de medidas de enfrentamento (máscara/distanciamento) será CRUCIAL
O plano encontra-se organizado em 10 eixos, a saber: 1) Situação epidemiológica e definição da população-alvo para vacinação; 2) Vacinas COVID-19; 3) Farmacovigilância; 4) Sistemas de Informações; 5) Operacionalização para vacinação; 6) Monitoramento, Supervisão e Avaliação;
7) Orçamento para operacionalização da vacinação; 8) Estudos pós-marketing; 9) Comunicação; 10) Encerramento da campanha de vacinação.
Reunião sobre a apresentação do Plano Nacional de Vacinação (PNI) encerrada. O que não vimos?
O Plano Nacional de Vacinação
Alguns pontos:
Quando o PR diz que iremos em breve voltar ao normal com as vacinas, infelizmente pessoal, está errado. Só começaremos a experimentar um normal após atingir COBERTURA VACINAL.
Vacina é uma estratégia populacional. Enquanto não tiver muita gente vacinada, a transmissão do vírus seguirá elevada. Achar que após receber a vacina poderemos voltar ao normal é, infelizmente, uma ilusão. Apenas atingindo a cobertura vacinal é que poderemos pensar nisso