Thread by @arqueoespirito

Você pode achar que os anticoncepcionais são produtos recentes da ciência ocidental moderna, mas curandeiros e parteiras indígenas nas Américas usaram o conhecimento botânico para fornecer abortivos às mulheres muito antes do contato com os europeus.

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“Embora as evidências históricas restantes nem sempre revelem a natureza das substâncias usadas pelas curandeiras, sabemos que alguns dos primeiros remédios vegetais tinham propriedades ‘psicodélicas’ e anticoncepcionais ou causadoras de aborto.

O conhecimento cuidadosamente preservado e escondido das mulheres sobre essas plantas tem sido contestado na lei e na medicina, tornando ainda mais importante olharmos para trás e ver como as mulheres participaram da proteção de informações sobre remédios botânicos no passado.”

A matéria analisa dois casos:

“Durante o interrogatório, Facunda Canche e a parteira Norberta Canche afirmaram que não forneceram um abortivo, apenas uma bebida feita com as “folhas de verbena” misturadas com mel para tratar uma doença em Hermenegilda que chamaram de “pasmo”.”

Verbena é um gênero da família Verbenacea, que contém centenas de espécies, principalmente nativas do hemisfério ocidental.

Muitas espécies são agora reconhecidas por várias propriedades medicinais e abortivas.

“(..) Cervesa testemunhou que Alcocer e sua mãe o haviam consultado para uma cura para a ausência de menstruação. Ele prescreveu um medicamento composto de açafrão e "contra de sêmen".

Este último era o nome comum para artemísias, planta psicodélica suave que as mulheres no México tradicionalmente usavam para provocar abortos espontâneos, e conhecida pelas mulheres na Europa medieval e usada ali para os mesmos fins.

As pessoas também usaram a artemísia em todo o mundo em rituais e cerimônias que cruzam diferentes culturas e períodos de tempo.”

“Ambos os casos mostram profissionais de saúde não licenciados fornecendo aos clientes medicamentos botânicos, alguns dos quais compartilham uma linhagem direta com medicamentos psicodélicos, que as mulheres de Yucatán tomavam no final do século XIX para limitar a reprodução.

Agora estamos percebendo a grande extensão da preservação do conhecimento botânico pré-colombiano pelas comunidades mexicanas, muito depois do fim da era colonial.

A próxima questão a ser abordada é em que medida a medicina profissional permaneceu ignorante, tolerante ou, em casos, até mesmo apoiou a circulação desse conhecimento, que passou de boca a boca e mão a mão em comunidades, principalmente quando envolviam indígenas e mulheres.”

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“Oferecemos educação pública e compreensão cultural sobre medicamentos de plantas psicodélicas e promovemos uma ponte entre o uso cerimonial de plantas sagradas e a ciência psicodélica.”