Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment de Dilma em 2 de dezembro de 2015. A Câmara Federal votou o pedido em 17 de abril de 2016. Sabe quando a oposição conquistou os votos necessários para a aprovação do pedido? Faltando 4 dias para a votação: gauchazh.clicrbs.com.br/geral/amp/2016…
Então, se quiserem continuar a empurrar o impeachment de Bolsonaro para o dia de São Nunca, que inventem outra desculpa. Não é falta de voto. Pois os votos são conquistados com o pedido já em análise na Câmara. Foi assim também com Collor.
Também sigo aguardando o exemplo de presidente que sobreviveu a um pedido de impeachment e saiu dele mais forte. Getúlio se matou. FHC não fez o sucessor. Trump perdeu a reeleição. E Temer, que derrotou dois pedidos de investigação, não conseguiu nem se candidatar à reeleição.
E não me venham com chorumelas.
Citaram Bill Clinton como exemplo de presidente que teria saído mais forte de um processo de impeachment.
Clinton, na verdade, é mais um que não fez o sucessor.
Argumentaram que Clinton foi reeleito. Não. O impeachment foi após a reeleição (assim como aconteceu com Nixon). Em 2000, já após o impeachment, os republicanos levaram a Casa Branca, o Senado e a Câmara.
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Finalmente conferi The Last Czars. Apesar da estranha mistura de documentário com drama (o que dá um ar de “filme para a TV” à coisa), a série flui bem.
A história a gente já conhece. É a mesma que professores nos contavam no segundo grau em no máximo 15 minutos. Um dos meus, inclusive, não conseguia disfarçar o sorriso ao chegar a este ponto do livro.
Mas é tanta barbaridade, estupidez e desgraça de todos os lados que eu terminei os seis episódios me perguntando como alguém consegue mergulhar ainda mais fundo nesses acontecimentos e sair do mergulho disposto a celebrar aquilo num bloco de carnaval.
Em 2011 testemunhamos no vão do MASP um protesto neonazista a favor de Bolsonaro. Da dúzia de pessoas que compareceu, mais da metade findou presa. noticias.uol.com.br/politica/ultim…
Em 2020, extremistas atacaram o STF com fogos de artifício em mais um ato cheio de referências supremacistas. Nove dos pouco mais de 20 "manifestantes" foram presos: metropoles.com/brasil/policia…
Há seis dias, vimos mais uma gangue de supremacistas atacar o Congresso americano. Mais de 90 pessoas foram presas num intervalo de três dias. g1.globo.com/mundo/noticia/…
Eu me sinto dizendo o óbvio, mas infelizmente, quando o óbvio é incômodo, a memória dos fãs não o registra.
Então é preciso repetir:
Lula só aceitou ser ministro de Dilma para evitar ser preso. Mas aquilo só serviu para ampliar ainda mais a rejeição de Dilma.
Lula só se candidatou à Presidência em 2018 porque achou que não prenderiam o líder da corrida presidencial. Mas o prenderam mesmo assim.
Lula insistiu em ser candidato mesmo preso na esperança de que os eleitores o libertassem pelas urnas. Mas a estratégia do grande estrategista deu tão errado que o Brasil findou presidido por Jair Bolsonaro.
Desde que, pela primeira vez, ouvi o Tommy, imaginei que seria divertido entrar 2021 cantando 1921. Ainda sem um bom domínio do inglês, eu não percebia que a letra abordava justamente o trauma que deixaria cego, surdo e mudo o garoto do título.
Décadas se passaram, já consigo ler e ouvir em inglês com razoável tranquilidade, mas ironicamente me sinto preso a um país cada dia mais cego, surdo e mudo.
Eu não vejo o Brasil como um caso único. Um ótimo professor já me ensinou que a história é lógica, com cada grande acontecimento reagindo a acontecimentos anteriores, sendo raros os casos em que poucos indivíduos atuam como motores de tais mudanças.