🥳

Minha mensagem de Ano Novo, pessoal :D

NOVOS MUNDOS HUMANOS, MAIS SEGUROS E MAIS LIVRES

Não valia tanto a pena assim manter o mundo pré-pandemia

Siga o fio para ler a mensagem.
O mundo nunca precisou tanto de inovadores. De pessoas (ou seja, redes) capazes de pensar e ensaiar novas formas de vida e convivência social nas novas circunstâncias da pandemia.
Quem não inova, só aguardando as vacinas para voltar aos velhos hábitos, não entendeu o que está acontecendo. Não haverá essa salvação universal. Mesmo com vacinação em massa (de 80% da população planetária), a imunidade coletiva vai demorar (pode nem ser alcançada em 2021).
E não temos como rastrear contágios isolando clusters (por falta de testes adequados, em quantidade suficiente e com resultados tempestivos).
Temos que pensar e ensaiar novos mundos onde nossas atividades que envolvam outras pessoas (trabalho, estudo, pesquisa, esporte, lazer, culto, confraternização etc.) possam ser realizadas:
1) Sem aglomerações.

2) Sem que alguém seja obrigado a permanecer por muito tempo em locais fechados frequentados por pessoas com as quais não coabita.

3) Onde não haja necessidade de conversa frontal (a menos de dois metros de distância) entre pessoas que não coabitam.
4) Onde usar máscaras e lavar as mãos (ou usar álcool-em-gel) torne-se um hábito como andar vestido e calçado ou tomar banho.
Indústrias, escritórios, lojas comerciais, atividades agrícolas ou pecuárias, serviços, transportes coletivos, escolas, centros de pesquisa, igrejas, festas, eventos esportivos, shows etc., têm que ser redesenhados levando em conta as quatro condições listadas acima.
Se as vacinas forem uma desculpa para violar essas regras, nada feito. No ano novo de 2022 estaremos comemorando (num cálculo otimista) a duplicação do número atual de infectados e mortos.
Hei! Acorde! Não é possível voltar ao mundo pré-pandemia. O que realmente importa é permanecer vivo para poder encontrar boas soluções.
Não apenas para escaparmos do novo coronavírus, mas de outros vírus, superbactérias, superfungos, catástrofes ambientais, que virão cada com mais intensidade na medida em que não encontrarmos uma forma não-predadora de convivência com o meio ambiente natural e social.
Quem sabe não faremos desse limão uma limonada, conseguindo inaugurar novos mundos humanos, mais seguros e mais livres? Sim, porque o velho mundo pré-pandemia não era assim tão humano, tão seguro e tão livre como desejaríamos que fosse (e como se valesse a pena ser mantido).
Quem sabe não caminharemos para novos padrões de organização e novos modos de regulação de conflitos, por exemplo, adotando módulos sociais de sobrevivência regidos pela democracia como modo-de-vida e pela ecologia como meio-de-relacionamento com todos os reinos de seres vivos.
Isso exigirá arranjos menores com conexões mais seguras com outros arranjos formando grandes constelações. Cada constelação um mundo. Sim, serão muitos mundos.
O mundo único já foi estilhaçado, não apenas por um padrão de produção e consumo insustentável e por modos de convivência não-solidários (que não têm como diretriz fundamental a sobrevivência de seus membros - como seria a definição maturaniana de um mundo social).
Mas o mundo único já foi estilhaçado pela mudança de época, ora em curso, da sociedade hierárquica para uma sociedade-em-rede.
Da sociedade-em-rede estamos colhendo agora as partes negativas. Mais conexões (conectividade) significa mais possibilidades de contágio (inclusive por agentes patogênicos).
Mais interações (interatividade) significa mais cloning reprodutivo (imitamento, inclusive, de ações insustentáveis, ensejando, por exemplo, mais catástrofes decorrentes de mudanças climáticas).
Mas chegou a hora de colher os resultados positivos de mais distribuição, mais conectividade e mais interatividade.
Sociedade-em-rede não é uma sociedade de multidões aglomeradas. Não é massa uniforme, não é rebanho seguindo para algum matadouro. É para todos, desde que seja para cada um, cada nodo, cada clusters, não de uma vez, mas um a um.
É hora de gerar novos mundos. Mundos-bebês em gestação, onde possamos viver nossas vidas mais plenamente humanas.

