O ano terminou, mas a pandemia infelizmente não. Apesar de todas as tolices, estupidezes e verdadeiros crimes de responsabilidade que vivemos em 2020, precisamos reconhecer que existem realidades que permitem a esperança.
O grande brasileiro, que tive a oportunidade de conhecer, Ariano Suassuna dizia que o "otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso."
Aqueles que acreditam que já vivemos tudo de pior em 2020, que não há o que piorar, que agora é só acionar a boa vontade das instituções e que o Brasil irá melhorar por obrigação da história, são otimistas.
Os que afirmam que tudo é um caos, que não há salvação, que o mundo errou, que o bom sucumbiu na plenitude, que o plano perfeito foi traído, que os "puros" na ideologia, na política, na ética, são destinados ao martírio, a serem santos que a história justificará, são pessimistas.
Nossa época histórica pariu grandes catástrofes, mas também desenvolveu soluções. Segue verdadeira a máxima de quem os problemas surgem no momento em que as condições para superá-lo já existem ou estão sendo gestadas.
Não vivemos a "guerra do bem e do mal". Somos uma sociedade de "homens" (no sentido de humanidade), não de anjos ou santos. Coexistem todos os tons da beleza e dos horrores da nossa existencia na terra.
Existimos todos, aqueles que lutam pelo belo, pelo justo, pelo melhor do mundo; existimos os que acreditam que o bom do ser humano é ser capaz e "ser livre" para fazer o que de pior podemos fazer: matar e deixar morrer.
Existimos muitos outros tipos, os que não sabem quase nada das lutas e disputas e não percebem a importância de tomar partido, estão também os mornos, os salgados e os doces e até os agridoces com a vida.
Cada época histórica viveu sua luta, nós vivemos a nossa. E que luta! Resistimos! 2020 é calendário, é memória das perdas e de uma época que não desejamos voltar a viver no Brasil. Pelas expressões mais terríveis do ano que vivemos, desejo que "2020 nunca mais".
Estamos diante de uma realidade, forças sociais e humanas se levantaram para resisitir a estupidez e defender a vida, mobilizamos milhares de trabalhadores e expandimos e valorizamos nossos sistemas públicos de saúde, apostamos na ciência, desenvolvemos vacinas em tempo recorde.
No mundo civilizado, da direita para a esquerda, líderes políticos, empresários e trabalhadores pesquisadores de todas as matizes, se mobilizaram no desenvolvimento da arma mais eficáz para vencer doenças infectocontagiosas: vacinas.
Em 2021 o Governo do Estado do Espírito Santo mobilizará os trabalhadores do Sistema Único de Saúde para garantir a vacinação da população do nosso Estado, salvaremos vidas e a economia. Independente de erros e acertos nacionais, aqui não haverá vacilação, haverá vacinação plena.
Ser realista esperançoso é saber que os problemas estão na nossa frente para serem objetivamente enfrentados/ superados. Tudo tem data para terminar, 2021 será antesala de 2022. Esperança é unir todas as cores e tons da civilização. Venceremos a pandemia, venceremos a barbárie.
Hoje pude rever essa entrevista dada ao @AGazetaES. Em síntese e novas considerações: 1) Enquanto diversos países do mundo já começaram a vacinar, o Brasil não. 2) O registro das vacinas nos países está relacionado ao avanço das negociações das mesmas.
3) A @anvisa_oficial estabelceu normas que atrasam o registro das mesmas. Essa questão esta sendo revisada pela Agência e temos a expectativa de aceleração da incorporação das vacinas no país.
4) A aprovação do uso emergencial da vacina da Pfizer pela @WHO só reforça a acertividade de termos uma legislação estadual que permita a compra das vacinas mesmo sem registro na @anvisa_oficial, desde que esteja em uso em outros países e com devida autorização e regulação.
Um fenômeno pouco analisado até o presente momento na segunda expansão da COVID-19 no ES, está relacionada a ocorrência de uma primeira onda tardia de casos observados em inúmeros municípios do interior. Analisemos a média móvel de 14 dias (MM14D), a letalidade e os óbitos.
Dores do Rio Preto possui 7 mil habitantes, apresentou sua primeira curva significativa de casos observados a partir da segunda quinzena de novembro. O município teve somente dois óbitos registrados pela COVID-19. Último pico registrado de 8,64 no dia 7/12.
Alto Rio Novo (8 mil hab.), teve na primeira oscilação o pico de 3,86 casos observados no dia 17/07, chegando a apresentar em dezembro 7,21 casos, quase o dobro de crescimento.
Desde o início da pandemia soubemos que os casos de COVID-19 evoluíam em formas não-críticas em 90-95% dos casos, em especial na população jovem. No entanto, mesmo entre eles, o número de perdas será sempre proporcional ao total de casos.
No dia 28 de fevereiro registramos 5 casos de COVID-19 no ES e de lá até hoje foram 285 dias. Neste período entre jovens de 20-29 tivemos 143.713 notificados, 125.304 testados e 37.546 confirmados.
Deste total de jovens infectados e confirmados por testes até o dia de hoje, 48% foram infectados nos últimos 100 dias. Nesta faixa etária os casos saltaram de 3.804 em setembro para 7.781 em novembro, um crescimento de 104,55%.
Com os dados disponíveis até dia 5/12, o Estado do Espírito Santo já ultrapassou o pico de casos observados na primeira expansão da COVID-19. Na semana epidemiológica (SE) 27 (28/06-04/07) tivemos 9.035 casos, exatas 20 SE após, na SE47 (15-21/11) já apresentamos 9.219 casos.
Avaliando os picos diários, no dia 22/06 alcançamos um pico diário 2.003 casos observados contra 2.026 no dia 23/11.
Na Média Móvel de 14 dias (MM14D), tivemos um pico de 1.285 casos dia 02/07, contra 1.284 no dia 23/11, nos próximos dias este dado tende a ser superado.
A vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela @pfizer é, reconhecidamente, uma das mais avançadas e seguras. Seu desenvolvimento foi acompanhado e é respeitado por toda a comunidade científica internacional.
As preocupações com o armazenamento das doses estão sendo exageradas, não justificam a recusa da oferta. Com entregas fracionadas, o transporte em caixas especiais com gelo seco permitem sua entrega oportuna nos territórios onde vivem 80% da população brasileira.
Ainda que a @pfizer só entregue a vacina ao longo do primeiro semestre de 2021, sua compra ampliará a capacidade de vacinação da população brasileira. A retomada em "v" da economia pode virar um "w" se a vacinação ampla da população não ocorrer.
Nossos critérios/avaliações sempre foram transparentes e públicos. Melhor modo de conduzir uma pandemia.
Nos últimos dias diversos Estados do Brasil começaram a consolidar uma nova tendência de aumento de casos leves, graves e óbitos. No inicío da pandemia também foi assim.
No ES apresentamos na fase de recuperação 3 cenários possíveis:
a) Queda lenta e sustentada da internação e dos óbitos.
b) Estabilidade em de 300 pacientes em UTI-Covid/dia ( dentro da variação de 10%)
c) Aumento sustentado dos óbitos e das internações acima de 330 pacientes/dia.
A partir do dia 27/10 o movimento de oscilação da internação em UTI-COVID passou a ocorrer no ES. Nos três últimos dias a ocupação ultrapassou variação de 330, apresentando tendência clara de crescimento de casos graves.