🙂

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2 Jan
🧐

O LULOPETISMO É UM MOVIMENTO DE REPETIÇÃO DE PASSADO

Essas pessoas das nossas relações que viraram bolsonaristas - aqueles seu tio, seu médico, seu pai, até sua avó - não eram de extrema-direita. Em grande parte, eram indiferentes à política.

Siga para ler tudo 👇👇👇
Eram pessoas "normais", que carregavam elementos da cultura patriarcal, conceitos e preconceitos autoritários, racistas, machistas, que foram reprimidos pela vida cívica moderna, mas não metabolizados.
Entretanto, ficaram com uma raiva tão grande do PT que isso serviu para localizar no partido e em seu líder tudo que, dentro delas (e entre elas), não estava bem resolvido.
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31 Dec 20
OS DESUMANOS NÃO PODEM PREVALECER

Vamos voltar às estatísticas e ao seu uso desumano por parte do bolsonarismo.

Se morressem 400 mil brasileiros (o dobro das mortes atuais) isso seria apenas 0,18% da nossa população. Para os bolsonaristas, tal número seria desprezível.

Siga.
Se morressem 800 mil brasileiros (o quádruplo das mortes atuais) isso seria apenas 0,37% da nossa população. Para os bolsonaristas, essa porcentagem seria desprezível também.
Se morressem 1 milhão de brasileiros isso seria apenas 0,47% da nossa população. Ainda seria desprezível para os bolsonaristas.
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29 Dec 20
😳

ERRAMOS

Reconstruí (em setembro de 2016) a autocrítica que o PT não teve coragem de fazer abertamente, de forma nua e crua. Mas é exatamente isto: basta ler as resoluções do Diretório e da Executiva Nacional do PT (de 17/05 do mesmo ano).

Siga o fio, por favor.
1 – Erramos quando não tomamos a decisão de impor o controle social da mídia. Agora não é mais possível segurar as notícias desfavoráveis a nós sobre o que fizemos no governo, nas estatais e nos fundos de pensão.
2 – Erramos quando não forçamos a barra para aprovar uma reforma política que estabelecesse a fidelidade partidária, o voto em lista fechada e predeterminada e o financiamento exclusivamente estatal de campanha.
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2 Nov 20
POR QUE TUDO ISSO COALESCEU?

Esta exploração começou com perguntas: por que tanta gente diferente, em vários lugares do mundo, resistem às medidas cautelares de saúde pública adotadas diante da pandemia do novo coronavírus (tipo distanciamento social, uso de máscaras e vacinas)?
Não poderiam, pelo menos alguns, ser de extrema-direita e, mesmo assim, acharem que vale a pena retardar o avanço da infecção? Como é possível que as respostas de gente que convive em bolhas tão díspares sejam praticamente as mesmas, nos Estados Unidos, no Brasil, na Europa?
Eram clusters pequenos e meio isolados (com poucos atalhos) que foram se conectando por meio das mídias sociais, mas que só ganharam expressão política com a emergência do populismo-autoritário.
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1 Nov 20
SE TRUMP VENCER A ELEIÇÃO

Aprender democracia é desaprender autocracia. Significa ser capaz de reconhecer padrões autocráticos onde quer que eles se manifestem ou permaneçam escondidos.

Siga o fio.
Pessoas que têm dificuldade de perceber e identificar esses padrões não veem o perigo a que a humanidade está exposta neste momento.
A reeleição de Trump, por exemplo, significará a vitória do que há de mais tenebroso no mundo: os programas patriarcais que vêm se replicando há milênios na chamada civilização por meio da guerra contra o diferente, transformando diferenças em separações.
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31 Oct 20
Ficamos cerca de 3 meses no patamar de 1000 mortes e estamos agora no patamar de 500 mortes diárias. A queda é lenta. Mesmo que não ocorra aqui uma segunda onda, a doença vai continuar matando gente no próximo ano. Segue.
E a imunização coletiva por meio de vacinas também não vai ocorrer antes de meados de 2021. Ah! Mas vamos apostar na imunidade de rebanho. Enquanto isso, é só fazer de conta que a pandemia já acabou, como quer Bolsonaro.
Segundo esses canalhas, se não fosse a imprensa ficar dando diariamente o número de mortos, tudo já teria voltado ao normal.
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